A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ENSINO EM MOÇAMBIQUE
INTRODUÇÃO
A
realização do presente inquérito sobre a qualidade de ensino em Moçambique tornou-se
possível com o concurso de alunos de diferentes escolas escolhidos unicamente
para este efeito. Contudo, a ambição de sondar opiniões destes alunos era para ajudar
a equipe pesquisadora a perceber melhor a situação que se vive nas escolas para
poder tirar conclusões sobre a qualidade de ensino. Com esta maneira de
proceder, pensamos humildemente ter sido recolher o desafio com sucesso.
Muitas
motivações inspiraram-nos neste inquérito. A primeira é evidentemente a de
conhecer as opiniões de alunos em relação a qualidade de ensino, que de se
contentar das nossas percepções talvez erróneas da realidade. A segunda
motivação reside no interesse que temos sobre o sucesso escolar que tem os
fundamentos na qualidade de ensino.
No
estudo que apresentamos, optámos por conciliar a pesquisa qualitativa e
quantitativa com o propósito de procurar estabelecer ligações entre os dados
recolhidos por diferentes fontes e de
enriquecer a investigação. A combinação dos
dois métodos torna a pesquisa mais forte e reduz os problemas da adopção
exclusiva de um único método. Há no entanto um predomínio da metodologia
qualitativa condicionado pela natureza do fenómeno em estudo, a avaliação da
qualidade de educação.
No
presente estudo, a população é constituída por 10 alunos. A escolha da escola e
dos alunos derivou do facto de os autores já ter trabalhado nas escolas como
pesquisadores. Para selecionar a amostra utilizámos o método da amostragem
aleatória simples. Este método apresenta duas características fundamentais:
todas as amostras de tamanho N devem ter a mesma probabilidade de serem
retiradas no Universo e cada um do N casos deve ter a mesma probabilidade de
ser incluído na amostra retirada (Hill e Hill, 2002).
Para
recolher informação sobre a qualidade de ensino, construímos questionário (ver
anexo) que aplicamos aos alunos, o que nos permitiu ter matéria para falar
sobre a qualidade.
A
distribuição do questionário foi realizada directamente pelos investigadores
após a obtenção das autorizações necessária. O questionário foi aplicado
pessoalmente Aos alunos para evitar certos constrangimentos. Foram entregues 10
questionários e todos foram devolvidos.
APRESENTAÇÃO
DE RESULTADOS E DISCUSSÃO SOBRE A QUALIDADE DE ENSINO EM MOÇAMBIQUE
O
presente ponto tem por objectivo disseminar os resultados obtidos no campo de
pesquisa através dum questionário, dirigido aos alunos. Os resultados são
apresentados, analisados e interpretados de maneira a inferir os mesmos à
qualidade de ensino em Moçambique.
Os
resultados são apresentados nas tabelas. As mesmas apresentam os números de
enqueridos com a respetiva percentagem nas respostas. Assim, as tabelas 1, 2 e
3, refletem as respostas dadas pelos inquiridos à questão relacionada com o
ambiente educativo; as tabelas 4,5 relacionam-se com a questão relativa à prática
pedagógica; as tabelas 6 e 7 tratam da avaliação pedagógica e as tabelas 8, 9 e
10 relacionam-se com questão que trata da gestão escolar democrática.
- Ambiente
educativo
Neste
tópico pretende-se apresentar e interpretar os resultados referidos ao ambiente
educativo. As perguntas relacionadas a este ponto visavam compreender o tipo de
amizade e solidariedade que se vive nas escolas, como os alunos participam
na elaboração das regras disciplinares e ver se a escola aplica o respeito aos
direitos da pessoa humana.
1.1.Amizade
e solidariedade
Tabela
1
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
6
(60%)
|
3
(30%)
|
1
(10%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
– 4 (40%)
|
Não
– 6 (60%)
|
Abstenção-
0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Como
se nota na tabela 1, dos 10 (100%) alunos
questionados a respeito da pergunta um (1) acima referida, 6 (60%) responderam positivamente e, apenas 3
(30%) o fizeram negativamente, sendo 1 (10%) não revelou a sua opinião. À pergunta
dois (2), 4 (40%) enqueridos responderam positivamente e a maioria 6 (60%)
mostrou que o ambiente escolar não favorece a amizade entre todos.
