RESUMO
O presente trabalho
pretende disseminar os resultados obtidos na investigação feita na escola primária
completa 1º de Maio, na cidade de Inhambane, em que foram usados como
instrumentos, o questionário e a entrevista. Este trabalho pretende compreender
a importância da interacção entre a família e a escola, analisar as práticas do
envolvimento da família e a forma como a escola está organizada para
receber e promover a participação da
família nas suas actividades, identificar os problemas que dificultam esta
interacção e reflectir sobre o impacto desta interacção na gestão do processo
de ensino e aprendizagem. Os resultados da investigação revelam há uma fraca
interacção entre a família e a escola, embora ambas as partes reconheçam esta
importância para a gestão do processo de ensino e aprendizagem. As dificuldades
da interacção são ligadas ao nível académicos das famílias, o tipo de profissão
e do género dos inqueridos. Considerou-se que a escola tem uma responsabilidade
de aproximar a família promovendo um bom acolhimento, um clima favorável que
atraia as famílias para se envolverem na vida escolar dos filhos. E também as
famílias deverão se disponibilizar para
esta interacção.
Palavras-chave: interacção
família-escola; gestão; Processo de ensino e aprendizagem
INTRODUÇÃO
Hoje
em dia, tendo em conta da realidade que se vive na nossa sociedade, acontece
que muitas famílias preocupam-se pouco,
aliás dão pouco tempo em acompanhar a
vida educativa dos filhos para se
concentrarem noutras actividades com vista a sustentar a vida familiar. Isto
verifica-se quando se trata do acompanhamento da vida escolar dos filhos. Basta matricular os filhos na escola, as
famílias acham que já terminou a sua missão ou responsabilidade. A escola
também, basta acolher o educando, não se preocupa de associar a sua família a
este trabalho educativo, a não ser o de convocar a família quando houver uma
situação preocupante sobre o educando. Vê-se que entre a escola e a família não
há uma continuidade de educação dado que há falta de interacção entre estas
duas agentes.
A
falta da interacção entre família e escola tem repercussões nefastas na
educação dos filhos. Isto é, prejudica o processo de ensino e aprendizagem, o
desempenho escolar ou académico dos educandos, e mesmo o próprio comportamento
do educando. A valorização desta interacção, pelo contrário, favorece uma
educação que garante o sucesso do processo educativo.
Com
este trabalho pretende-se compreender a importância da interacção entre a
família e a escola, analisar as práticas do envolvimento da família e a forma
como a escola está organizada para receber
e promover a participação da família nas suas actividades, identificar
os problemas que dificultam esta interacção e reflectir sobre o impacto desta
interacção na gestão do processo de ensino e aprendizagem.
A
elaboração deste trabalho tornou-se possível graças a sondagem feito na escola
primária 1º de Maio, da cidade de Inhambane apoiando-se também duma consulta
bibliográfica para enriquecer o trabalho. O trabalho limitar-se-á ao aspecto da interacção entre família e
escola como desafio para a gestão do processo de ensino e aprendizagem.
Para
concretizar o nosso propósito, três pontos serão tratados. O primeiro trata das
definições de termos que constituem a chave da nossa pesquisa; O segundo trata
das metodologias usadas para tornar possível o nosso trabalho; o terceiro apresenta
os resultados obtidos no inquérito assim como as suas respectivas
interpretações; e por fim vem as considerações finais.
- DEFINIÇÃO
DE TERMOS NO CONTEXTO DA PESQUISA
Neste
tópico pretende-se definir os termos considerados essenciais para a compreensão
do tema. Assim, as definições serão feitas tendo em conta do contexto do nosso
trabalho.
1.1. A família e suas funções
O
termo família pode ser definido como
Grupo
social duradouro com base no casamento e relacionamentos de sangue, exercendo
influencias hereditárias e ambientais das principais dimensões sobre o
recém-nascido. Via de regras, os pais e seus filhos dependentes constituem a
família. Como grupo primário, a família com filhos é mantida em conjunto pelo
parentesco e relações íntimas marcadas por carinho, afeição e apoio, bem como
pela partilha mútua em várias atividades e interesses. (PIKUNAS apud LIMA, 2009:
68).
A
definição acima citada sublinha o aspecto da descendência e da união do sangue
como elementos essenciais para conceitualizar a família. Mas, olhando para
nossa realidade africana, esta definição parece muito restrita e limitada e
para isso, precisa de ser definida numa outra vertente mais abrangente.
MARUJO
et al (1998:10) considera que a família deve ser compreendida numa acepção
alargada porque, cada vez que refere a mães e pais estaremos não só a pensar em
progenitores biológicos, mas também em pais e mães adoptivos, em padrastos e
madrastas, em avós e avôs, em encarregados de educação, em educadores em geral.
Apoiando a
ideia, BOCK (2004:249) acrescenta que,
culturalmente,
a família é um grupo tão importante que, na sua ausência, a criança ou o adolescente precisa de uma
família substituta ou devem ser abrigados em uma instituição que cumpra suas
funções materna e paterna, isto é, as funções de cuidados para a posterior
participação na coletividade.
Portanto, a família é uma realidade
muito complexa. Limitar-se ao aspecto biológico seria diminuir a sua
abrangência. No nosso caso, considera-se família o ambiente que cuida dos
filhos assim como todos os membros que vivem no mesmo seio, unidos ou não por
laços de afinidade ou de sangue. Neste caso, consideram-se família, todos
aqueles que se encarregam da educação dos filhos e acompanham o processo
educativo dos mesmos; podem ser pais biológicos ou não, padrastos, tias,
encarregados da educação, avós, e os próprios filhos, etc.
