segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Interacção Família-Escola: desafio para a Gestão do Processo de Ensino e Aprendizagem

RESUMO
O presente trabalho pretende disseminar os resultados obtidos na investigação feita na escola primária completa 1º de Maio, na cidade de Inhambane, em que foram usados como instrumentos, o questionário e a entrevista. Este trabalho pretende compreender a importância da interacção entre a família e a escola, analisar as práticas do envolvimento da família e a forma como a escola está organizada para receber  e promover a participação da família nas suas actividades, identificar os problemas que dificultam esta interacção e reflectir sobre o impacto desta interacção na gestão do processo de ensino e aprendizagem. Os resultados da investigação revelam há uma fraca interacção entre a família e a escola, embora ambas as partes reconheçam esta importância para a gestão do processo de ensino e aprendizagem. As dificuldades da interacção são ligadas ao nível académicos das famílias, o tipo de profissão e do género dos inqueridos. Considerou-se que a escola tem uma responsabilidade de aproximar a família promovendo um bom acolhimento, um clima favorável que atraia as famílias para se envolverem na vida escolar dos filhos. E também as famílias deverão se disponibilizar  para esta interacção.

Palavras-chave: interacção família-escola; gestão; Processo de ensino e aprendizagem


  
INTRODUÇÃO
Hoje em dia, tendo em conta da realidade que se vive na nossa sociedade, acontece que muitas famílias  preocupam-se pouco, aliás dão pouco tempo  em acompanhar a vida educativa  dos filhos para se concentrarem noutras actividades com vista a sustentar a vida familiar. Isto verifica-se quando se trata do acompanhamento da vida escolar dos filhos.  Basta matricular os filhos na escola, as famílias acham que já terminou a sua missão ou responsabilidade. A escola também, basta acolher o educando, não se preocupa de associar a sua família a este trabalho educativo, a não ser o de convocar a família quando houver uma situação preocupante sobre o educando. Vê-se que entre a escola e a família não há uma continuidade de educação dado que há falta de interacção entre estas duas agentes.
A falta da interacção entre família e escola tem repercussões nefastas na educação dos filhos. Isto é, prejudica o processo de ensino e aprendizagem, o desempenho escolar ou académico dos educandos, e mesmo o próprio comportamento do educando. A valorização desta interacção, pelo contrário, favorece uma educação que garante o sucesso do processo educativo.
Com este trabalho pretende-se compreender a importância da interacção entre a família e a escola, analisar as práticas do envolvimento da família e a forma como a escola está organizada para receber  e promover a participação da família nas suas actividades, identificar os problemas que dificultam esta interacção e reflectir sobre o impacto desta interacção na gestão do processo de ensino e aprendizagem.
A elaboração deste trabalho tornou-se possível graças a sondagem feito na escola primária 1º de Maio, da cidade de Inhambane apoiando-se também duma consulta bibliográfica para enriquecer o trabalho. O trabalho limitar-se-á  ao aspecto da interacção entre família e escola como desafio para a gestão do processo de ensino e aprendizagem.
Para concretizar o nosso propósito, três pontos serão tratados. O primeiro trata das definições de termos que constituem a chave da nossa pesquisa; O segundo trata das metodologias usadas para tornar possível o nosso trabalho; o terceiro apresenta os resultados obtidos no inquérito assim como as suas respectivas interpretações; e por fim vem as considerações finais.

