A FAMÍLIA (OS PAIS) COMO PRIMEIRA (OS) CATEQUISTA(S)
0.
Introdução
Estamos
reunidos para partilhar sobre aquilo que somos e devemos fazer para que as
família sejam um lugar de paz, de crescimento pessoal, um ambiente onde os pais
preocupam-se de levar os filhos a Deus com uma educação cristão que favorece
este encontro com Deus e o próximo. Esta sessão oferecerá ajuda aos membros da
comissão da família que são pais e mães a
realizar sua missão de catequista e educadora dos filhos.
1.
Definição
Catequistas
são essas pessoas idealistas e altruístas dentro de nossas comunidades, que se
dedicam à formação humana e cristã de nossas crianças, adolescentes, jovens e
adultos. Os catequistas, assim como os primeiros mestres, deixam nas pessoas
marcas profundas que, consciente ou inconscientemente, sempre afloram ao longo
dos caminhos da vida
2.
A família e o
seu papel de catequista
A
Igreja ensina que os primeiros catequistas são os pais. É com eles que toda
criança deve aprender a conhecer a Deus, aprender a rezar e dar os primeiros
passos na fé; conhecer os Mandamentos e os Sacramentos.
Os
pais, então, são os primeiros catequistas de seus filhos. Devido ao baptismo e
à graça do matrimónio, eles estão preparados para cumprir a missão de
transmitir a fé a seus filhos. O testemunho do amor fiel da mãe e do pai
estabelece sua igreja doméstica, que é uma escola de virtude para a família.
Apresenta aos filhos a riqueza dos ensinamentos católicos, o encontro com a
Palavra de Deus e com os sacramentos, e a generosidade do serviço
desinteressado. “a catequese familiar antecede, acompanha e enriquece outras
formas de instrução na fé” (Cat 2226).
Os
pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de
educar a prole e, por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e
principais educadores. esta função educativa é de tanto peso que, onde não
existir , dificilmente poderá ser
suprida. Com efeito, é dever dos pais criar um ambiente de tal modo animado
pelo amor e pela piedade para com Deus e
para com os homens que favoreça a
completa escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. Mas,
é sobretudo , na família cristã, ornada da graça e do dever do sacramento do
Matrimónio, que devem ser ensinado os filhos desde os primeiros anos, segundo a
fé recebida no Baptismo a conhecer e a
adorar Deus e a amar o próximo; é aí que eles encontram a primeira experiencia
quer da sã sociedade humana quer da Igreja; é pela família, enfim, que eles são
pouco a pouco introduzidos no consórcio civil dos homens e no Povo de Deus (cf.
Declaração “A Educação Cristã”, nº.3).
O
dever de educar, que pertence primariamente à família, precisa da ajuda de toda
a sociedade. Portanto, além dos direitos dos pais e de outros a quem os pais
confiam uma parte de trabalho de educação , há certos deveres e direitos que
competem à sociedade civil, enquanto pertence a esta ordenar o que se requer
para o bem comum temporal. Faz parte dos seus deveres promover de vários modos
a educação da juventude: defender os deveres e direitos dos pais e de outros
que colaboram na educação e auxilia-los.
Por
uma razão particular pertence à Igreja o
dever de educar, não só porque deve também ser reconhecida como sociedade
humana capaz de ministrar a educação, mas sobretudo porque tem o dever de
anunciar a todos os homens o caminho da salvação, de comunicar aos crentes a
vida de Cristo e ajudá-los, com a sua contínua solicitude, a conseguir a
plenitude desta vida. Portanto, a Igreja é obrigada a dar, como mãe, a estes
seus filhos aquela educação, mercê da qual toda a sua vida seja incutida do
espírito de Cristo; ao mesmo tempo, colabora com todos os povos na promoção da
perfeição integral da pessoa humana, no bem da sociedade terrestre e na
edificação dum mundo configurado mais humanamente.
3.
A catequese na
responsabilidade da família
A
catequese é certamente a mais valiosa e importante pastoral na vida da Igreja.
Ousamos dizer que pela Catequese se conhece a vitalidade de uma comunidade.
Todavia,
a Catequese na comunidade não dispensa, mas pressupõe a família onde os pais
devem ser os primeiros catequistas.
João
Paulo II, em sua primeira viagem apostólica ao Brasil em 1980, dirigindo-se às
famílias em Porto Alegre, assim se expressou: “Em virtude do próprio Baptismo e
do Matrimônio, o pai e a mãe são os primeiros catequistas de seus filhos”.
Essas
palavras do saudoso Papa são como um eco dos ensinamentos do Concílio Ecumênico
Vaticano II, sobretudo em dois de seus documentos.
“Para os filhos, o pai e a mãe são os primeiros anunciadores e educadores na fé. E os formam para a vida cristã e apostólica, pela palavra e pelo exemplo”. (cf. Decreto “Campos de Apostolado”, nº. 11).
“Para os filhos, o pai e a mãe são os primeiros anunciadores e educadores na fé. E os formam para a vida cristã e apostólica, pela palavra e pelo exemplo”. (cf. Decreto “Campos de Apostolado”, nº. 11).
Estamos
plenamente convictos de que a chave ou o “segredo” para a educação humana e
cristã dos filhos reside no exemplo e testemunho de vida do pai e da mãe. E
nunca será demasiado frisar que os filhos são educados não tanto com as
palavras, mas sim com os exemplos de vida de seus pais.