1.2. A escola e
o seu papel na vida do educando
Como
instituição básica e transmissora da cultura e
socializadora dos indivíduos, a escola desempenha um papel importante na
sociedade. Desta forma, ele não é só um lugar de aprendizagem, mas também um
campo de acção no qual há continuidade de vida afectiva que existe no ambiente
familiar.
É
nesta perspectiva que PIMENTA at al
(1999:89) considera a escola como sendo, uma instituição social básica, um
conjunto de relações, processos e recursos para satisfazer interesses e
necessidades comuns. A escola como instituição, responde à necessidade social
de transmitir cultura, socializar o indivíduo e prepará-lo para desempenhar um
papel na sociedade.
Portanto,
como instituição educativa, a escola é um ambiente educativo ao serviço da
sociedade. A sua presença assegura a continuidade da educação dos filhos. Por
esta razão, há mesmo necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a
família. Ela, é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se
lugares agradáveis para a convivência de todos. O seu papel é de grande
importância dado que a família deposita nela uma confiança para perpetuar a
cultura e a socialização dos filhos com uma nova cultura afim de satisfazer as
preocupações da sociedade.
1.3. A interacção família-escola
Segundo
JANE e MARILZA (2010), a expressão ‘interacção família-escola’ se baseia na
ideia de reciprocidade e de influência mútua, considerando as especificidades e
mesmo as assimetrias existentes nessa
relação.
Falando
desta interacção, considera-se que cada parte tem as suas responsabilidades ou
papéis, mas trabalhando em conjunto, estes papéis não se repulsam quando se
trata da educação dos filhos, mas sim, complementam-se. É isto que os autores
acima referido chamam ‘reconhecimento das diferenças’. O reconhecimento dessa
diferença é fundamental para a interacção. O desafio é fazer com que essa
assimetria produza complementaridade, e não exclusão ou superposição.
1.4. A necessidade da interacção família-escola no
processo de ensino e aprendizagem
A
questão de interacção entre família e escola é uma preocupação para todos dado
que ambas as partes desejam uma boa educação e um bom aproveitamento escolar
dos educandos. Por esta razão, viu-se a
necessidade de favorecer esta relação e
criar um laço de colaboração e cooperação entre elas.
Segundo
DELORS at al (1998:111), a relação da família com a escola é indispensável
porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade
entre a educação escolar e familiar.
Considera-se
que bons contactos entre família e escola revestem todo interesse para a
educação da criança. Estas passagens sugerem que haja colaboração entre as duas
instituições, para responder às exigências educativas.
No entanto,
é necessário que as famílias criem o hábito de participar na vida escolar dos
educandos, e que percebam que é importante relacionar-se com a escola na busca
de um objetivo em comum, ‘a educação dos filhos e o bom aproveitamento para
todos’. A escola deve favorecer o clima de aproximação das famílias mostrando-as que educar não é
papel exclusivo da escola, mas sim, de todos. As duas instituições devem colaborar,
cooperar e trabalhar em parceria para maximizar os resultados educativos.
1.5. Envolvimento da família na gestão do processo de
ensino e aprendizagem
Este
ponto apresenta a família como um dos pilares da sustentação da vida escolar e
por isso, o seu envolvimento na gestão das actividades escolares é de grande
importância.
A
participação da família na elaboração do projecto político-pedagógico da escola,
por exemplo, é um dos aspectos a considerar com atenção para a gestão do
processo educativo.
O envolvimento da família pode ser feito
na participação na selecção de materiais curriculares; apresentação de
propostas de temas a explorar ( em conjunto, por alunos, pais e professores)
nas áreas disciplinares, transdisciplinares e de complemento curricular;
Participação na definição dos critérios que permitem determinar aquilo em que
consiste um desempenho de sucesso, em áreas do currículo cuja concepção e
planificação tenha contado com a sua intervenção (LIMA, 2002: 150).
Assim,
pelo conhecimento particular que têm dos seus educandos, as famílias são um dos
elementos fundamentais, mas nem sempre valorizados na gestão do processo
educativo. Elas poderão
proporcionar
informação sobre as necessidades especiais dos alunos; informar acerca das circunstâncias
familiares; transmitir informação sobre o comportamento do aluno fora da escola
e sobre a atitude que este tem para com a escola e para com os professores;
informar o professor sobre qualquer interesse ou talento especial do aluno; dar
a conhecer as suas ideias sobre a educação do aluno e a sua relação com planos
futuros de aprendizagem; contribuir para assegurar a harmonia entre o ambiente
natural da família e o ambiente da escola; participar activamente na
aprendizagem do aluno; organizar visitas familiares de estudo com um interesse
curricular; colocar os seus conhecimentos e habilidades especiais à disposição
da escola. (BRENNAM apud PACHECO, 2002: 98).
ROBEIRO
apud LIMA (2002: 150) admite também que a extensão da intervenção das famílias seja
efectiva. Isto é, trabalhar com as famílias nos assuntos tais como:
A progressão/retenção dos alunos, as regras
de disciplina a vigorar na escola, o cumprimento dos programas por parte dos
professores, o regulamento de faltas, a organização interna da escola (por
exemplo, a organização do currículo, a composição das turmas, o calendário
escolar, as actividades de complemento curricular), a nomeação, controlo e
avaliação do pessoal docente, na
avaliação de desempenho e na progressão de carreira.