Portanto,
a qualidade de ensino depende do ambiente que se vive na escola. Enquanto
houver deficit no clima de amizade ou colaboração entre membros que constitui a
comunidade escolar, sobretudo com os encarregados da educação, haverá ainda
muito por fazer. É nesta linha que Lima (2002: 288) defende a importância de
uma verdadeira colaboração entre os dois agentes da educação mostrando que o
envolvimento parental conduz a uma maior motivação, a mais aproveitamento
escolar e a um melhor comportamento disciplinar. E acrescenta mostrando que,
nos pais, verifica-se uma melhoria da sua auto-estima e o acesso à informação
que lhes é útil para orientar os filhos; nos professores, o envolvimento
parental pode tornar o seu trabalho mais facilitado e bem sucedido, além de
mais, bem visto porque será compreendido pelos pais.
1.2.disciplina
Tabela
2
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
0
(0%)
|
9
(90%)
|
1
(10%)
|
|
Os
alunos participam na elaboração das regras de convivência ?
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
-5 (50%)
|
Não
– 5 (50%)
|
Abstenção-
0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
A
questão em análise faz-nos ver que dum total de 10 (100%) alunos questionados,
9 (90%) afirmaram que as regras de convivência não são claras e 1 (10%) deixou a pergunta sem resposta.
Todavia, numa conversa informal, o mesmo que respondeu positivamente, confessou
que é muito arriscado dar uma explicação a esta pergunta.
De
facto, é legitimo que as regras de convivência sejam claras e conhecidas porque
fazem parte da formação dos alunos.
Quanto
à participação na elaboração destas regras, a metade 5 (50%) dos enqueridos
mostrou que há participação e a outra metade 5 (50%) mostrou que não há
participação.
A
participação na elaboração das regras ou leis que regem uma certa conduta
dentro duma comunidade, precisam de ser elaboradas e discutidas pelos membros
que constitui o grupo para ter o seu valor. Portanto, as regras de
convivência na escola devem ser bem claras, conhecidas por toda a comunidade
escolar, assim os alunos irão com certeza cooperar na sua aplicação.
1.3.Respeito aos direitos da pessoa humana
Tabela
3
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
7
(70%)
|
3(30%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
– 3 (30%)
|
Não
– 7 (70%)
|
Abstenção
-0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Fazendo
a leitura da tabela 3, vê-se que 7 (70%) alunos mostram que a escola acolha
alunos com deficiência e 3 (30%) afirmaram que escola não acolhe estes alunos. Por outro lado, 3 (30%) dos que
disseram que há acolhimento mostram que estes recebem o apoio necessário. Os
restantes disseram que os alunos com deficiência não recebem o apoio que
necessitam.
Portanto,
os resultados obtidos dos informantes fazem-nos perceber que a escola recebe
alunos com deficiência mas não satisfaz as necessidades que eles precisam.
Analisando
e interpretando este facto, pensou-se que, a ausência dos meios de apoio não
justifica a não assistência a alunos com deficiência. Para que a formação
destes alunos seja completa ou integrante tem que apoiar estes alunos mesmo que
este apoio não esteja planeado no programa escolar. A inclusão de todos os
alunos faz parte da qualidade do ensino. Enquanto que estes alunos deficientes
não receberem o apoio necessário, o ensino ainda tem problemas sérios. Isto
significa que, Quando uma criança com NEE é meramente colocada numa classe
regular sem os serviços e apoios de que necessita e/ou quando se espera que o
professor do ensino regular responda a todas as necessidades dessa mesma
criança, sem o apoio de especialistas, isso não é inclusão, é educação
irresponsável (CORREIA, 2008:13). Em outras palavras, será considerada como uma
educação ou ensino sem qualidade.
- Prática
pedagógica
A
obtenção das informações a respeito deste tópico tornou-se possível através da
obtenção de respostas à questão abaixo colocada. Com esta pergunta pretende-se
perceber as estratégias que se usam para que haja aprendizagem.
2.1.Variedade das estratégias e dos recursos de
ensino-aprendizagem
Tabela
4
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
6
(60%)
|
4
(40%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
- 4 (40%)
|
Não
– 6 (60%)
|
Abstenção-
0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
As
respostas referentes às estratégias mostram por um lado que nas escolas existem
alguns recursos que promovem a aprendizagem, 6 (60%) alunos, e por outro lado, 4
(40%), vê-se que não existem recursos
apropriados para promover a aprendizagem. Quanto à organização da sala de aula,
4 (40%) enqueridos mostram que as salas são organizadas de acordo com o tipo de
actividade realizada, enquanto 6 (60%), a maioria dos enqueridos, diz que não
há organização.
