terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ENSINO EM MOÇAMBIQUE

INTRODUÇÃO
A realização do presente inquérito sobre a qualidade de ensino em Moçambique tornou-se possível com o concurso de alunos de diferentes escolas escolhidos unicamente para este efeito. Contudo, a ambição de sondar opiniões destes alunos era para ajudar a equipe pesquisadora a perceber melhor a situação que se vive nas escolas para poder tirar conclusões sobre a qualidade de ensino. Com esta maneira de proceder, pensamos humildemente ter sido recolher o desafio com sucesso.
Muitas motivações inspiraram-nos neste inquérito. A primeira é evidentemente a de conhecer as opiniões de alunos em relação a qualidade de ensino, que de se contentar das nossas percepções talvez erróneas da realidade. A segunda motivação reside no interesse que temos sobre o sucesso escolar que tem os fundamentos na qualidade de ensino.
No estudo que apresentamos, optámos por conciliar a pesquisa qualitativa e quantitativa com o propósito de procurar estabelecer ligações entre os dados recolhidos por diferentes  fontes e de enriquecer a investigação. A combinação  dos dois métodos torna a pesquisa mais forte e reduz os problemas da adopção exclusiva de um único método. Há no entanto um predomínio da metodologia qualitativa condicionado pela natureza do fenómeno em estudo, a avaliação da qualidade de educação.
No presente estudo, a população é constituída por 10 alunos. A escolha da escola e dos alunos derivou do facto de os autores já ter trabalhado nas escolas como pesquisadores. Para selecionar a amostra utilizámos o método da amostragem aleatória simples. Este método apresenta duas características fundamentais: todas as amostras de tamanho N devem ter a mesma probabilidade de serem retiradas no Universo e cada um do N casos deve ter a mesma probabilidade de ser incluído na amostra retirada (Hill e Hill, 2002).
Para recolher informação sobre a qualidade de ensino, construímos questionário (ver anexo) que aplicamos aos alunos, o que nos permitiu ter matéria para falar sobre a qualidade.
A distribuição do questionário foi realizada directamente pelos investigadores após a obtenção das autorizações necessária. O questionário foi aplicado pessoalmente Aos alunos para evitar certos constrangimentos. Foram entregues 10 questionários e todos foram devolvidos.

APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO SOBRE A QUALIDADE DE ENSINO EM MOÇAMBIQUE
O presente ponto tem por objectivo disseminar os resultados obtidos no campo de pesquisa através dum questionário, dirigido aos alunos. Os resultados são apresentados, analisados e interpretados de maneira a inferir os mesmos à qualidade de ensino em Moçambique.
Os resultados são apresentados nas tabelas. As mesmas apresentam os números de enqueridos com a respetiva percentagem nas respostas. Assim, as tabelas 1, 2 e 3, refletem as respostas dadas pelos inquiridos à questão relacionada com o ambiente educativo; as tabelas 4,5 relacionam-se com a questão relativa à prática pedagógica; as tabelas 6 e 7 tratam da avaliação pedagógica e as tabelas 8, 9 e 10 relacionam-se com questão que trata da gestão escolar democrática.
  1. Ambiente educativo
Neste tópico pretende-se apresentar e interpretar os resultados referidos ao ambiente educativo. As perguntas relacionadas a este ponto visavam compreender o tipo de amizade e solidariedade que se vive nas escolas, como os alunos participam na elaboração das regras disciplinares e ver se a escola aplica o respeito aos direitos da pessoa humana.
1.1.Amizade e solidariedade
Tabela 1

  1. Quando alguém chega à escola com algum problema pessoal, encontra pessoas dispostas a ajudar ?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

6 (60%)
3 (30%)
1 (10%)