A
presença das famílias ou encarregados da educação na planificação de
actividades ou na tomada de certas decisões, obriga a escola e família a interagir e a levar a sério a
formação dos educandos. Deste modo, Ao invés da escola chamar ou convocar a
família apenas quando as coisas não andam bem, quando as notas estão baixas, ou
quando se precisa de uma ajuda pontual, ela deve ser vista como elemento
participativo ou como um co-autor do processo educativo escolar e,
consequentemente, envolver-se mais directamente na concretização do mesmo.
1.6. O impacto da interacção família-escola no processo
de ensino e aprendizagem
A
interacção entre família e escola tem uma influencia maior sobre a aprendizagem
dos alunos, dado que estes serão muito empenhados nos trabalhos por saber que a
família acompanha os seus estudos.
A
pesquisa de LIMA (2002:288) mostra que:
Nos
alunos, o envolvimento parental conduz a uma maior motivação, a mais
aproveitamento escolar e a um melhor comportamento disciplinar. Nos pais,
verifica-se uma melhoria da sua auto-estima e o acesso a informação que lhes é
útil para orientar os filhos; nos professores, o envolvimento parental pode
tornar o seu trabalho mais facilitado e bem sucedido, além de mais bem visto,
porque compreendido pelos pais.
De
facto, a interacção da família e escola, facilita os papéis tanto dos
professores como dos encarregados. E neste caso, é o educando que beneficia.
JANE e MARILZA (2010) mostra que, quando ocorre bem e é bem conduzido o
processo de aproximação entre escola e família, as crianças tornam-se mais
participativas em salas de aula, animadas com os estudos e alegres com a
escola.
Importa
aqui realçar que, uma boa interacção entre família e escola culmina sempre ao
sucesso escolar, embora um caso particular possa dizer o contrário. O bom êxito
ou sucesso escolar está profundamente relacionado com a participação positiva
dos pais na educação dos filhos. No entanto, esta interacção não se limita a
acompanhar a criança na escola ou participar na reunião da abertura ou de
encerramento escolar. Uma verdadeira interacção é, a troca de impressões, de
experiências e a preparação em conjunto das actividades educativas. Chegando a
trabalhar em conjunto, a família como a escola irá recuperar a sua imagem
antiga que ela tinha a respeito do valor da educação familiar e escolar. Deste
modo será uma nova elã da vida escolar onde todos colaboram para o bem de
todos.
2. DESENHO METODOLÓGICO
Esta
pesquisa foi realizada na Escola Primária Completa 1º de Maio da Cidade de Inhambane. O grupo alvo foi constituído por pais e encarregados de
educação, professores e pessoal da direccão da mesma escola e alunos. Com este
grupo, alguns foram entrevistados e outros receberam um questionário com
perguntas abertas e fechadas. Esta metodologia possibilitou-nos obter
resultados concretos e fiáveis que levaram a pesquisa às conclusões práticas.
2.1.Tipo de
método
A abordagem da problemática educacional
tende a estar bem enquadradas na metodologia ou abordagem qualitativa. Portanto
a abordagemm metodológica enquadra-se
no âmbito da pesquisa da gestão da educação com opção metodológica qualitativa.
Este tipo de investigação, Segundo Guba e Wolf apud Gogdan e Biklen (1994:17),
é frequentemente designada por naturalista, porque o investigador frequenta os
locais em que naturalmente se verificam os fenômenos nos quais está
interessado, incidindo os dados reconhecidos nos comportamentos naturais das
pessoas.
A escolha da pesquisa qualitativa
justifica-se porque, a investigação qualitativa é descritiva, onde o
investigador tende a analisar os seus dados de forma indutivo e permite melhor
compreender, descrever e interpretar os factos inerentes ao estudo. Assim, o
objectivo principal será de interpretar o fenómeno
que vai ser observado.
Sendo
descritiva a investigação qualitativa, o pesquisador procurou compreender de
forma profunda os problemas ligados a interacção e compreender o que está “por
trás” de certos comportamentos, atitudes ou convicções ligados a esta
interacção entre família e escola. Neste trabalho, o investigador foi o instrumento de recolha de dados por
excelência, assim, a fiabilidade dos dados dependeram da sua sensibilidade, da
sua integridade e do seu conhecimento sobre o assunto.
2.2. Instrumentos de recolha dos dados
Para a concretização deste trabalho foram usados
como instrumento de recolha de dados, o questionário e a entrevista. A
escolha destes dois instrumentos de
investigação é devido ao facto de serem os mais directo e completo
possível.
2.2.1.
Questionário
Para Severino (2009:125), o questionário é o conjunto de questão
sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas
por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a conhecer a opinião dos mesmos
sobre os assuntos em estudo.
O questionário é extremamente útil quando um investigador pretende
recolher informação sobre um determinado tema. Deste modo, através da aplicação
de um questionário a um público-alvo constituído por pais e encarregados de
educação, professores, alunos e pessoal
administrativo, é possível recolher informações que permitam conhecer melhor a o
grau de interacção entre as duas instituições, bem como criar ou melhorar as
estratégias para efectivar esta interacção.
O
questionário será constituído por
questões abertas e fechadas (inquérito misto), o que permitirá inquirir um
grupo representativo da população em estudo.
A
escolha do questionário para este grupo
alvo, foi no sentido de que a maioria
dos inqueridos tem facilidade para ler, compreender e responder às perguntas
sem precisar dum intérprete em fornecer com exatidão as ocorrências ou
encontros que a escola tem realizada com
a família ou pais encarregados da educação. Foi dado aos professor porque estes
estão em contacto directo com os alunos e fazem ponte entre a escola e a
família.