  1. DEFINIÇÃO DE TERMOS NO CONTEXTO DA PESQUISA
Neste tópico pretende-se definir os termos considerados essenciais para a compreensão do tema. Assim, as definições serão feitas tendo em conta do contexto do nosso trabalho.
1.1. A família e suas funções
O termo família pode ser definido como
Grupo social duradouro com base no casamento e relacionamentos de sangue, exercendo influencias hereditárias e ambientais das principais dimensões sobre o recém-nascido. Via de regras, os pais e seus filhos dependentes constituem a família. Como grupo primário, a família com filhos é mantida em conjunto pelo parentesco e relações íntimas marcadas por carinho, afeição e apoio, bem como pela partilha mútua em várias atividades e interesses. (PIKUNAS apud LIMA, 2009: 68).
A definição acima citada sublinha o aspecto da descendência e da união do sangue como elementos essenciais para conceitualizar a família. Mas, olhando para nossa realidade africana, esta definição parece muito restrita e limitada e para isso, precisa de ser definida numa outra vertente mais abrangente.
MARUJO et al (1998:10) considera que a família deve ser compreendida numa acepção alargada porque, cada vez que refere a mães e pais estaremos não só a pensar em progenitores biológicos, mas também em pais e mães adoptivos, em padrastos e madrastas, em avós e avôs, em encarregados de educação, em educadores em geral.
Apoiando a ideia, BOCK (2004:249) acrescenta que,
culturalmente, a família é um grupo tão importante que, na sua ausência,  a criança ou o adolescente precisa de uma família substituta ou devem ser abrigados em uma instituição que cumpra suas funções materna e paterna, isto é, as funções de cuidados para a posterior participação na coletividade.
Portanto, a família é uma realidade muito complexa. Limitar-se ao aspecto biológico seria diminuir a sua abrangência. No nosso caso, considera-se família o ambiente que cuida dos filhos assim como todos os membros que vivem no mesmo seio, unidos ou não por laços de afinidade ou de sangue. Neste caso, consideram-se família, todos aqueles que se encarregam da educação dos filhos e acompanham o processo educativo dos mesmos; podem ser pais biológicos ou não, padrastos, tias, encarregados da educação, avós, e os próprios filhos, etc.
1.2. A escola e o seu papel na vida do educando
Como instituição básica e transmissora da cultura e  socializadora dos indivíduos, a escola desempenha um papel importante na sociedade. Desta forma, ele não é só um lugar de aprendizagem, mas também um campo de acção no qual há continuidade de vida afectiva que existe no ambiente familiar.
É nesta perspectiva  que PIMENTA at al (1999:89) considera a escola como sendo, uma instituição social básica, um conjunto de relações, processos e recursos para satisfazer interesses e necessidades comuns. A escola como instituição, responde à necessidade social de transmitir cultura, socializar o indivíduo e prepará-lo para desempenhar um papel na sociedade.
Portanto, como instituição educativa, a escola é um ambiente educativo ao serviço da sociedade. A sua presença assegura a continuidade da educação dos filhos. Por esta razão, há mesmo necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. Ela, é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de todos. O seu papel é de grande importância dado que a família deposita nela uma confiança para perpetuar a cultura e a socialização dos filhos com uma nova cultura afim de satisfazer as preocupações da sociedade.
1.3. A interacção família-escola
Segundo JANE e MARILZA (2010), a expressão ‘interacção família-escola’ se baseia na ideia de reciprocidade e de influência mútua, considerando as especificidades e mesmo  as assimetrias existentes nessa relação.
Falando desta interacção, considera-se que cada parte tem as suas responsabilidades ou papéis, mas trabalhando em conjunto, estes papéis não se repulsam quando se trata da educação dos filhos, mas sim, complementam-se. É isto que os autores acima referido chamam ‘reconhecimento das diferenças’. O reconhecimento dessa diferença é fundamental para a interacção. O desafio é fazer com que essa assimetria produza complementaridade, e não exclusão ou superposição.
1.4. A necessidade da interacção família-escola no processo de ensino e aprendizagem
A questão de interacção entre família e escola é uma preocupação para todos dado que ambas as partes desejam uma boa educação e um bom aproveitamento escolar dos educandos.  Por esta razão, viu-se a necessidade de favorecer  esta relação e criar um laço de colaboração e cooperação entre elas.
Segundo DELORS at al (1998:111), a relação da família com a escola é indispensável porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade entre a educação escolar e familiar.
Considera-se que bons contactos entre família e escola revestem todo interesse para a educação da criança. Estas passagens sugerem que haja colaboração entre as duas instituições, para responder às exigências educativas.
No entanto, é necessário que as famílias criem o hábito de participar na vida escolar dos educandos, e que percebam que é importante relacionar-se com a escola na busca de um objetivo em comum, ‘a educação dos filhos e o bom aproveitamento para todos’. A escola deve favorecer o clima de aproximação  das famílias mostrando-as que educar não é papel exclusivo da escola, mas sim, de todos. As duas instituições devem colaborar, cooperar e trabalhar em parceria para maximizar os resultados educativos.
1.5. Envolvimento da família na gestão do processo de ensino e aprendizagem
Este ponto apresenta a família como um dos pilares da sustentação da vida escolar e por isso, o seu envolvimento na gestão das actividades escolares é de grande importância.
A participação da família na elaboração do projecto político-pedagógico da escola, por exemplo, é um dos aspectos a considerar com atenção para a gestão do processo educativo.
       O envolvimento da família pode ser feito na participação na selecção de materiais curriculares; apresentação de propostas de temas a explorar ( em conjunto, por alunos, pais e professores) nas áreas disciplinares, transdisciplinares e de complemento curricular; Participação na definição dos critérios que permitem determinar aquilo em que consiste um desempenho de sucesso, em áreas do currículo cuja concepção e planificação tenha contado com a sua intervenção     (LIMA, 2002: 150).
Assim, pelo conhecimento particular que têm dos seus educandos, as famílias são um dos elementos fundamentais, mas nem sempre valorizados na gestão do processo educativo. Elas poderão
proporcionar informação sobre as necessidades especiais dos alunos; informar acerca das circunstâncias familiares; transmitir informação sobre o comportamento do aluno fora da escola e sobre a atitude que este tem para com a escola e para com os professores; informar o professor sobre qualquer interesse ou talento especial do aluno; dar a conhecer as suas ideias sobre a educação do aluno e a sua relação com planos futuros de aprendizagem; contribuir para assegurar a harmonia entre o ambiente natural da família e o ambiente da escola; participar activamente na aprendizagem do aluno; organizar visitas familiares de estudo com um interesse curricular; colocar os seus conhecimentos e habilidades especiais à disposição da escola. (BRENNAM apud PACHECO, 2002: 98).
ROBEIRO apud LIMA (2002: 150) admite também que a extensão da intervenção das famílias seja efectiva. Isto é, trabalhar com as famílias nos assuntos tais como:
 A progressão/retenção dos alunos, as regras de disciplina a vigorar na escola, o cumprimento dos programas por parte dos professores, o regulamento de faltas, a organização interna da escola (por exemplo, a organização do currículo, a composição das turmas, o calendário escolar, as actividades de complemento curricular), a nomeação, controlo e avaliação do pessoal docente,  na avaliação de desempenho e na progressão de carreira.
A presença das famílias ou encarregados da educação na planificação de actividades ou na tomada de certas decisões, obriga a escola  e família a interagir e a levar a sério a formação dos educandos. Deste modo, Ao invés da escola chamar ou convocar a família apenas quando as coisas não andam bem, quando as notas estão baixas, ou quando se precisa de uma ajuda pontual, ela deve ser vista como elemento participativo ou como um co-autor do processo educativo escolar e, consequentemente, envolver-se mais directamente na concretização do mesmo.