  1. O ambiente escolar favorece a amizade entre todos ?
Alunos envolvidos
Sim – 4 (40%)
Não – 6 (60%)
Abstenção- 0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
Como se nota na tabela 1, dos 10  (100%) alunos questionados a respeito da pergunta um (1) acima referida, 6  (60%) responderam positivamente e, apenas 3 (30%) o fizeram negativamente, sendo 1 (10%) não revelou a sua opinião. À pergunta dois (2), 4 (40%) enqueridos responderam positivamente e a maioria 6 (60%) mostrou que o ambiente escolar não favorece a amizade entre todos.
Portanto, a qualidade de ensino depende do ambiente que se vive na escola. Enquanto houver deficit no clima de amizade ou colaboração entre membros que constitui a comunidade escolar, sobretudo com os encarregados da educação, haverá ainda muito por fazer. É nesta linha que Lima (2002: 288) defende a importância de uma verdadeira colaboração entre os dois agentes da educação mostrando que o envolvimento parental conduz a uma maior motivação, a mais aproveitamento escolar e a um melhor comportamento disciplinar. E acrescenta mostrando que, nos pais, verifica-se uma melhoria da sua auto-estima e o acesso à informação que lhes é útil para orientar os filhos; nos professores, o envolvimento parental pode tornar o seu trabalho mais facilitado e bem sucedido, além de mais, bem visto porque será compreendido pelos pais.
1.2.disciplina
Tabela 2

  1. As regras de convivência na escola são claras, conhecidas e respeitadas por toda a comunidade escolar ?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

0 (0%)
9 (90%)
1 (10%)

Os alunos participam na elaboração das regras de convivência ?
Alunos envolvidos
Sim -5 (50%)
Não – 5 (50%)
Abstenção- 0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
A questão em análise faz-nos ver que dum total de 10 (100%) alunos questionados, 9 (90%) afirmaram que as regras de convivência não são claras  e 1 (10%) deixou a pergunta sem resposta. Todavia, numa conversa informal, o mesmo que respondeu positivamente, confessou que é muito arriscado dar uma explicação a esta pergunta.
De facto, é legitimo que as regras de convivência sejam claras e conhecidas porque fazem parte da formação dos alunos.
Quanto à participação na elaboração destas regras, a metade 5 (50%) dos enqueridos mostrou que há participação e a outra metade 5 (50%) mostrou que não há participação.
A participação na elaboração das regras ou leis que regem uma certa conduta dentro duma comunidade, precisam de ser elaboradas e discutidas pelos membros que constitui o grupo para ter o seu valor. Portanto, as regras de convivência na escola devem ser bem claras, conhecidas por toda a comunidade escolar, assim os alunos irão com certeza cooperar na sua aplicação.
1.3.Respeito aos direitos da pessoa humana
Tabela 3  

  1. A escola acolhe pessoas com deficiência nas mesmas salas de aula em que estudam os alunos sem deficiência?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

7 (70%)
3(30%)
0 (0%)

  1. Se sim, esses alunos recebem o apoio de que necessitam ?
Alunos envolvidos
Sim – 3 (30%)
Não – 7 (70%)
Abstenção -0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
Fazendo a leitura da tabela 3, vê-se que 7 (70%) alunos mostram que a escola acolha alunos com deficiência e 3 (30%) afirmaram que escola não acolhe estes alunos. Por outro lado, 3 (30%) dos que disseram que há acolhimento mostram que estes recebem o apoio necessário. Os restantes disseram que os alunos com deficiência não recebem o apoio que necessitam.
Portanto, os resultados obtidos dos informantes fazem-nos perceber que a escola recebe alunos com deficiência mas não satisfaz as necessidades que eles precisam.
Analisando e interpretando este facto, pensou-se que, a ausência dos meios de apoio não justifica a não assistência a alunos com deficiência. Para que a formação destes alunos seja completa ou integrante tem que apoiar estes alunos mesmo que este apoio não esteja planeado no programa escolar. A inclusão de todos os alunos faz parte da qualidade do ensino. Enquanto que estes alunos deficientes não receberem o apoio necessário, o ensino ainda tem problemas sérios. Isto significa que, Quando uma criança com NEE é meramente colocada numa classe regular sem os serviços e apoios de que necessita e/ou quando se espera que o professor do ensino regular responda a todas as necessidades dessa mesma criança, sem o apoio de especialistas, isso não é inclusão, é educação irresponsável (CORREIA, 2008:13). Em outras palavras, será considerada como uma educação ou ensino sem qualidade.
  1. Prática pedagógica
A obtenção das informações a respeito deste tópico tornou-se possível através da obtenção de respostas à questão abaixo colocada. Com esta pergunta pretende-se perceber as estratégias que se usam para que haja aprendizagem.
2.1.Variedade das estratégias e dos recursos de ensino-aprendizagem
Tabela 4