2.2.2.
Entrevista
A
entrevista será do tipo padronizada. Segundo Lodi apud Marconi & Lakartos
(2010:82), o motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às
mesmas perguntas, permitindo que todas elas sejam comparados com o mesmo
conjunto de perguntas, e que as diferenças devem reflectir diferenças entre os
respondentes e não diferenças nas perguntas.
Assim,
foi elaborada uma entrevista padronizada. As Perguntas eram as mesmas para
todos os inquéritos para obter várias respostas que ajudaram a compreender o
nível da interacção entre a escola e a família.
O grupo alvo deste tipo de
inquérito são os pais e encarregados da educação. A escolha foi feita tendo em
conta da realidade do nível académico dos pais e encarregados da educação
desconhecido. Isto é, o pesquisador não tinha conhecimento sobre as
habilitações literárias do grupo alvo. Para não ter dificuldade no campo,
escolheu-se a entrevista para dar oportunidade a todos responder com facilidade
e liberdade.
2.3. Universo e amostra
2.3.1. Universo
Na
EPC 1º de Maio de Inhambane funcionam 3 ciclos do Ensino Básico. Este ano
lectivo de 2015, o 3º ciclo tem um total de 1015 alunos subdivididos em 20 turmas.
24 Professores trabalham com os três ciclos. O Director da escola e o seu
Adjunto pedagógico, fazem parte dos inquiridos. Os pais e encarregados da
educação foram também escolhido ao acaso dependendo da disponibilidade de cada
um. Os mesmos que foram considerado como fazendo parte do universo, foram
também considerados como membro de amostra. Assim, o universo foi constituídos
por 1045 elementos.
2.3.2. Amostra
Para
tornar possível esta pesquisa, foi usada a amostragem aleatória simples, que
consiste na seleção aleatória dos elementos, de tal maneira que cada um tenha a
mesma probabilidade de ser selecionada. No total da população foi escolhido ao acaso um grupo de 35 alunos que
vai servir de amostra, 40 pais e encarregados da educação, 22 professores, 8 directores de turmas e 2 pessoal
administrativo. Portanto, a pesquisa foi direcionada a 107 inquiridos.
2.4. Plano de Processamento de dados
Os
dados fornecidos foram recolhidos de forma bruta e apresentados numa tabela
geral de recolha de dados, e depois, foi arranjada uma tabela por cada grupo de
pergunta e as respectivas respostas agrupadas segundo a aproximação das mesmas. Isto é, as respostas semelhantes
ficaram na mesma rúbrica. E depois se passou a análise de dados.
2.5. Método de apresentação de dados
Os dados obtidos nesta pesquisa foram processados
usando a folha de cálculo do Excel. Depois da recolha de dados, estes foram registadas,
classificados, codificados e tabulados. A codificação foi feita através de
categoria de inquéritos. Os valores foram apresentados em número e/ou transforados em percentagem. Esta
apresentação foi feita em forma tabelas com as respectivas percentagens para
facilitar a leitura e interpretação dos mesmos.
2.6. Medidas
de tendência central e de dispersão
Na nossa apresentação e análise de dados, recorremos à
medida de tendência central (média) para completar a análise. Esta medida
descreve o resultado típico ou médio de uma distribuição (SPRINTHALL e
SPRINTHAL, 1994). Recorremos ainda ao desvio padrão para podermos identificar o
grau em que os valores de uma distribuição se desviam da média.
3. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Depois da recolha de dados, os resultados foram submetidos a uma análise
e interpretação. Isto significa que teremos os dados de 35 alunos, 2 pessoal
administrativo, de 22 professores, 8 Directores de turma e de 40 pais e encarregados
de educação.
3.1. O envolvimento
da família na vida escolar dos educandos
Para
obtenção da informação a respeito deste tópico, foi colocada a seguinte
pergunta base a todos os inqueridos: “Acha que é importante a implicação da
família na vida escolar dos educandos?” E pediu-se para justificar a resposta.
Esta pergunta visava essencialmente compreender a posição dos enqueridos sobre a pertinência da sua
implicação no processo de ensino e aprendizagem.
Conforme
se nota na tabela em análise, dos 107 (100%) informantes questionados, 94
(87,8%) consideram que é importante a implicação da família na vida escolar dos
educando. E nenhum deles deu uma posição negativa, só que 13 (12%) informantes
não deram as suas opiniões sobre a pergunta.
Na
mesma pergunta, queríamos saber o porquê da resposta dada. Assim, a seguir vem
a justificação da resposta referente à pergunta colocada na tabela 2.
Por
aquilo que se nota na tabela 3, 31 (28,9%) informantes consideram que é
importante a implicação da família porque ajuda a resolver problemas, 17 (15,8%)
mostraram que esta implicação une os esforços para que haja uma educação, 21 (19,6%)
falam de que a implicação da família ajuda no acompanhamento dos alunos, 20 (18,6%)
mostraram que a implicação é para ajudar a colaborar na educação dos alunos e
18 (16,8%) sublinhara o aspecto da partilhar de experiências.
As
respostas referidas à justificação da pergunta relativa a opinião dos inqueridos
sobre a implicação da família na vida escolar dos educandos, apresenta uma
média superior a 4, o que nos leva a dizer que a opinião dos inqueridos é de
concordância em relação à pergunta colocada.
