sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A FAMÍLIA (OS PAIS) COMO PRIMEIRA (OS) CATEQUISTA(S


A FAMÍLIA (OS PAIS) COMO PRIMEIRA (OS) CATEQUISTA(S)

 

0.      Introdução

Estamos reunidos para partilhar sobre aquilo que somos e devemos fazer para que as família sejam um lugar de paz, de crescimento pessoal, um ambiente onde os pais preocupam-se de levar os filhos a Deus com uma educação cristão que favorece este encontro com Deus e o próximo. Esta sessão oferecerá ajuda aos membros da comissão da  família que são pais e mães a realizar sua missão de catequista e educadora dos filhos.

1.      Definição

Catequistas são essas pessoas idealistas e altruístas dentro de nossas comunidades, que se dedicam à formação humana e cristã de nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos. Os catequistas, assim como os primeiros mestres, deixam nas pessoas marcas profundas que, consciente ou inconscientemente, sempre afloram ao longo dos caminhos da vida

2.      A família e o seu papel de catequista

A Igreja ensina que os primeiros catequistas são os pais. É com eles que toda criança deve aprender a conhecer a Deus, aprender a rezar e dar os primeiros passos na fé; conhecer os Mandamentos e os Sacramentos.

Os pais, então, são os primeiros catequistas de seus filhos. Devido ao baptismo e à graça do matrimónio, eles estão preparados para cumprir a missão de transmitir a fé a seus filhos. O testemunho do amor fiel da mãe e do pai estabelece sua igreja doméstica, que é uma escola de virtude para a família. Apresenta aos filhos a riqueza dos ensinamentos católicos, o encontro com a Palavra de Deus e com os sacramentos, e a generosidade do serviço desinteressado. “a catequese familiar antecede, acompanha e enriquece outras formas de instrução na fé” (Cat 2226).

Os pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de educar a prole e, por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais educadores. esta função educativa é de tanto peso que, onde não existir , dificilmente  poderá ser suprida. Com efeito, é dever dos pais criar um ambiente de tal modo animado pelo amor e pela piedade para  com Deus e para com os homens  que favoreça a completa escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. Mas, é sobretudo , na família cristã, ornada da graça e do dever do sacramento do Matrimónio, que devem ser ensinado os filhos desde os primeiros anos, segundo a fé recebida no Baptismo a conhecer  e a adorar Deus e a amar o próximo; é aí que eles encontram a primeira experiencia quer da sã sociedade humana quer da Igreja; é pela família, enfim, que eles são pouco a pouco introduzidos no consórcio civil dos homens e no Povo de Deus (cf. Declaração “A Educação Cristã”, nº.3).

O dever de educar, que pertence primariamente à família, precisa da ajuda de toda a sociedade. Portanto, além dos direitos dos pais e de outros a quem os pais confiam uma parte de trabalho de educação , há certos deveres e direitos que competem à sociedade civil, enquanto pertence a esta ordenar o que se requer para o bem comum temporal. Faz parte dos seus deveres promover de vários modos a educação da juventude: defender os deveres e direitos dos pais e de outros que colaboram na educação e auxilia-los.

Por uma  razão particular pertence à Igreja o dever de educar, não só porque deve também ser reconhecida como sociedade humana capaz de ministrar a educação, mas sobretudo porque tem o dever de anunciar a todos os homens o caminho da salvação, de comunicar aos crentes a vida de Cristo e ajudá-los, com a sua contínua solicitude, a conseguir a plenitude desta vida. Portanto, a Igreja é obrigada a dar, como mãe, a estes seus filhos aquela educação, mercê da qual toda a sua vida seja incutida do espírito de Cristo; ao mesmo tempo, colabora com todos os povos na promoção da perfeição integral da pessoa humana, no bem da sociedade terrestre e na edificação dum mundo configurado mais humanamente.

3.      A catequese na responsabilidade da família

A catequese é certamente a mais valiosa e importante pastoral na vida da Igreja. Ousamos dizer que pela Catequese se conhece a vitalidade de uma comunidade.

Todavia, a Catequese na comunidade não dispensa, mas pressupõe a família onde os pais devem ser os primeiros catequistas.

João Paulo II, em sua primeira viagem apostólica ao Brasil em 1980, dirigindo-se às famílias em Porto Alegre, assim se expressou: “Em virtude do próprio Baptismo e do Matrimônio, o pai e a mãe são os primeiros catequistas de seus filhos”.

Essas palavras do saudoso Papa são como um eco dos ensinamentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, sobretudo em dois de seus documentos.
“Para os filhos, o pai e a mãe são os primeiros anunciadores e educadores na fé. E os formam para a vida cristã e apostólica, pela palavra e pelo exemplo”. (cf. Decreto “Campos de Apostolado”, nº. 11).

Estamos plenamente convictos de que a chave ou o “segredo” para a educação humana e cristã dos filhos reside no exemplo e testemunho de vida do pai e da mãe. E nunca será demasiado frisar que os filhos são educados não tanto com as palavras, mas sim com os exemplos de vida de seus pais.