Relacionando
as duas posições vê-se que a maioria dos informantes mostra que as salas não
são organizadas tendo em conta das actividades a realizar. Mas olhando a parte
que confirmou que há organização, embora seja uma minoria, pensou-se que estes
consideraram a organização de salas sem ter em conta das actividades que se
realizam nelas. É claro que sempre há várias salas de aula na escola, porém, nem
todas respondem necessariamente as actividades previstas.
Toda
a política educacional deve ser orientada para oferecer as condições tanto
materiais quanto didáticas que não só permitam, mas também induzam os
professores a realizar uma educação de boa qualidade (PARO, 2010:32).
Para
maximizar os esforços na procura da qualidade do ensino, as escolas deveriam
providenciar material que auxiliasse o ensino. Isto é, providenciar salas para
certas actividade tais como filmes, sala para internet e outros materiais
tecnológicos. O ponto em análise faz-nos ver que as salas não são preparadas
tendo em conta das actividades a ser realizadas. Portanto isso é um deficit na
organização.
2.2.incentivo à autonomia e ao trabalho coletivo
Tabela
5
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
9
(90%)
|
1
(10%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
– 8 (80%)
|
Não
– 2 (20%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
- 6 (60%)
|
Não
– 4 (40%)
|
0
(0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Analisando
a tabela acima ilustrada, vê-se que na pergunta (1), uma grande percentagem 9
(90%), resultado das afirmações dos alunos revelando que os professores
explicam de forma clara os objectivos das matérias. Por seu turno, 1(10%) aluno
revelou que os professores não explicam os objectivos das matérias.
Ainda
pode se perceber na tabela em alusão que do total de 9 que afirmaram que os
professores explicam de forma clara os objectivos, 8 acrescentaram que as aulas
são organizadas de maneira que todos os alunos possam fazer perguntas. Os 2 restantes
mostraram que na organização não há esta possibilidade de colocar perguntas.
Por último, na pergunta relacionada com a possibilidade de alunos propor, criar
e realizar as actividades na sala de aula, 6 (60%) alunos sustentam esta
possisbilidade e 4 (40%) afirmam que não há esta possibilidade.
Tendo
em conta os resultados apresentados na tabela 5 nota-se de facto que há incentivos
à autonomia e ao trabalho colectivo.
- Avaliação
Dado
que a avaliação é um dos elementos importantes da aprendizagem, procurou-se saber
neste tópico os procedimentos na avaliação. As perguntas visavam compreender as
opiniões dos alunos acerca da avaliação. Estes são avaliados da mesma maneira?
Os professores apresentam o guião de correcção ? Foram algumas das perguntas
colocadas.
3.1.Monitoria do processo de aprendizagem dos alunos
Tabela
6
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
10
(100%)
|
0
(0%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
-10 (100%)
|
Não
– 0 (0%)
|
Abstenção
– 0 (0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
-0 (0%)
|
Não
– 10 (100%)
|
Abstenção
– 0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Como
se constata na tabela 6, todos 10 (100%) alunos são avaliados da mesma maneira.
Porem, todos 10 (100%) afirmam que os professores não apresentam os guiões de
correcção dos testes que aplicam.
De
facto, a apresentação de guiões de correcção é muito importante para dar
oportunidade aos alunos saber avaliar-se a partir das respostas fornecidas pelos
professores. As escolas deveriam preocupar-se em organizar os guiões de
correcção e entregar aos alunos porque faz parte da sua formação.
3.2.Mecanismos de avaliação dos alunos
Tabela
7
|
Os
professores fazem uso de diferentes actividades para avaliar os alunos
(provas, trabalhos, seminários) ?
|
||
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
Alunos
envolvidos
|
10
(100%)
|
0
(0%)
|
0
(0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Como
se nota na tabela 7, dos 10 (100%) alunos questionados a respeito da pergunta
acima referida, 10 (100%) respondeu positivamente mostrando que os professores
dão provas, trabalhos e seminários.
Esta
afirmação mostra que quanto aos alunos, as escolas tentam realizar o máximo
possível na variedade das avaliações. Isto favorece o sucesso de cada um dos
alunos dado que uns trabalham com facilidade nas provas escritas, outros nas
orais, outros também nos trabalhos de casa, etc.
4.
Gestão escolar democrática
O
presente tópico pretende mostrar o que se faz na escola para que haja uma
gestão democrática. O objectivo é de ter uma ideia sobre a colaboração que
existe entre a Direcção e a comunidade escolar.