O
desvio padrão indica como os valores de uma distribuição se desviam da média. Quando
maior for o valor de desvio padrão, mais os valores se deviam da média. Analisando
a tabela 3, vimos que os valores do desvio padrão oscilam entre 3.8 para
resolução de problema; 1.5 relacionado a
unir esforços; 3.4 para o acompanhar os
alunos; 2.8 de colaborar na educação e 1.2 para partilhar experiências. De
forma geral, os valores de desvio padrão tais como apresentados, apresentam um
pequeno desvio em relação à média.
Seja
qual for a diferença do desvio, a maioria dos inqueridos é do comum acordo de
que a implicação da família na vida dos educandos é muito importante dado que,
a educação escolar é uma continuidade da educação familiar. Esta implicação
pode ser percebida como colaboração na tarefa educativa, partilha das
experiência do progresso educativo dos educandos ou caminhos para ajudar o educando
no seu percurso educativo. Portanto, quando há esta implicação da família, há
uma parceria que se estabelece no sentido de se alcançar um objectivo comum,
embora cada uma das partes envolvidas tenha o seu papel legítimo (LEMMER,
2006:141).
Segundo
LIMA (2002: 269), a maioria das famílias desenvolve uma interacção com o
estabelecimento escolar de tipo ‘tradicional’ que consiste em idas à escola,
por solicitação do professor para o comportamento disciplinar dos filhos, ou
quando há algum problema.
Com
esta ideia, o autor mostra que a interacção entre estas duas instituições
é superficial e mesmo não existe dado
que, as famílias se apresentam na escola, não para trocar experiências e
impressões sobre a vida do aluno, mas apenas para receber resultado dos filhos
ou responder às convocatórias. Numa conversa informal, falando com alguns
professores para saber como a escola interage com as famílias dos educandos, as
respostas foram todas negativas. De forma geral, disseram que não existe uma
interacção especifica a não ser que a
escola convoque os pais para assunto da indisciplina dos filhos. Isto mostra
realmente que há dificuldade da escola interagir com a família.
3.2. A necessidade da interacção entre família e escola
Para
a obtenção da informação sobre o presente tópico recorreu-se à pergunta, “a
escola envolve a família nas actividades que tem planificada ?” Esta colocação
tinha como objectivo, mostrar como é que a escola envolve a família nas
actividades que realiza, isto é, nas
reuniões da escola, na planificação das actividades escolar, etc
À
questão relativa ao envolvimento da família nas actividades planificadas pela
escola, os resultados recolhidos revelam
que um número elevado, 45 (42 %) informantes afirma que nunca a família tem
sido envolvida nas actividades da escola. Alguns 28 (26 %) afirmaram que este envolvimento tem acontecido
raramente. 25 (23 %) mostraram que é ocasionalmente que isto acontece. Um grupo
de 7 (6,5%) inqueridos indicam ter este envolvimento frequentemente e apenas 2 (1,8 %) afirma envolver
sempre a família nas actividades.
Esta
distribuição das respostas relaciona-se com a média 9, relativa à resposta
nunca, 5,6 à raramente, 5 relativa a ocasionalmente, 1,4 à frequentemente e 0,4
relativa a resposta sempre.
Do
mesmo modo, o desvio padrão mostra uma distribuição de 11,9 para a resposta
relacionada a nunca, 3,7 raramente; 6,5
ocasionalmente; 1,1 frequentemente e 0,5 sempre.
Em
relação à média das respostas, observou-se um desvio, dado que a média não é
homogénea, há valores inferior a 1 e outros superior a 1. Os valores são desproporcionados.
Portanto,
constatou-se que a maioria dos inqueridos apresentam uma opinião não positiva
em relação ao envolvimento da família nas actividades realizadas pela escola. O
intervalo entre a resposta “nunca”
e “sempre” é muito grande. O que mostra
que não há envolvimento visível. Situação que não é normal.
O
envolvimento da família nas actividades da escola deveria ser uma prioridade
para todos dado que ambas as partes desejam uma boa educação e um bom
aproveitamento escolar dos educandos.
Por esta razão, viu-se a necessidade de favorecer este envolvimento e criar um laço de colaboração
e cooperação entre estas duas entidades.
DELORS
at al (1998:111) mostra que, a relação da família com a escola é indispensável
porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade
entre a educação escolar e familiar.
Considera-se
que bons contactos entre família e escola revestem todo interesse para a
educação da criança. Estas passagens sugerem que haja colaboração entre as duas
instituições, para responder às exigências educativas. Esta colaboração se
concretiza nas reuniões com as famílias, na planificação das várias actividades
que envolvem escola e família.
De
acordo com TAVARES e ALARCÃO (2005:147), a interacção entre todos os agentes
educativos origina uma complexa rede de relações que vão influenciar o
relacionamento entre o educador e o educando a que se chama, embora numa
acepção mais ampla, relação educativa.
Na
nossa opinião, o envolvimento da família nas actividades que a escola planifica
é muito importante e influencia muito na
relação entre professor e aluno. Por um lado, o professor compreende o aluno
dado que tem um conhecimento amplo da vida do educando, e por outro lado, o
aluno confia no professor porque sabe que este comunica sempre com os
encarregados. Podemos, então, considerar que o contacto frequente entre duas
instituições tem impacto positivo na vida do educando.
3.3. Dificuldade da interacção entre família e escola
A
obtenção das informações a respeito deste tópico tornou-se possível através da
obtenção de respostas à questão base: “Consegue entrar em contacto com a
escola/família do seu educando ? se não, porque ? ” Com esta pergunta
pretendeu-se perceber, em primeiro lugar, dos motivos que dificultam a interacção
entre a escola e a família e em segundo lugar,
qual das variáveis “género” tem mais facilidade e/ou dificuldade em entrar
em contacto com a família ou escola. Neste item, os alunos são excluídos porque
se trata da família como pais e encarregados e da escola.