É oportuno lembrar um rico ensinamento da moderna psicologia religiosa: a idade de ouro para a educação humana e cristã de uma pessoa é a sua primeira infância (do 0 aos 06 anos). Nessa faixa etária lança-se a base do equilíbrio afetivo, forma-se embrionariamente a personalidade humana e delineia-se a vida toda de uma pessoa. Como é importante, por exemplo, a criança sentir nesses primeiros anos de vida o afeto do pai e da mãe.

É impressionante constatar, no Evangelho, a pedagogia de Cristo defendendo e promovendo a dignidade da criança.

Ainda que tenhamos insistido na educação durante a primeira infância, a missão educadora dos pais deve perpassar todas as fases da vida de seus filhos.

Assim, a vida do pai e da mãe, pela sua exemplaridade, torna-se uma rica lição de formação permanente. Numa perspectiva cristã, não tememos em afirmar que os pais são não apenas os primeiros catequistas, mas sim os mais importantes, os indispensáveis catequistas para seus filhos.

Se Pais e catequistas das comunidades juntos lançarem as sementes da formação humana e cristã no coração dos filhos, estejam certos de que terão a surpresa e a alegria de colheitas abundantes de bons frutos.

A Igreja ensina que os pais devem ser os primeiros catequistas dos filhos; a Igreja completará essa formação.

Sem uma família cristã de verdade, onde pai e mãe dão aos filhos o bom exemplo da fé, os levem à Missa e a Igreja, a família não se mantém de pé diante de tantas ameaças que hoje a atingem: casamentos de pessoas do mesmo sexo, divórcios, traições, infidelidades, televisão imoral, costumes liberais etc.

É fundamental que todas as famílias, todos os cristãos católicos se mobilizem em torno da educação na família. A  família nunca esteve tão ameaçada como hoje. João Paulo dizia que o futuro da Igreja passa pela família. O Congresso Teológico Pastoral, que se realizou no Rio de Janeiro, em 1997, onde esteve o Papa João Paulo II, publicou a “Carta do Rio de Janeiro”. Entre outras coisas foi dito que:

1 – “A família está sob a ponto de ataque em muitas nações. Uma ideologia anti-família tem sido promovida por organizações e indivíduos que, muitas vezes, não obedecem princípios democráticos”.

2 – “Temos testemunhado uma guerra contra a família tanto nacional quanto internacional. Nesta década, na Conferências das Nações Unidas, têm sido vistas tentativas para “desconstruir” a família, de forma que o sentido de “casamento”, “família” e “maternidade” é agora contestado. Tem sido estabelecida uma falsa posição entre os direitos dela e os de seus membros individuais. Sob o nome de liberdade, têm sido promovidos “direitos sexuais” ilegítimos e “direitos de reprodução”. Entretanto, estes direitos estão, de fato, principalmente, a serviço do controle populacional. São inspiradas em teorias científicas em descrédito, num feminismo ultrapassado e numa mal direcionada preocupação com o meio ambiente”.

João Paulo II disse que: “Hoje em dia, os inimigos de Deus, mais do que atacar frontalmente o Autor da criação, preferem defrontá-Lo em suas obras. Em torno à família se trava hoje o combate fundamental da dignidade do homem”. “Nos nossos dias, infelizmente, vários programas sustentados por meios muito poderosos parecem apostados na desagregação da família.” (Carta às Famílias, 5).

Por tudo isso é muito importante que todas as comunidades, movimentos, dioceses, paróquias, grupos de oração etc., se mobilizem, para reavivar os verdadeiros valores da família, antes que seja tarde demais.

4.      Conclusão

Quando falamos em catequista, logo nos vem à mente a figura daquela pessoa que, nas comunidades paroquiais ou nas escolas, se incumbem da missão de preparar nossas crianças para fazerem sua Primeira Comunhão, ou seja, para receberem o Sacramento da Eucaristia. Mas para nossa comissão de famílias, quando se trata de catequistas falamos de nós mesmos.

Queremos, entretanto, relembrar aqui, que todos somos chamados pelo Baptismo a sermos missionários onde quer que estejamos vivendo, ou seja, temos a missão de levar o Evangelho a todas as criaturas, conforme estabelecido por Jesus em seu anúncio da Boa Nova (Mc 16,15). O primeiro lugar onde devemos exercitar essa ordem de Jesus é no seio da própria família, revelando e ensinando aos filhos o conteúdo das Sagradas Escrituras, introduzindo-os às primeiras orações cristãs e preparando-os para as práticas da fé católica.

“A Igreja não se cansa de repetir que a família deve ser a igreja doméstica, pois é no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo… os primeiros mestres da fé” (LG 11; FC 21).

Possam valer-nos o exemplo de José e Maria que proporcionaram ao menino Jesus o conhecimento da lei judaica em seu conteúdo e práticas, a ponto de um dia, quando estava com apenas doze anos, o encontrarem discutindo e interpelando os doutores da lei no templo de Jerusalém (Lc 2,41-52).

Perguntas

·         O que fazemos para inculcar nos filhos a amar a Deus e respeitar as suas Leis ?

·         O que podemos fazer, nós, como membros da comissão de famílias nas nossas paróquias para ajudar outras famílias a tomar consciência das suas responsabilidade de primeiras catequistas para os filhos ?

·         Como são organizados os encontros com as famílias das nossas paróquias ? ou seja, o que fazemos para reunir as famílias e do que falamos ?

 

 

 

Setembro 2017

Cléophas Mudita Ilunga

 

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