1.6. O impacto da interacção família-escola no processo de ensino e aprendizagem
A interacção entre família e escola tem uma influencia maior sobre a aprendizagem dos alunos, dado que estes serão muito empenhados nos trabalhos por saber que a família acompanha os seus estudos.
A pesquisa de LIMA (2002:288) mostra que:
Nos alunos, o envolvimento parental conduz a uma maior motivação, a mais aproveitamento escolar e a um melhor comportamento disciplinar. Nos pais, verifica-se uma melhoria da sua auto-estima e o acesso a informação que lhes é útil para orientar os filhos; nos professores, o envolvimento parental pode tornar o seu trabalho mais facilitado e bem sucedido, além de mais bem visto, porque compreendido pelos pais.
De facto, a interacção da família e escola, facilita os papéis tanto dos professores como dos encarregados. E neste caso, é o educando que  beneficia.  JANE e MARILZA (2010) mostra que, quando ocorre bem e é bem conduzido o processo de aproximação entre escola e família, as crianças tornam-se mais participativas em salas de aula, animadas com os estudos e alegres com a escola.
Importa aqui realçar que, uma boa interacção entre família e escola culmina sempre ao sucesso escolar, embora um caso particular possa dizer o contrário. O bom êxito ou sucesso escolar está profundamente relacionado com a participação positiva dos pais na educação dos filhos. No entanto, esta interacção não se limita a acompanhar a criança na escola ou participar na reunião da abertura ou de encerramento escolar. Uma verdadeira interacção é, a troca de impressões, de experiências e a preparação em conjunto das actividades educativas. Chegando a trabalhar em conjunto, a família como a escola irá recuperar a sua imagem antiga que ela tinha a respeito do valor da educação familiar e escolar. Deste modo será uma nova elã da vida escolar onde todos colaboram para o bem de todos.




2.      DESENHO METODOLÓGICO
Esta pesquisa foi realizada na Escola Primária Completa 1º de Maio da  Cidade de Inhambane. O grupo alvo  foi constituído por pais e encarregados de educação, professores e pessoal da direccão da mesma escola e alunos. Com este grupo, alguns foram entrevistados e outros receberam um questionário com perguntas abertas e fechadas. Esta metodologia possibilitou-nos obter resultados concretos e fiáveis que levaram a pesquisa às conclusões práticas.
2.1.Tipo de método
A abordagem da problemática educacional tende a estar bem enquadradas na metodologia ou abordagem qualitativa. Portanto a abordagemm metodológica  enquadra-se no âmbito da pesquisa da gestão da educação com opção metodológica qualitativa. Este tipo de investigação, Segundo Guba e Wolf apud Gogdan e Biklen (1994:17), é frequentemente designada por naturalista, porque o investigador frequenta os locais em que naturalmente se verificam os fenômenos nos quais está interessado, incidindo os dados reconhecidos nos comportamentos naturais das pessoas.
A escolha da pesquisa qualitativa justifica-se porque, a investigação qualitativa é descritiva, onde o investigador tende a analisar os seus dados de forma indutivo e permite melhor compreender, descrever e interpretar os factos inerentes ao estudo. Assim, o objectivo principal será de interpretar o fenómeno que vai ser observado.
Sendo descritiva a investigação qualitativa, o pesquisador procurou compreender de forma profunda os problemas ligados a interacção e compreender o que está “por trás” de certos comportamentos, atitudes ou convicções ligados a esta interacção entre família e escola. Neste trabalho, o investigador  foi o instrumento de recolha de dados por excelência, assim, a fiabilidade dos dados dependeram da sua sensibilidade, da sua integridade e do seu conhecimento sobre o assunto.
2.2. Instrumentos de recolha dos dados
Para a concretização deste trabalho foram usados como instrumento de recolha de dados, o questionário e a entrevista. A escolha destes dois instrumentos de investigação é devido ao facto de serem os mais directo e completo possível.


2.2.1.      Questionário
Para Severino (2009:125), o questionário é o conjunto de questão sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo.
O questionário é extremamente útil quando um investigador pretende recolher informação sobre um determinado tema. Deste modo, através da aplicação de um questionário a um público-alvo constituído por pais e encarregados de educação, professores,  alunos e pessoal administrativo, é possível recolher informações que permitam conhecer melhor a o grau de interacção entre as duas instituições, bem como criar ou melhorar as estratégias para efectivar esta interacção.
O questionário será  constituído por questões abertas e fechadas (inquérito misto), o que permitirá inquirir um grupo representativo da população em estudo.
A escolha do questionário  para este grupo alvo, foi no sentido de que  a maioria dos inqueridos tem facilidade para ler, compreender e responder às perguntas sem precisar dum intérprete em fornecer com exatidão as ocorrências ou encontros  que a escola tem realizada com a família ou pais encarregados da educação. Foi dado aos professor porque estes estão em contacto directo com os alunos e fazem ponte entre a escola e a família. 
2.2.2.      Entrevista
A entrevista será do tipo padronizada. Segundo Lodi apud Marconi & Lakartos (2010:82), o motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo que todas elas sejam comparados com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem reflectir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas.
Assim, foi elaborada uma entrevista padronizada. As Perguntas eram as mesmas para todos os inquéritos para obter várias respostas que ajudaram a compreender o nível da interacção entre a escola e a família.  O grupo alvo deste  tipo de inquérito são os pais e encarregados da educação. A escolha foi feita tendo em conta da realidade do nível académico dos pais e encarregados da educação desconhecido. Isto é, o pesquisador não tinha conhecimento sobre as habilitações literárias do grupo alvo. Para não ter dificuldade no campo, escolheu-se a entrevista para dar oportunidade a todos responder com facilidade e liberdade.