  1. São usados diferentes recursos pedagógicos(internet, revistas, livros, filmes…) na sala de aula ?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

6 (60%)
4 (40%)
0 (0%)

  1. As salas de aula são organizadas de acordo com o tipo de actividade realizada ?
Alunos envolvidos
Sim - 4 (40%)
Não – 6 (60%)
Abstenção- 0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
As respostas referentes às estratégias mostram por um lado que nas escolas existem alguns recursos que promovem a aprendizagem, 6 (60%) alunos, e por outro lado, 4 (40%), vê-se que  não existem recursos apropriados para promover a aprendizagem. Quanto à organização da sala de aula, 4 (40%) enqueridos mostram que as salas são organizadas de acordo com o tipo de actividade realizada, enquanto 6 (60%), a maioria dos enqueridos, diz que não há organização.
Relacionando as duas posições vê-se que a maioria dos informantes mostra que as salas não são organizadas tendo em conta das actividades a realizar. Mas olhando a parte que confirmou que há organização, embora seja uma minoria, pensou-se que estes consideraram a organização de salas sem ter em conta das actividades que se realizam nelas. É claro que sempre há várias salas de aula na escola, porém, nem todas respondem necessariamente as actividades previstas.
Toda a política educacional deve ser orientada para oferecer as condições tanto materiais quanto didáticas que não só permitam, mas também induzam os professores a realizar uma educação de boa qualidade (PARO, 2010:32).
Para maximizar os esforços na procura da qualidade do ensino, as escolas deveriam providenciar material que auxiliasse o ensino. Isto é, providenciar salas para certas actividade tais como filmes, sala para internet e outros materiais tecnológicos. O ponto em análise faz-nos ver que as salas não são preparadas tendo em conta das actividades a ser realizadas. Portanto isso é um deficit na organização.
2.2.incentivo à autonomia e ao trabalho coletivo
Tabela 5

  1. Os professores explicam de forma clara e simples os objectivos das matérias que estão sendo estudadas na sala de aulas?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

9 (90%)
1 (10%)
0 (0%)

  1. As aulas são organizadas de maneira que todos os alunos possam fazer perguntas, conversar sobre os assuntos apresentados, defender suas ideias e mudar opiniões?
Alunos envolvidos
Sim – 8 (80%)
Não – 2 (20%)
0 (0%)

  1. Os alunos têm oportunidade de propor, criar e realizar actividades na sala de aula e na escola como um todo ?
Alunos envolvidos
Sim - 6 (60%)
Não – 4 (40%)
0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
Analisando a tabela acima ilustrada, vê-se que na pergunta (1), uma grande percentagem 9 (90%), resultado das afirmações dos alunos revelando que os professores explicam de forma clara os objectivos das matérias. Por seu turno, 1(10%) aluno revelou que os professores não explicam os objectivos das matérias.
Ainda pode se perceber na tabela em alusão que do total de 9 que afirmaram que os professores explicam de forma clara os objectivos, 8 acrescentaram que as aulas são organizadas de maneira que todos os alunos possam fazer perguntas. Os 2 restantes mostraram que na organização não há esta possibilidade de colocar perguntas. Por último, na pergunta relacionada com a possibilidade de alunos propor, criar e realizar as actividades na sala de aula, 6 (60%) alunos sustentam esta possisbilidade e 4 (40%) afirmam que não há esta possibilidade.
Tendo em conta os resultados apresentados na tabela 5 nota-se de facto que há incentivos à autonomia e ao trabalho colectivo.
  1. Avaliação
Dado que a avaliação é um dos elementos importantes da aprendizagem, procurou-se saber neste tópico os procedimentos na avaliação. As perguntas visavam compreender as opiniões dos alunos acerca da avaliação. Estes são avaliados da mesma maneira? Os professores apresentam o guião de correcção ? Foram algumas das perguntas colocadas.
3.1.Monitoria do processo de aprendizagem dos alunos
Tabela 6