Como
se nota na tabela em análise, num total de 72 (100%) elementos questionados, 25
(34,7%) inqueridos, entre os quais 7 (9,7%)
homens e 18 (25%) mulheres
mostraram que conseguem entrar em contacto e 47 (65,2%) inqueridos, entre os quais 31 (43%) homens e 16 (22,2)
mulheres, não conseguem entrar em contacto com a escola ou família.
Os
dados apresentados fazem-nos ver que as mulheres têm facilidade ou seja
preocupam-se muito da vida escolar dos filhos em relação aos homens. Isto
porque, por um lado, dos 25 inqueridos que conseguem entrar em contacto, a
maioria 18 (25%), é do sexo feminino. Por outro lado, dos 47 que não conseguem
entrar em relação, a maioria 31(43%) é constituída pelos homens. Isto mostra
cada vez como os homens se afastam da realidade escolar dos educandos.
As
razões de dificuldade do contacto com família ou escola são várias. A tabela 6
apresenta os pormenores relativa a questão, Se não porque ?
A
tabela em análise apresenta a distribuição das respostas/justificação relativa
a questão, consegue entrar em relação com a família ou escola do educando ?
Analisando a tabela, constata-se que uma grande
percentagem, 19 (26,3%), apresenta como razão, falta do tempo. Destes, 10 são
homens 9 mulheres (cf. Tabela 7). 23 (31,9%) dos quais 12 homens e 11 mulheres,
falam de trabalho como impedimento. 14 (19,4%) entre os quais, 10 homens e 4
mulheres, disseram que o horário em que a escola organiza ou planifica os
encontros não correspondem ao tempo que a gente tem para resolver assuntos
escolares. 12 (16,6%) entre os quais, 5 homens e 7 mulheres, mostram que não
têm hábito de frequentar a escola ou a família para estes encontros. E por fim,
4 (5,5%) entre eles 1 homem e 3 mulheres mostraram que não entram em contacto
por razões pessoais.
Olhando
para os valores da respostas apresentados, a média revele-se muito
superior em relação ao desvio padrão, o
que mostra que a distribuição das respostas não está homogéneo. Há um grandes
desvios em relação à média.
Portanto,
as razões avançadas mostram que os homens são ocupados, seja por razão de
tempo, do horário de trabalho que têm ou por causa das ocupações profissionais
que não lhes permitem entrar em contacto com a escola ou família. Na óptica,
estas razões não justificam esta ausência porque existem também mulheres que
têm as mesmas ocupações mas acompanham a vida escolar dos filhos. Pode-se dizer
que, o que falta à família não é o interesse pela educação dos seus filhos mas,
antes, o conhecimento do modo como o sistema educativo funciona e como poderia
ou deveria estar a responder às necessidades dos seus filhos (LIMA, 2002:164).
A
questão de disponibilidade da família é uma realidade que se vive no nosso
quotidiano. No entanto, não é por causa da falta do tempo que as famílias não
entram em contacto com a escola, mas sim, por falta de interesse e da vontade
de acompanhar a vida escolar dos filhos.
Marujo
et al (1999:148) mostra que, acontece também que as famílias querem envolver-se
na vida escolar dos filhos, porém, muitos não sabem como fazê-lo, têm pouco
tempo disponível, ou estão face a uma escola que não estimula esse
envolvimento.
3.4. A influência das tarefas socioprofissional das
famílias na interacção com a escola
A
questão em análise estava direccionada apenas às famílias, com objectivo de
saber como é que as ocupações profissionais destes podem ou não influenciar na
interacção com a escola ou o seu envolvimento na educação dos filhos.
Portanto,
dum total de 40 (100%) inqueridos, 12 (30%) mostraram que apresentam-se na
escola no princípio do ano, ora para matrícula, ora para o primeiro encontro
com os pais e encarregados da educação. 5 (12,5%) confirmam que aparecem na
escola quando há problemas entre a escola (professores) e o educando ou
educandos entre eles. 7 (17,5%) mostraram que chegam na escola nos finais de
semestres ou do ano lectivo para receber notas dos filhos e se aperceber de
passagem para outra classe, 3 (7,5%) apresentam-se na escola por convite do
Director da Turma, por vários motivos mas sobretudo do comportamento e questão disciplinar dos alunos. Apenas 13
(32,5%) aparecem na escola para receber informação geral sobre os educandos.
Analisando
a frequência das respostas em relação ao tipo de profissão que as família têm,
viu-se que as famílias cuja profissão relaciona-se com a conta própria, têm uma
frequência do contacto com escola superior em relação às famílias cuja
profissão é ligada as instituições publicas. Neste caso, os encarregados da educação que são domésticos, cultivadores
e pescadores, se apresentam na escola dos filhos seja para receber uma
informação, seja para reuniões. Os que
trabalham nas instituições publicas apresentam-se na escola, sim, mas com uma missão bem
específica, a de receber notas ou quando
há problemas com o educando. Esta realidade já foi confirmada por alguns autores que mostraram que, de
forma geral, as famílias não se interessam na vida escolar dos filhos.
Os
dados de pesquisa realizados por AFONSO
apud LIMA (2002:160) por exemplo,
indicam que muitos professores transmitem aos pais, sistematicamente, a ideia
de que a sua presença e envolvimento na escola só são necessários quando
existem problemas com os alunos, ao nível do aproveitamento, da disciplina ou
da assiduidade. Em todas as outra situações, com excepção de algumas ocasiões festivas, os
encarregados de educação são desencorajados a entrar na escola, por tal se
revelar “inútil”.