2.3. Universo e amostra
2.3.1.      Universo
Na EPC 1º de Maio de Inhambane funcionam 3 ciclos do Ensino Básico. Este ano lectivo de 2015, o 3º ciclo tem um total de 1015 alunos subdivididos em 20 turmas. 24 Professores trabalham com os três ciclos. O Director da escola e o seu Adjunto pedagógico, fazem parte dos inquiridos. Os pais e encarregados da educação foram também escolhido ao acaso dependendo da disponibilidade de cada um. Os mesmos que foram considerado como fazendo parte do universo, foram também considerados como membro de amostra. Assim, o universo foi constituídos por 1045 elementos.
2.3.2.      Amostra
Para tornar possível esta pesquisa, foi usada a amostragem aleatória simples, que consiste na seleção aleatória dos elementos, de tal maneira que cada um tenha a mesma probabilidade de ser selecionada. No total da população foi  escolhido ao acaso um grupo de 35 alunos que vai servir de amostra, 40 pais e encarregados da educação, 22 professores,  8 directores de turmas e 2 pessoal administrativo. Portanto, a pesquisa foi direcionada a 107 inquiridos.
2.4. Plano de Processamento de dados
Os dados fornecidos foram recolhidos de forma bruta e apresentados numa tabela geral de recolha de dados, e depois, foi arranjada uma tabela por cada grupo de pergunta e as respectivas respostas agrupadas segundo a aproximação das  mesmas. Isto é, as respostas semelhantes ficaram na mesma rúbrica. E depois se passou a análise de dados.


2.5. Método de apresentação de dados
Os dados obtidos nesta pesquisa foram processados usando a folha de cálculo do Excel. Depois da recolha de dados, estes foram registadas, classificados, codificados e tabulados. A codificação foi feita através de categoria de inquéritos. Os valores foram apresentados em número  e/ou transforados em percentagem. Esta apresentação foi feita em forma tabelas com as respectivas percentagens para facilitar a leitura e interpretação dos mesmos.
2.6. Medidas de tendência central e de dispersão
Na nossa apresentação e análise de dados, recorremos à medida de tendência central (média) para completar a análise. Esta medida descreve o resultado típico ou médio de uma distribuição (SPRINTHALL e SPRINTHAL, 1994). Recorremos ainda ao desvio padrão para podermos identificar o grau em que os valores de uma distribuição se desviam da média.