  1. Todos os alunos são avaliados da mesma maneira?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

10 (100%)
0 (0%)
0 (0%)

  1. Todos os alunos são informados sobre os conteúdos nos quais progrediram e em quais precisam estudar e avançar mais ?
Alunos envolvidos
Sim -10 (100%)
Não – 0 (0%)
Abstenção – 0 (0%)

  1. Os professores apresentam os guiões de correcção dos testes que aplicam ?
Alunos envolvidos
Sim -0 (0%)
Não – 10 (100%)
Abstenção – 0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
Como se constata na tabela 6, todos 10 (100%) alunos são avaliados da mesma maneira. Porem, todos 10 (100%) afirmam que os professores não apresentam os guiões de correcção dos testes que aplicam.
De facto, a apresentação de guiões de correcção é muito importante para dar oportunidade aos alunos saber avaliar-se a partir das respostas fornecidas pelos professores. As escolas deveriam preocupar-se em organizar os guiões de correcção e entregar aos alunos porque faz parte da sua formação.
3.2.Mecanismos de avaliação dos alunos
Tabela 7

Os professores fazem uso de diferentes actividades para avaliar os alunos (provas, trabalhos, seminários) ?

Sim
Não
Abstenção
Alunos envolvidos
10 (100%)
0 (0%)
0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
Como se nota na tabela 7, dos 10 (100%) alunos questionados a respeito da pergunta acima referida, 10 (100%) respondeu positivamente mostrando que os professores dão provas, trabalhos e seminários.
Esta afirmação mostra que quanto aos alunos, as escolas tentam realizar o máximo possível na variedade das avaliações. Isto favorece o sucesso de cada um dos alunos dado que uns trabalham com facilidade nas provas escritas, outros nas orais, outros também nos trabalhos de casa, etc.
4. Gestão escolar democrática
O presente tópico pretende mostrar o que se faz na escola para que haja uma gestão democrática. O objectivo é de ter uma ideia sobre a colaboração que existe entre a Direcção e a comunidade escolar.  
4.1. informação democratizada
Tabela 8

  1. A Direcção consegue informar toda a comunidade escolar sobre os principais acontecimentos da escola?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

4 (40%)
6(60%)
0 (0%)

  1. Se sim, as informações circulam de maneira rápida e precisa entre alunos, docentes, demais profissionais da escola e outros membros da comunidade escolar?

Sim - 4 (40%)
Não – 6 (60%)
Abstenção – 0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
Dum total de 10 (100%) alunos enqueridos, 4 (40%) afirmaram que a Direcção consegue informar toda a comunidade escolar sobre os principais acontecimentos da escola e 6 (60%) mostram que não existe esta informação. À pergunta de saber se esta informação circula com rapidez, a maioria 6 (60%) dos enqueridos disse que não.
Portanto há fraca participação da comunidade escolar nos principais acontecimentos. Isto mostra que não há uma boa ou forte colaboração entre a Direcção e a comunidade educativa. E também a pouca informação que existisse, não circula com rapidez. Desta forma, as escolas têm uma dificuldade séria quanto ás informação, elemento que constitui uma penalização à qualidade da educação.