3.5. A influência do nível académico das famílias na
interacção
Neste
tópico pretende-se apresentar dados que mostram como é que o nível de
escolaridade dos professores, pais e encarregados da educação influenciam na
sua interacção com escola.
Conforme
a tabela indica, inqueridos com baixo nível de escolaridade tem muita
dificuldade em interagir com a escola. Dos 72 (100%) inqueridos, 44 (61,1%) afirmam
terem dificuldade e 28 (38,9%) não terem. Dos 44 (100%) que têm dificuldade, 15
(34%) não têm nível escolar, 11 (25%) têm até terceira classe, 6 (13,6%)
chegaram até 6ª classe, 6 (13,6%) até 10ª classe, 4 (9%) até 12ª classe e só 2
(4,5%) têm o nível superior. Dos 28 (100%)
que não têm dificuldade, 2 (7,1%) são sem escolaridade, 3 (10,7%) estudaram até
3ª classe, 5 (17,8%) até 6ª classe, 4(14,2%) até 10 classe, 6 (21,4%) até 12ª
classe e 8 (28,5%) até nível superior.
Deste
modo, viu-se que o nível académico influencia muito na interacção entre s
família e escola, e mesmo a localização
de classe dos pais tem um impacto directo sobre a sua capacitação para intervir
na escolarização dos seus filhos e para participar enquanto consumidores
activos (CROZIER apud LIMA, 2002:163). Isto significa que uma família informada
sobre os assuntos escolares, facilmente
interessa-se em saber mais sobre o que os filhos aprendem ou devem aprender. Ao
passo que uma família não informada pode
ter receio de entrar em contacto com a escola por não ter ‘matéria’ a tratar
com ela. A primeira como a segunda posição não é categórica, porque existe
famílias sem formação académica mas que manifesta grande interesse na vida
escolar dos filhos e outras com esta formação mas estrangeiras na vida escolar
dos filhos.
3.6. Estratégias para fortalecer a interacção entre família
e escola
O
presente ponto tem como objectivo, apresentar as opiniões dos informantes sobre
as estratégias ou seja o que a escola e família podem fazer para que haja
interacção.
Conforme
os resultados recolhidos e apresentados na tabela 10, viu-se que há muito
interesse da parte dos informantes, que haja interacção concretizada em vários
aspectos. Dos 107 (100%) informantes, 40 (37,3%) mostraram que a participação
de todos os intervenientes da educação nas reuniões ou encontros é de grande
importância. 13 (12,1%) confirmam de que o convívio entre a família e escola é
necessário porque leva aos agentes conhecerem-se e partilhar alegrias e
dificuldades afim de ajudar os educandos. 22 (20,5%) mostraram que é importante
melhorar a qualidade de atendimento, isto é, quando o atendimento da família
for de qualidade, melhor será a interacção e a frequência desta na instituição
escolar. 5 (4,6%) falaram de que a escola e família deveriam fazer a
planificação das actividades juntas onde cada um podia dar a sua opinião e/ou
ponto de vista sobre qualquer ponto levantado. Outros 15 (14%) disseram que a
escola poderia sempre notificar a família quando houver necessidade. Outros
ainda 12 (11,2%) mostraram que é importante melhorar as condições no
atendimento, nas planificações e outros aspectos da escola que atraia ambas
partes a interagir. As respostas fornecidas mostram a preocupação que a
comunidade educativa tem em relação a interacção. Isto verifica-se quando se
analisa à média em relação ao desvio padrão. Constata-se que não há uma grande
diferença entre a média e o desvio, há
um certo homogeneidade. Isto é, na resposta reunião por exemplo, a média é 8 e o desvio 6.2 ou seja (8-6.2); quanto ao convívio (2,6-2.6),
os valores são idênticos; quanto ao atendimento (4,4-6.1) os valores têm uma
ligeira diferença; na planificação (1-1.7), há uma pequena diferença, da mesma
forma que na notificação (3-3.9), e quanto a melhorar as condições (2,4-2), também
há um diferença mínima. De forma geral, em todas as respostas, os valores são
bem próximos. Isto mostra que as opiniões dos inqueridos têm uma concordância.
As
opiniões fornecidas dão para dizer que, a interacção entre família e escola
deve ser uma aliança fundamental, e que a necessidade de se construir uma
relação entre escola e família, deve ser para planear, estabelecer compromissos
e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade
tanto em casa como na escola. (PICANÇO, 2012: 14).
A
presença das famílias na planificação de actividades ou na tomada de certas
decisões, obriga a escola e família a
levar a sério a formação dos educandos. Deste modo, Ao invés de a escola chamar
ou convocar a família apenas quando as coisas não andam bem, quando as notas
estão baixas, ou quando se precisa de uma ajuda pontual, ela deve ser vista
como elemento participativo ou como um co-autor do processo educativo escolar
e, consequentemente, envolver-se mais directamente na concretização do mesmo.
CONSIDERAÇOES
FINAIS
Após
apresentação, análise e interpretação dos dados, chegou o momento de apresentar
as conclusões feitas a base das constatações.
A
pesquisa revela que a escola e família são duas instituições que devem juntar
os esforços para gerir o processo de ensino e aprendizagem. Isto significa que,
a escola e a família devem criar espaço duma interacção que culmine na gestão deste mesmo processo. Portanto,
a escola deverá valorizar a participação
da família nas suas actividades e a família, por seu lado, deverá disponibilizar-se
a colaborar com a escola em todos os aspectos.