3.      APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Depois da recolha de dados, os resultados foram submetidos a uma análise e interpretação. Isto significa que teremos os dados de 35 alunos, 2 pessoal administrativo, de 22 professores, 8 Directores de turma e de 40 pais e encarregados de educação.
3.1. O envolvimento  da família na vida escolar dos educandos
Para obtenção da informação a respeito deste tópico, foi colocada a seguinte pergunta base a todos os inqueridos: “Acha que é importante a implicação da família na vida escolar dos educandos?” E pediu-se para justificar a resposta. Esta pergunta visava essencialmente compreender a posição  dos enqueridos sobre a pertinência da sua implicação no processo de ensino e aprendizagem.
Fonte: O autor
Conforme se nota na tabela em análise, dos 107 (100%) informantes questionados, 94 (87,8%) consideram que é importante a implicação da família na vida escolar dos educando. E nenhum deles deu uma posição negativa, só que 13 (12%) informantes não deram as suas opiniões sobre a pergunta.
Na mesma pergunta, queríamos saber o porquê da resposta dada. Assim, a seguir vem a justificação da resposta referente à pergunta colocada na tabela 2.
Por aquilo que se nota na tabela 3, 31 (28,9%) informantes consideram que é importante a implicação da família porque ajuda a resolver problemas, 17 (15,8%) mostraram que esta implicação une os esforços para que haja uma educação, 21 (19,6%) falam de que a implicação da família ajuda no acompanhamento dos alunos, 20 (18,6%) mostraram que a implicação é para ajudar a colaborar na educação dos alunos e 18 (16,8%) sublinhara o aspecto da partilhar de experiências. 
As respostas referidas à justificação da pergunta relativa a opinião dos inqueridos sobre a implicação da família na vida escolar dos educandos, apresenta uma média superior a 4, o que nos leva a dizer que a opinião dos inqueridos é de concordância em relação à pergunta colocada.
O desvio padrão indica como os valores de uma distribuição se desviam da média. Quando maior for o valor de desvio padrão, mais os valores se deviam da média. Analisando a tabela 3, vimos que os valores do desvio padrão oscilam entre 3.8 para resolução de problema;  1.5 relacionado a unir esforços;  3.4 para o acompanhar os alunos; 2.8 de colaborar na educação e 1.2 para partilhar experiências. De forma geral, os valores de desvio padrão tais como apresentados, apresentam um pequeno desvio em relação à média.
Seja qual for a diferença do desvio, a maioria dos inqueridos é do comum acordo de que a implicação da família na vida dos educandos é muito importante dado que, a educação escolar é uma continuidade da educação familiar. Esta implicação pode ser percebida como colaboração na tarefa educativa, partilha das experiência do progresso educativo dos educandos ou caminhos para ajudar o educando no seu percurso educativo. Portanto, quando há esta implicação da família, há uma parceria que se estabelece no sentido de se alcançar um objectivo comum, embora cada uma das partes envolvidas tenha o seu papel legítimo (LEMMER, 2006:141).
Segundo LIMA (2002: 269), a maioria das famílias desenvolve uma interacção com o estabelecimento escolar de tipo ‘tradicional’ que consiste em idas à escola, por solicitação do professor para o comportamento disciplinar dos filhos, ou quando há algum problema.
Com esta ideia, o autor mostra que a interacção entre estas duas instituições é  superficial e mesmo não existe dado que, as famílias se apresentam na escola, não para trocar experiências e impressões sobre a vida do aluno, mas apenas para receber resultado dos filhos ou responder às convocatórias. Numa conversa informal, falando com alguns professores para saber como a escola interage com as famílias dos educandos, as respostas foram todas negativas. De forma geral, disseram que não existe uma interacção especifica a não ser  que a escola convoque os pais para assunto da indisciplina dos filhos. Isto mostra realmente que há dificuldade da escola interagir com a família.
3.2. A necessidade da interacção entre família e escola
Para a obtenção da informação sobre o presente tópico recorreu-se à pergunta, “a escola envolve a família nas actividades que tem planificada ?Esta colocação tinha como objectivo, mostrar como é que a escola envolve a família nas actividades que realiza, isto é, nas  reuniões da escola, na planificação das actividades escolar, etc
Fonte: O autor
À questão relativa ao envolvimento da família nas actividades planificadas pela escola, os resultados recolhidos revelam  que um número elevado, 45 (42 %)  informantes afirma que nunca a família tem sido envolvida nas actividades da escola. Alguns  28 (26 %)  afirmaram que este envolvimento tem acontecido raramente. 25 (23 %) mostraram que é ocasionalmente que isto acontece. Um grupo de  7 (6,5%) inqueridos  indicam ter este envolvimento  frequentemente e apenas 2 (1,8 %) afirma envolver sempre  a família nas actividades.
Esta distribuição das respostas relaciona-se com a média 9, relativa à resposta nunca, 5,6 à raramente, 5 relativa a ocasionalmente, 1,4 à frequentemente e 0,4 relativa a resposta sempre.
Do mesmo modo, o desvio padrão mostra uma distribuição de 11,9 para a resposta relacionada a nunca,  3,7 raramente; 6,5 ocasionalmente; 1,1 frequentemente e 0,5 sempre.
Em relação à média das respostas, observou-se um desvio, dado que a média não é homogénea, há valores inferior a 1 e outros superior a 1. Os valores são  desproporcionados.  
Portanto, constatou-se que a maioria dos inqueridos apresentam uma opinião não positiva em relação ao envolvimento da família nas actividades realizadas pela escola. O intervalo entre a  resposta “nunca” e  “sempre” é muito grande. O que mostra que não há envolvimento visível. Situação que não é normal.
O envolvimento da família nas actividades da escola deveria ser uma prioridade para todos dado que ambas as partes desejam uma boa educação e um bom aproveitamento escolar dos educandos.  Por esta razão, viu-se a necessidade de favorecer  este envolvimento e criar um laço de colaboração e cooperação entre estas duas entidades.
DELORS at al (1998:111) mostra que, a relação da família com a escola é indispensável porque o desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade entre a educação escolar e familiar.
Considera-se que bons contactos entre família e escola revestem todo interesse para a educação da criança. Estas passagens sugerem que haja colaboração entre as duas instituições, para responder às exigências educativas. Esta colaboração se concretiza nas reuniões com as famílias, na planificação das várias actividades que envolvem escola e família.
De acordo com TAVARES e ALARCÃO (2005:147), a interacção entre todos os agentes educativos origina uma complexa rede de relações que vão influenciar o relacionamento entre o educador e o educando a que se chama, embora numa acepção mais ampla, relação educativa.
Na nossa opinião, o envolvimento da família nas actividades que a escola planifica é muito importante e influencia muito  na relação entre professor e aluno. Por um lado, o professor compreende o aluno dado que tem um conhecimento amplo da vida do educando, e por outro lado, o aluno confia no professor porque sabe que este comunica sempre com os encarregados. Podemos, então, considerar que o contacto frequente entre duas instituições tem impacto positivo na vida do educando.
3.3. Dificuldade da interacção entre família e escola
A obtenção das informações a respeito deste tópico tornou-se possível através da obtenção de respostas à questão base:Consegue entrar em contacto com a escola/família do seu educando ? se não, porque ? Com esta pergunta pretendeu-se perceber, em primeiro lugar, dos motivos que dificultam a interacção entre a escola e a família e em segundo lugar,  qual das variáveis “género” tem mais facilidade e/ou dificuldade em entrar em contacto com a família ou escola. Neste item, os alunos são excluídos porque se trata da família como pais e encarregados e da escola.
Como se nota na tabela em análise, num total de 72 (100%) elementos questionados, 25 (34,7%) inqueridos, entre os quais 7 (9,7%)  homens e 18 (25%)  mulheres mostraram que conseguem entrar em contacto e 47 (65,2%) inqueridos,  entre os quais 31 (43%) homens e 16 (22,2) mulheres, não conseguem entrar em contacto com a escola ou família.
Os dados apresentados fazem-nos ver que as mulheres têm facilidade ou seja preocupam-se muito da vida escolar dos filhos em relação aos homens. Isto porque, por um lado, dos 25 inqueridos que conseguem entrar em contacto, a maioria 18 (25%), é do sexo feminino. Por outro lado, dos 47 que não conseguem entrar em relação, a maioria 31(43%) é constituída pelos homens. Isto mostra cada vez como os homens se afastam da realidade escolar dos educandos.
As razões de dificuldade do contacto com família ou escola são várias. A tabela 6 apresenta os pormenores relativa a questão, Se não porque ?
A tabela em análise apresenta a distribuição das respostas/justificação relativa a questão, consegue entrar em relação com a família ou escola do educando ?