4.2. Assiduidade e pontualidade na escola
Tabela 9

  1. Os professores aparecem regularmente na escola?

Sim
Não
Abstenção
Alunos envolvidos
8 (80%)
2 (20%)
0 (0%)

  1. Os professores começam e terminam as aulas pontualmente?
Alunos envolvidos
Sim -7 (70%)
Não – 3 (30%)
Abstenção – 0 (0%)

  1. Os alunos chegam à escola pontualmente?
Alunos envolvidos
Sim – 6 (60%)
Não – 4 (40%)
Abstenção – 0 (0%)
Fonte: autores do trabalho
A primeira questão em análise mostrou que dum total de 10 (100%) alunos questionados, 8 (80%) afirmaram que os professores são pontuais, 2 (20%) tiveram uma posição contrária. A questão de saber se estes começam e terminam pontualmente, 7 (70%) disseram que sim e os restantes 3 (30%) disseram que não. Quanto à pontualidade dos alunos mesmo, 6 (60%) confirmaram ser pontuais e 4 (40%) disseram o contrário.
De forma geral, há assiduidade e pontualidade da parte dos professores e dos alunos. É um sinal do interesse para com a educação. Isso pode ser também um elemento que favorece o melhoramento da qualidade de ensino, dado que todos têm uma boa consciência, ora para educar ora para receber educação.
4.3. Biblioteca
Tabela 10

  1. Há biblioteca na escola ?
Alunos envolvidos
Sim
Não
Abstenção

1 (10%)
9 (90%)
0 (0%)

  1. Caso exista, está arejada, iluminada e com ambiente agradável?
Alunos envolvidos
Sim - 1(10%)
Não – 0 (0%)
Abstenção – 9 (90%)

  1. Qualquer pessoa pode ter acesso à biblioteca?
Alunos envolvidos
Sim - 1(10%)
Não -0 (0%)
Abstenção 9 (90%)

  1. A biblioteca tem a maior parte dos livros que se precisa?
Alunos envolvidos
Sim – 0 (0%)
Não- 1(10%)
Abstenção 9 (90%)
Fonte: autores do trabalho
Como se pode ver na tabela 10, a maioria 9 (90%) de alunos não queria se pronunciar acerca da existência da biblioteca na escola. 1 (10%) só dos 10 enqueridos mostrou que há biblioteca. Isto contraria o que se exige para uma escola.
É no mínimo estranho que a escola não disponha ao menos de algumas fontes básicas de informação e que, ante a multiplicidade de conhecimento, continue actuando como se todo o saber pudesse residir na cabeça do professor ou entre as capas do manual didático. Os professores precisam contar, em eu local de trabalho, com materiais de apoio e consulta. E os estudantes devem, desde cedo, ser informados da existência desses materiais, da necessidade e possibilidade de irem formando seus próprios caminhos na conquista do saber.(NERY at al,1998:82).
Da mesma maneira os 9 (90%) enqueridos não souberam dizer se esta tem um ambiente agradável. Só 1 (10%) indicou que há um ambiente agradável. O mesmo mostrou que qualquer pessoa pode ter acesso a biblioteca e os outros não se pronunciaram. A verdade é que as escolas deveria estudar uma forma de  colocar a biblioteca à disposição da comunidade. Poderia funcionar, também à noite , para que a consulta popular e mesmo dos estudantes tivesse maiores oportunidades de efetivação (NÉRICI, 1991:336).
No concernente ao volume dos livros, ninguém conseguiu dizer algo, 1 (10%) mostrou que a biblioteca não tem maior parte dos livros que se precisa. É necessária no ensino de todas as disciplinas, a fim de poderem ser orientadas leituras subsidiárias e correlatas, no sentido da formação mais ampla do espírito. A biblioteca pode e deve prestar auxílio à todas as disciplinas, e além de obras de cultura geral, de literatura e estrangeira, deve conter dicionários e enciclopédias. (IBID).
Portanto, os resultados obtidos dos informantes fazem-nos perceber que a escola não tem biblioteca, assim, a ausência da biblioteca nas escolas não se justifica porque os alunos não podem conseguir estudar sem apoio da biblioteca. Para que a formação dos alunos seja completa ou integrante as escola têm que providenciar a biblioteca no seu seio.