É
oportuno lembrar um rico ensinamento da moderna psicologia religiosa: a idade
de ouro para a educação humana e cristã de uma pessoa é a sua primeira infância
(do 0 aos 06 anos). Nessa faixa etária lança-se a base do equilíbrio afetivo,
forma-se embrionariamente a personalidade humana e delineia-se a vida toda de
uma pessoa. Como é importante, por exemplo, a criança sentir nesses primeiros
anos de vida o afeto do pai e da mãe.
É
impressionante constatar, no Evangelho, a pedagogia de Cristo defendendo e
promovendo a dignidade da criança.
Ainda
que tenhamos insistido na educação durante a primeira infância, a missão
educadora dos pais deve perpassar todas as fases da vida de seus filhos.
Assim,
a vida do pai e da mãe, pela sua exemplaridade, torna-se uma rica lição de
formação permanente. Numa perspectiva cristã, não tememos em afirmar que os
pais são não apenas os primeiros catequistas, mas sim os mais importantes, os
indispensáveis catequistas para seus filhos.
Se Pais
e catequistas das comunidades juntos lançarem as sementes da formação humana e
cristã no coração dos filhos, estejam certos de que terão a surpresa e a
alegria de colheitas abundantes de bons frutos.
A
Igreja ensina que os pais devem ser os primeiros catequistas dos filhos; a
Igreja completará essa formação.
Sem uma família cristã
de verdade, onde pai e mãe dão aos filhos o bom exemplo da fé, os levem à Missa
e a Igreja, a família não se mantém de pé diante de tantas ameaças que hoje a
atingem: casamentos de pessoas do mesmo sexo, divórcios, traições,
infidelidades, televisão imoral, costumes liberais etc.
É fundamental que todas
as famílias, todos os cristãos católicos se mobilizem em torno da educação na
família. A família nunca esteve tão
ameaçada como hoje. João Paulo dizia que o futuro da Igreja passa pela família.
O Congresso Teológico Pastoral, que se realizou no Rio de Janeiro, em 1997,
onde esteve o Papa João Paulo II, publicou a “Carta do Rio de Janeiro”. Entre
outras coisas foi dito que:
1 – “A família está sob a ponto de ataque em muitas nações. Uma
ideologia anti-família tem sido promovida por organizações e indivíduos que,
muitas vezes, não obedecem princípios democráticos”.
2 – “Temos testemunhado uma guerra contra a família tanto
nacional quanto internacional. Nesta década, na
Conferências das Nações Unidas, têm sido vistas tentativas para “desconstruir”
a família, de forma que o sentido de “casamento”, “família” e “maternidade” é
agora contestado. Tem sido estabelecida uma falsa posição entre os direitos
dela e os de seus membros individuais. Sob o nome de liberdade, têm sido
promovidos “direitos sexuais” ilegítimos e “direitos de reprodução”.
Entretanto, estes direitos estão, de fato, principalmente, a serviço do
controle populacional. São inspiradas em teorias científicas em descrédito, num
feminismo ultrapassado e numa mal direcionada preocupação com o meio ambiente”.
João Paulo II disse
que: “Hoje em dia, os inimigos de Deus, mais do que atacar frontalmente o Autor
da criação, preferem defrontá-Lo em suas obras. Em torno à família se trava
hoje o combate fundamental da dignidade do homem”. “Nos nossos dias,
infelizmente, vários programas sustentados por meios muito poderosos parecem
apostados na desagregação da família.” (Carta às Famílias, 5).
Por tudo isso é muito
importante que todas as comunidades, movimentos, dioceses, paróquias, grupos de
oração etc., se mobilizem, para reavivar os verdadeiros valores da família,
antes que seja tarde demais.
4.
Conclusão
Quando falamos em catequista, logo nos vem à
mente a figura daquela pessoa que, nas comunidades paroquiais ou nas escolas,
se incumbem da missão de preparar nossas crianças para fazerem sua Primeira
Comunhão, ou seja, para receberem o Sacramento da Eucaristia. Mas para nossa
comissão de famílias, quando se trata de catequistas falamos de nós mesmos.
Queremos, entretanto, relembrar aqui, que todos
somos chamados pelo Baptismo a sermos missionários onde quer que estejamos
vivendo, ou seja, temos a missão de levar o Evangelho a todas as criaturas,
conforme estabelecido por Jesus em seu anúncio da Boa Nova (Mc 16,15). O
primeiro lugar onde devemos exercitar essa ordem de Jesus é no seio da própria
família, revelando e ensinando aos filhos o conteúdo das Sagradas Escrituras,
introduzindo-os às primeiras orações cristãs e preparando-os para as práticas
da fé católica.
“A Igreja não se cansa de repetir que a família
deve ser a igreja doméstica, pois é no seio da família que os pais são para os
filhos, pela palavra e pelo exemplo… os primeiros mestres da fé” (LG 11; FC
21).
Possam valer-nos o exemplo de José e Maria que proporcionaram ao menino
Jesus o conhecimento da lei judaica em seu conteúdo e práticas, a ponto de um
dia, quando estava com apenas doze anos, o encontrarem discutindo e
interpelando os doutores da lei no templo de Jerusalém (Lc 2,41-52).
Perguntas
·
O que fazemos para inculcar nos filhos a amar a Deus e respeitar as suas
Leis ?
·
O que podemos fazer, nós, como membros da comissão de famílias nas nossas
paróquias para ajudar outras famílias a tomar consciência das suas responsabilidade
de primeiras catequistas para os filhos ?
·
Como são organizados os encontros com as famílias das nossas paróquias ? ou
seja, o que fazemos para reunir as famílias e do que falamos ?
Setembro 2017
Cléophas Mudita Ilunga
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