Analisando  a tabela, constata-se que uma grande percentagem, 19 (26,3%), apresenta como razão, falta do tempo. Destes, 10 são homens 9 mulheres (cf. Tabela 7). 23 (31,9%) dos quais 12 homens e 11 mulheres, falam de trabalho como impedimento. 14 (19,4%) entre os quais, 10 homens e 4 mulheres, disseram que o horário em que a escola organiza ou planifica os encontros não correspondem ao tempo que a gente tem para resolver assuntos escolares. 12 (16,6%) entre os quais, 5 homens e 7 mulheres, mostram que não têm hábito de frequentar a escola ou a família para estes encontros. E por fim, 4 (5,5%) entre eles 1 homem e 3 mulheres mostraram que não entram em contacto por razões pessoais.
Olhando para os valores da respostas apresentados, a média revele-se muito superior  em relação ao desvio padrão, o que mostra que a distribuição das respostas não está homogéneo. Há um grandes desvios em relação à média.
Portanto, as razões avançadas mostram que os homens são ocupados, seja por razão de tempo, do horário de trabalho que têm ou por causa das ocupações profissionais que não lhes permitem entrar em contacto com a escola ou família. Na óptica, estas razões não justificam esta ausência porque existem também mulheres que têm as mesmas ocupações mas acompanham a vida escolar dos filhos. Pode-se dizer que, o que falta à família não é o interesse pela educação dos seus filhos mas, antes, o conhecimento do modo como o sistema educativo funciona e como poderia ou deveria estar a responder às necessidades dos seus filhos (LIMA, 2002:164).
A questão de disponibilidade da família é uma realidade que se vive no nosso quotidiano. No entanto, não é por causa da falta do tempo que as famílias não entram em contacto com a escola, mas sim, por falta de interesse e da vontade de acompanhar a vida escolar dos filhos.
Marujo et al (1999:148) mostra que, acontece também que as famílias querem envolver-se na vida escolar dos filhos, porém, muitos não sabem como fazê-lo, têm pouco tempo disponível, ou estão face a uma escola que não estimula esse envolvimento.
3.4. A influência das tarefas socioprofissional das famílias na interacção com a escola
A questão em análise estava direccionada apenas às famílias, com objectivo de saber como é que as ocupações profissionais destes podem ou não influenciar na interacção com a escola ou o seu envolvimento na educação dos filhos.
Portanto, dum total de 40 (100%) inqueridos, 12 (30%) mostraram que apresentam-se na escola no princípio do ano, ora para matrícula, ora para o primeiro encontro com os pais e encarregados da educação. 5 (12,5%) confirmam que aparecem na escola quando há problemas entre a escola (professores) e o educando ou educandos entre eles. 7 (17,5%) mostraram que chegam na escola nos finais de semestres ou do ano lectivo para receber notas dos filhos e se aperceber de passagem para outra classe, 3 (7,5%) apresentam-se na escola por convite do Director da Turma, por vários motivos mas sobretudo do comportamento e  questão disciplinar dos alunos. Apenas 13 (32,5%) aparecem na escola para receber informação geral sobre os educandos.
Analisando a frequência das respostas em relação ao tipo de profissão que as família têm, viu-se que as famílias cuja profissão relaciona-se com a conta própria, têm uma frequência do contacto com escola superior em relação às famílias cuja profissão é ligada as instituições publicas. Neste caso, os encarregados  da educação que são domésticos, cultivadores e pescadores, se apresentam na escola dos filhos seja para receber uma informação, seja para reuniões.  Os que trabalham nas instituições publicas apresentam-se  na escola, sim, mas com uma missão bem específica, a de  receber notas ou quando há problemas com o educando. Esta realidade já foi confirmada  por alguns autores que mostraram que, de forma geral, as famílias não se interessam na vida escolar dos filhos.
Os dados de pesquisa realizados por  AFONSO apud  LIMA (2002:160) por exemplo, indicam que muitos professores transmitem aos pais, sistematicamente, a ideia de que a sua presença e envolvimento na escola só são necessários quando existem problemas com os alunos, ao nível do aproveitamento, da disciplina ou da assiduidade. Em todas as outra situações, com  excepção de algumas ocasiões festivas, os encarregados de educação são desencorajados a entrar na escola, por tal se revelar “inútil”.
3.5. A influência do nível académico das famílias na interacção
Neste tópico pretende-se apresentar dados que mostram como é que o nível de escolaridade dos professores, pais e encarregados da educação influenciam na sua interacção com escola.
Conforme a tabela indica, inqueridos com baixo nível de escolaridade tem muita dificuldade em interagir com a escola. Dos 72 (100%) inqueridos, 44 (61,1%) afirmam terem dificuldade e 28 (38,9%) não terem. Dos 44 (100%) que têm dificuldade, 15 (34%) não têm nível escolar, 11 (25%) têm até terceira classe, 6 (13,6%) chegaram até 6ª classe, 6 (13,6%) até 10ª classe, 4 (9%) até 12ª classe e só 2 (4,5%) têm o nível superior.  Dos 28 (100%) que não têm dificuldade, 2 (7,1%) são sem escolaridade, 3 (10,7%) estudaram até 3ª classe, 5 (17,8%) até 6ª classe, 4(14,2%) até 10 classe, 6 (21,4%) até 12ª classe e 8 (28,5%) até nível superior.
Deste modo, viu-se que o nível académico influencia muito na interacção entre s família e escola, e mesmo  a localização de classe dos pais tem um impacto directo sobre a sua capacitação para intervir na escolarização dos seus filhos e para participar enquanto consumidores activos (CROZIER apud LIMA, 2002:163). Isto significa que uma família informada sobre os assuntos  escolares, facilmente interessa-se em saber mais sobre o que os filhos aprendem ou devem aprender. Ao passo que uma  família não informada pode ter receio de entrar em contacto com a escola por não ter ‘matéria’ a tratar com ela. A primeira como a segunda posição não é categórica, porque existe famílias sem formação académica mas que manifesta grande interesse na vida escolar dos filhos e outras com esta formação mas estrangeiras na vida escolar dos filhos.
3.6. Estratégias para fortalecer a interacção entre família e escola
O presente ponto tem como objectivo, apresentar as opiniões dos informantes sobre as estratégias ou seja o que a escola e família podem fazer para que haja interacção.
Conforme os resultados recolhidos e apresentados na tabela 10, viu-se que há muito interesse da parte dos informantes, que haja interacção concretizada em vários aspectos. Dos 107 (100%) informantes, 40 (37,3%) mostraram que a participação de todos os intervenientes da educação nas reuniões ou encontros é de grande importância. 13 (12,1%) confirmam de que o convívio entre a família e escola é necessário porque leva aos agentes conhecerem-se e partilhar alegrias e dificuldades afim de ajudar os educandos. 22 (20,5%) mostraram que é importante melhorar a qualidade de atendimento, isto é, quando o atendimento da família for de qualidade, melhor será a interacção e a frequência desta na instituição escolar. 5 (4,6%) falaram de que a escola e família deveriam fazer a planificação das actividades juntas onde cada um podia dar a sua opinião e/ou ponto de vista sobre qualquer ponto levantado. Outros 15 (14%) disseram que a escola poderia sempre notificar a família quando houver necessidade. Outros ainda 12 (11,2%) mostraram que é importante melhorar as condições no atendimento, nas planificações e outros aspectos da escola que atraia ambas partes a interagir. As respostas fornecidas mostram a preocupação que a comunidade educativa tem em relação a interacção. Isto verifica-se quando se analisa à média em relação ao desvio padrão. Constata-se que não há uma grande diferença entre a média e o desvio,  há um certo homogeneidade. Isto é, na resposta reunião  por exemplo, a média é 8 e o desvio 6.2  ou seja (8-6.2); quanto ao convívio (2,6-2.6), os valores são idênticos; quanto ao atendimento (4,4-6.1) os valores têm uma ligeira diferença; na planificação (1-1.7), há uma pequena diferença, da mesma forma que na notificação (3-3.9), e quanto a melhorar as condições (2,4-2), também há um diferença mínima. De forma geral, em todas as respostas, os valores são bem próximos. Isto mostra que as opiniões dos inqueridos têm uma concordância.
As opiniões fornecidas dão para dizer que, a interacção entre família e escola deve ser uma aliança fundamental, e que a necessidade de se construir uma relação entre escola e família, deve ser para planear, estabelecer compromissos e acordos mínimos para que o educando/filho tenha uma educação com qualidade tanto em casa como na escola. (PICANÇO, 2012: 14).
A presença das famílias na planificação de actividades ou na tomada de certas decisões, obriga a escola  e família a levar a sério a formação dos educandos. Deste modo, Ao invés de a escola chamar ou convocar a família apenas quando as coisas não andam bem, quando as notas estão baixas, ou quando se precisa de uma ajuda pontual, ela deve ser vista como elemento participativo ou como um co-autor do processo educativo escolar e, consequentemente, envolver-se mais directamente na concretização do mesmo.