4.1.
informação democratizada
Tabela
8
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
4
(40%)
|
6(60%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
|
Sim
- 4 (40%)
|
Não
– 6 (60%)
|
Abstenção
– 0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Dum
total de 10 (100%) alunos enqueridos, 4 (40%) afirmaram que a Direcção consegue
informar toda a comunidade escolar sobre os principais acontecimentos da escola
e 6 (60%) mostram que não existe esta informação. À pergunta de saber se
esta informação circula com rapidez, a maioria 6 (60%) dos enqueridos disse que
não.
Portanto
há fraca participação da comunidade escolar nos principais acontecimentos. Isto
mostra que não há uma boa ou forte colaboração entre a Direcção e a comunidade
educativa. E também a pouca informação que existisse, não circula com rapidez.
Desta forma, as escolas têm uma dificuldade séria quanto ás informação,
elemento que constitui uma penalização à qualidade da educação.
4.2.
Assiduidade e pontualidade na escola
Tabela
9
|
|
||
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
Alunos
envolvidos
|
8
(80%)
|
2
(20%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
-7 (70%)
|
Não
– 3 (30%)
|
Abstenção
– 0 (0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
– 6 (60%)
|
Não
– 4 (40%)
|
Abstenção
– 0 (0%)
|
Fonte:
autores do trabalho
A
primeira questão em análise mostrou que dum total de 10 (100%) alunos questionados,
8 (80%) afirmaram que os professores são pontuais, 2 (20%) tiveram uma posição
contrária. A questão de saber se estes começam e terminam pontualmente, 7 (70%)
disseram que sim e os restantes 3 (30%) disseram que não. Quanto à pontualidade
dos alunos mesmo, 6 (60%) confirmaram ser pontuais e 4 (40%) disseram o
contrário.
De
forma geral, há assiduidade e pontualidade da parte dos professores e dos
alunos. É um sinal do interesse para com a educação. Isso pode ser também um
elemento que favorece o melhoramento da qualidade de ensino, dado que todos têm
uma boa consciência, ora para educar ora para receber educação.
4.3.
Biblioteca
Tabela
10
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
|
Não
|
Abstenção
|
|
1
(10%)
|
9
(90%)
|
0
(0%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
- 1(10%)
|
Não
– 0 (0%)
|
Abstenção
– 9 (90%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
- 1(10%)
|
Não
-0 (0%)
|
Abstenção
9 (90%)
|
|
|
||
Alunos
envolvidos
|
Sim
– 0 (0%)
|
Não-
1(10%)
|
Abstenção
9 (90%)
|
Fonte:
autores do trabalho
Como
se pode ver na tabela 10, a maioria 9 (90%) de alunos não queria se pronunciar
acerca da existência da biblioteca na escola. 1 (10%) só dos 10 enqueridos
mostrou que há biblioteca. Isto contraria o que se exige para uma escola.
É
no mínimo estranho que a escola não disponha ao menos de algumas fontes básicas
de informação e que, ante a multiplicidade de conhecimento, continue actuando
como se todo o saber pudesse residir na cabeça do professor ou entre as capas
do manual didático. Os professores precisam contar, em eu local de trabalho,
com materiais de apoio e consulta. E os estudantes devem, desde cedo, ser
informados da existência desses materiais, da necessidade e possibilidade de
irem formando seus próprios caminhos na conquista do saber.(NERY at
al,1998:82).
Da
mesma maneira os 9 (90%) enqueridos não souberam dizer se esta tem um ambiente agradável.
Só 1 (10%) indicou que há um ambiente agradável. O mesmo mostrou que qualquer
pessoa pode ter acesso a biblioteca e os outros não se pronunciaram. A verdade
é que as escolas deveria estudar uma forma de colocar a biblioteca à disposição da comunidade.
Poderia funcionar, também à noite , para que a consulta popular e mesmo dos
estudantes tivesse maiores oportunidades de efetivação (NÉRICI, 1991:336).
No
concernente ao volume dos livros, ninguém conseguiu dizer algo, 1 (10%) mostrou
que a biblioteca não tem maior parte dos livros que se precisa. É necessária no
ensino de todas as disciplinas, a fim de poderem ser orientadas leituras
subsidiárias e correlatas, no sentido da formação mais ampla do espírito. A
biblioteca pode e deve prestar auxílio à todas as disciplinas, e além de obras
de cultura geral, de literatura e estrangeira, deve conter dicionários e
enciclopédias. (IBID).