Viu-se
que ainda há muita dificuldade neste campo de interacção tanto do lado da
família quanto da escola. A família aparece na escola que quando há problemas,
por um lado, e por outro lado, escola tem dificuldade de envolver a família nas
suas actividades educativa e persuadi-la a contribuir com a sua presença na
gerência do processo de ensino e aprendizagem. Constatou-se também que há um grande
desequilíbrio no que tange ao acompanhamento da vida escolar dos filhos. Um
número elevado das mulheres interessa-se à vida escolar dos filhos em relação
aos homens, estes últimos não têm muito tempo para isso, seja por razão de
serviço, seja por causa do horário das actividades da escola que não coincidem
com os seus horários. Mas entretanto, quando houver problemas ou recepção das
notas dos filhos os mesmos aparecem. É uma contradição que anotamos ao longo da
pesquisa. Notou-se também que à medida que o nível académico das família
aumenta, há envolvimento na vida escolar dos filhos. Isto é, a família que tem
um certo nível académico não tem dificuldades a interagir com a escola em
relação à família sem nível académico. Viu-se também que as família com um
emprego ligado as instituições pública têm dificuldade a acompanhar a vida
escolar dos filhos em relação às famílias com um trabalho a conta própria. Portanto,
as variáveis, nível académico das famílias, profissão e género influenciam no envolvimento na vida
escolar dos filhos.
Tudo
isto leva-nos a afirmar que a interacção entre família e escola é
imprescindível para sucesso e a gestão do processo de ensino e aprendizagem. A
escola junto com a família deveram planificar as actividades que favorece esta
interacção. Assim, a escola deverá
organizar as reuniões com as famílias, planificar as actividades juntos,
chamar a família quando necessário e visitá-la se possível. Tudo isso para
maximizar os encontros que favorecem a interacção entre elas. Quando melhor for
a interacção entre a família e escola mais positiva será a gestão do processo
de ensino e aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA
- BOCK, Ana M. Bahia at al. Psicologia:
uma introdução ao estudo de Psicologia, 6ª ed.
São Paulo, Editora Saraiva, 1994
- DELORS,
at al. Educação, um tesouro a descobrir: Relatório para a
UNESCO da comissão internacional
sobre educação para o século XXI, São Paulo, Cortez Editora, 1998
- JANE Margareth Castro e MARILZA Regattieri. [online]
Disponível na internet via http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001877/187729por.pdf,
acesso 15/06/2014. 14.20’
- LEMMER,
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Maputo, textos editores, Lda, 2006
- LIMA,
Jorge Ávila. Pais e professores: um desafio à cooperação, Lisboa,
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- LIMA,
Liliane Correira. Interação família-escola: papel da família no
processo de ensino e aprendizagem. [online] Disponível na internet via
http://www.diaadiaeducaçao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2009-8.pdf
acesso 26/06/2014
- MARCONI,
Marina de Andrade & LAKARTOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa, 7ªed., São Paulo, 2010
- PACHECO,
José Augusto. Currículo: Teoria e Praxis, Porto, Porto Editora,
2002.
- PAIVA,
Renato. Ensinar o teu filho a estudar, Lisboa, Esferadas dos
livros, 2012.
- PIMENTA,
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1999
- SEVERINO,
António Joaquim. Metodologia de
trabalho científico, 23ªed., São Paulo, Cortez editora, 2009
- TAVARES,
José & ALARCÃO, Isabel. Psicologia do desenvolvimento e da
aprendizagem, Coimbra, Almeida, 2005
Apêndice 1.
Questionário para Directora da Escola, Adjunta
pedagógica, professores e alunos
O presente
questionário insere-se na realização duma pesquisa subordinada ao tema
Interacção família-escola: um desafio para a gestão do processo de ensino e
aprendizagem. Este questionário foi elaborado com o objectivo de recolher
vossas opiniões acerca do tema. Os dados por si fornecidos serão usados para
efeitos meramente académicos. Por isso agradece-se a sua colaboração e
objectividade nas respostas.
Nome
__________________ sexo _____ Habilitação__________ Profissão______________
1. Acha
que é importante a implicação da família
na vida escolar dos educandos ? se sim, porque ?
2. A
escola tem envolvida a família nas actividades que tem planificadas ?
3. Consegue
entrar em contacto com a escola/família do seu educando ? se não, porque ?
4. Tem
encontrado algumas dificuldades em interagir com a família ou escola ?
5. O
que é que a escola e a família podem fazer para incentivar esta interacção
entre elas ?
Apêndice 2.
Entrevista para famílias
O presente
questionário insere-se na realização duma pesquisa subordinada ao tema
Interacção família-escola: um desafio para a gestão do processo de ensino e
aprendizagem. Este questionário foi elaborado com o objectivo de recolher
vossas opiniões acerca do tema. Os dados por si fornecidos serão usados para
efeitos meramente académicos. Por isso agradece-se a sua colaboração e
objectividade nas respostas.
Nome
__________________ sexo _____ Habilitação__________ Profissão______________
1. Acha
que é importante a implicação da família
na vida escolar dos educandos ? se sim, porque ?
2. A
escola tem envolvida a família nas actividades que tem planificadas ?
3. Consegue
entrar em contacto com a escola/família do seu educando ? se não, porque ?
4. Em
que circunstância a família entra em contacto com a escola ?
5. Tem
encontrado algumas dificuldades em interagir com a família ou escola ?
6. O
que é que a escola e a família podem fazer para incentivar esta interacção
entre elas ?