CONSIDERAÇOES FINAIS 
Após apresentação, análise e interpretação dos dados, chegou o momento de apresentar as conclusões feitas a base das constatações.
A pesquisa revela que a escola e família são duas instituições que devem juntar os esforços para gerir o processo de ensino e aprendizagem. Isto significa que, a escola e a família devem criar espaço duma interacção que  culmine na gestão deste mesmo processo. Portanto, a  escola deverá valorizar a participação da família  nas suas actividades e  a família, por seu lado, deverá disponibilizar-se a colaborar com a escola em todos os aspectos.
Viu-se que ainda há muita dificuldade neste campo de interacção tanto do lado da família quanto da escola. A família aparece na escola que quando há problemas, por um lado, e por outro lado, escola tem dificuldade de envolver a família nas suas actividades educativa e persuadi-la a contribuir com a sua presença na gerência do processo de ensino e aprendizagem. Constatou-se também que há um grande desequilíbrio no que tange ao acompanhamento da vida escolar dos filhos. Um número elevado das mulheres interessa-se à vida escolar dos filhos em relação aos homens, estes últimos não têm muito tempo para isso, seja por razão de serviço, seja por causa do horário das actividades da escola que não coincidem com os seus horários. Mas entretanto, quando houver problemas ou recepção das notas dos filhos os mesmos aparecem. É uma contradição que anotamos ao longo da pesquisa. Notou-se também que à medida que o nível académico das família aumenta, há envolvimento na vida escolar dos filhos. Isto é, a família que tem um certo nível académico não tem dificuldades a interagir com a escola em relação à família sem nível académico. Viu-se também que as família com um emprego ligado as instituições pública têm dificuldade a acompanhar a vida escolar dos filhos em relação às famílias com um trabalho a conta própria. Portanto, as variáveis, nível académico das famílias, profissão e  género influenciam no envolvimento na vida escolar dos filhos.
Tudo isto leva-nos a afirmar que a interacção entre família e escola é imprescindível para sucesso e a gestão do processo de ensino e aprendizagem. A escola junto com a família deveram planificar as actividades que favorece esta interacção. Assim, a escola deverá  organizar as reuniões com as famílias, planificar as actividades juntos, chamar a família quando necessário e visitá-la se possível. Tudo isso para maximizar os encontros que favorecem a interacção entre elas. Quando melhor for a interacção entre a família e escola mais positiva será a gestão do processo de ensino e aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA
  1. BOCK, Ana M. Bahia at al. Psicologia: uma introdução ao estudo de Psicologia, 6ª ed. São Paulo, Editora Saraiva, 1994
  2. DELORS, at al. Educação, um tesouro a descobrir: Relatório para a UNESCO  da comissão internacional sobre educação para o século XXI, São Paulo, Cortez Editora, 1998
  3. JANE Margareth Castro e MARILZA Regattieri. [online] Disponível na internet via http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001877/187729por.pdf, acesso 15/06/2014. 14.20’
  4. LEMMER, Eleanor. Educação contemporânea: questões e tendências globais, Maputo, textos editores, Lda, 2006
  5. LIMA, Jorge Ávila. Pais e professores: um desafio à cooperação, Lisboa, ASA, 2002.
  6. LIMA, Liliane Correira. Interação família-escola: papel da família no processo de ensino e aprendizagem. [online] Disponível na internet via http://www.diaadiaeducaçao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2009-8.pdf acesso 26/06/2014
  7. MARCONI, Marina de Andrade & LAKARTOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa, 7ªed., São Paulo, 2010
  8. PACHECO, José Augusto. Currículo: Teoria e Praxis, Porto, Porto Editora, 2002.
  9. PAIVA, Renato. Ensinar o teu filho a estudar, Lisboa, Esferadas dos livros, 2012.
  10. PIMENTA, Maria de Lurdes at al. Dimensões de formação na educação, Lisboa, Martins, 1999
  11. SEVERINO, António Joaquim. Metodologia de trabalho científico, 23ªed., São Paulo, Cortez editora, 2009
  12. TAVARES, José & ALARCÃO, Isabel. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem, Coimbra, Almeida, 2005