 CONSIDERAÇÕES  FINAIS
A apresentação e interpretação de dados revela-nos até que ponto os resultados recebidos correspondem com a realidade da qualidade de ensino em Moçambique. Os resultados mostram um interesse geral, não bastante positivo e também não tão negativo dos alunos para com a qualidade de ensino.
A nossa primeira preocupação é, fornecer aos actores escolares, preocupados em saber se o ensino tem qualidade ou não e como melhorar a sua prática referindo-se na leitura muito fina de realidade sobre a qualidade de ensino  apresentada.
Pensamos ter conseguido dar palavras aos alunos e dar-lhes também oportunidade de relatar e expressar a sua visão sobre a qualidade de ensino que eles recebem.
Igualmente, somos felizes de ter contribuído a pôr em causa certas ideias recebidas como a percepção de uma insatisfação da parte de alunos notadamente em fraco implicação doutros membros da comunidade escolar nas actividade da escola, isto é, dos encarregados e alunos na elaboração de regulamento da escola, e das leis que regem certas actividades; há falta de biblioteca nas escolas, situação que dificulta a assimilação de matérias, a leitura e escrita e outras pesquisas a realizar fora da sala de aula; o ambiente escolar geralmente não favorece a amizade entre todos os membros da comunidade escolar; as regras de convivência não são claras e conhecidas por todos; os alunos com deficiência não tem apoio necessário e também os professor sabem dar provas mas não dão o guião de correcção.
Por outro lado somos felizes da forte participação dos alunos nesta pesquisa e da confiança que os alunos tem para com as suas respectivas escolas.
Mas,  temos de sublinhar a importância  de interpretar Prudentemente o conjunto de resultados do inquérito com os seus limites, em particular dado que cada aluno respondeu segundo a realidade da sua escola e também as vezes com receio de dizer toda a verdade.
Bem que se confiasse a interpretação de grandes tendências que resultam na nossa análise, isto quer dizer que as conclusões possam ser generalizadas a cada escola de forma especifica e em Moçambique de forma geral.
Concretamente significa que, se o país quer fazer uso dos resultados  para melhorar um ou outro aspecto da qualidade de ensino, convém de melhorar certa leitura fina e contextualizar os resultados.
Assim, formulamos claramente o desejo que os resultados do inquérito sejam usados no processo de um espirito de melhoramento a curto, médio e longo termo, pela qualidade de ensino, seguindo a ideia do ex-ministro da educação, Augusto Jone que insiste no facto de que,
A qualidade da educação sempre vai ser uma exigência. Sempre somos confrontados para termos uma melhor qualidade, maior envolvimento das escolas com os encarregados da educação para encontrar soluções[1]















BIBLIOGRAFIA
  1. PARO, Vitor Henrique. Educação como exercício do poder: crítica ao senso comum de educação, 2ª ed., São Paulo, Cortez editora
  2. Discurso do ministro da educação na abertura do seminário sobre a implementação do sistema de gestão e garantia da qualidade de educação em Moçambique. Tirado na http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticia/educação/Dezembro-de-2013/Mined-tenciona-melhor-qualidade-de ensino-moçambique, dia 24-06-2014 às 9h00
  3. NÉRECI, Imideo G. Introdução à Didática Geral, 16ª ed., São Paulo, Atlas, 1991
  4. NERY, Alfredina at al. Biblioteca escolar: estrutura e funcionamento, São Paulo, Edições Loyola, 1989
  5. CORREIA, Luís de Miranda. A escola contemporânea e a inclusão de alunos com NEE: Considerações para uma educação com sucesso, Porto, porto Editora,2008
  6. LIMA, Jorge Ávila. Pais e professores: um desafio à cooperação, Lisboa, ASA, 2002.
  7. PAIVA, Renato. Ensinar o teu filho a estudar, Lisboa, Esferadas dos livros, 2012.






[1] Discurso do ministro da educação na abertura do seminário sobre a implementação do sistema de gestão e garantia da qualidade de educação em Moçambique. Tirado na http://www.portaldogoverno.gov.mz/noticia/educação/Dezembro-de-2013/Mined-tenciona-melhor-qualidade-de ensino-moçambique, dia 24-06-2014 às 9h00

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