Portanto,
os resultados obtidos dos informantes fazem-nos perceber que a escola não tem
biblioteca, assim, a ausência da biblioteca nas escolas não se justifica porque
os alunos não podem conseguir estudar sem apoio da biblioteca. Para que a
formação dos alunos seja completa ou integrante as escola têm que providenciar
a biblioteca no seu seio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
apresentação e interpretação de dados revela-nos até que ponto os resultados
recebidos correspondem com a realidade da qualidade de ensino em Moçambique. Os
resultados mostram um interesse geral, não bastante positivo e também não tão
negativo dos alunos para com a qualidade de ensino.
A
nossa primeira preocupação é, fornecer aos actores escolares, preocupados em
saber se o ensino tem qualidade ou não e como melhorar a sua prática
referindo-se na leitura muito fina de realidade sobre a qualidade de
ensino apresentada.
Pensamos
ter conseguido dar palavras aos alunos e dar-lhes também oportunidade de
relatar e expressar a sua visão sobre a qualidade de ensino que eles recebem.
Igualmente,
somos felizes de ter contribuído a pôr em causa certas ideias recebidas como a
percepção de uma insatisfação da parte de alunos notadamente em fraco
implicação doutros membros da comunidade escolar nas actividade da escola, isto
é, dos encarregados e alunos na elaboração de regulamento da escola, e das leis
que regem certas actividades; há falta de biblioteca nas escolas, situação que
dificulta a assimilação de matérias, a leitura e escrita e outras pesquisas a
realizar fora da sala de aula; o ambiente escolar geralmente não favorece a
amizade entre todos os membros da comunidade escolar; as regras de convivência
não são claras e conhecidas por todos; os alunos com deficiência não tem apoio necessário
e também os professor sabem dar provas mas não dão o guião de correcção.
Por
outro lado somos felizes da forte participação dos alunos nesta pesquisa e da
confiança que os alunos tem para com as suas respectivas escolas.
Mas, temos de sublinhar a importância de interpretar Prudentemente o conjunto de
resultados do inquérito com os seus limites, em particular dado que cada aluno
respondeu segundo a realidade da sua escola e também as vezes com receio de
dizer toda a verdade.
Bem
que se confiasse a interpretação de grandes tendências que resultam na nossa
análise, isto quer dizer que as conclusões possam ser generalizadas a cada
escola de forma especifica e em Moçambique de forma geral.
Concretamente
significa que, se o país quer fazer uso dos resultados para melhorar um ou outro aspecto da
qualidade de ensino, convém de melhorar certa leitura fina e contextualizar os
resultados.
Assim,
formulamos claramente o desejo que os resultados do inquérito sejam usados no
processo de um espirito de melhoramento a curto, médio e longo termo, pela
qualidade de ensino, seguindo a ideia do ex-ministro da educação, Augusto Jone
que insiste no facto de que,
A qualidade da educação sempre
vai ser uma exigência. Sempre somos confrontados para termos uma melhor
qualidade, maior envolvimento das escolas com os encarregados da educação para
encontrar soluções[1]
BIBLIOGRAFIA
- PARO,
Vitor Henrique. Educação como exercício do poder: crítica ao senso
comum de educação, 2ª ed., São Paulo, Cortez editora
- Discurso
do ministro da educação na abertura do seminário sobre a implementação do
sistema de gestão e garantia da qualidade de educação em Moçambique.
Tirado na http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticia/educação/Dezembro-de-2013/Mined-tenciona-melhor-qualidade-de
ensino-moçambique, dia 24-06-2014 às 9h00
- NÉRECI,
Imideo G. Introdução à Didática Geral, 16ª ed., São Paulo, Atlas,
1991
- NERY,
Alfredina at al. Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento, São
Paulo, Edições Loyola, 1989
- CORREIA,
Luís de Miranda. A escola contemporânea e a inclusão de alunos com NEE:
Considerações para uma educação com sucesso, Porto, porto Editora,2008
- LIMA,
Jorge Ávila. Pais e professores: um desafio à cooperação, Lisboa,
ASA, 2002.
- PAIVA,
Renato. Ensinar o teu filho a estudar, Lisboa, Esferadas dos
livros, 2012.
[1] Discurso do ministro da educação na abertura do seminário sobre a
implementação do sistema de gestão e garantia da qualidade de educação em
Moçambique. Tirado na http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticia/educação/Dezembro-de-2013/Mined-tenciona-melhor-qualidade-de
ensino-moçambique, dia 24-06-2014 às 9h00
Sem comentários:
Enviar um comentário