Apêndice 1.

Questionário para Directora da Escola, Adjunta pedagógica, professores e alunos

O presente questionário insere-se na realização duma pesquisa subordinada ao tema Interacção família-escola: um desafio para a gestão do processo de ensino e aprendizagem. Este questionário foi elaborado com o objectivo de recolher vossas opiniões acerca do tema. Os dados por si fornecidos serão usados para efeitos meramente académicos. Por isso agradece-se a sua colaboração e objectividade nas respostas.
Nome __________________ sexo _____ Habilitação__________  Profissão______________

1.      Acha que é importante  a implicação da família na vida escolar dos educandos ? se sim, porque ?
2.      A escola tem envolvida a família nas actividades que tem planificadas ?
3.      Consegue entrar em contacto com a escola/família do seu educando ? se não, porque ?
4.      Tem encontrado algumas dificuldades em interagir com a família ou escola ?
5.      O que é que a escola e a família podem fazer para incentivar esta interacção entre elas ?











Apêndice 2.
Entrevista para famílias
O presente questionário insere-se na realização duma pesquisa subordinada ao tema Interacção família-escola: um desafio para a gestão do processo de ensino e aprendizagem. Este questionário foi elaborado com o objectivo de recolher vossas opiniões acerca do tema. Os dados por si fornecidos serão usados para efeitos meramente académicos. Por isso agradece-se a sua colaboração e objectividade nas respostas.
Nome __________________ sexo _____ Habilitação__________  Profissão______________

1.      Acha que é importante  a implicação da família na vida escolar dos educandos ? se sim, porque ?
2.      A escola tem envolvida a família nas actividades que tem planificadas ?
3.      Consegue entrar em contacto com a escola/família do seu educando ? se não, porque ?
4.      Em que circunstância a família entra em contacto com a escola ?
5.      Tem encontrado algumas dificuldades em interagir com a família ou escola ?
6.      O que é que a escola e a família podem fazer para incentivar esta interacção entre elas ?