1.
Introdução
Act. 1, 12-14: como os apóstolos foram ao
encontro
“Os apóstolos encontravam-se todos reunidos
no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento
impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma
espécie de línguas de fogo, que se repartiram e repousaram sobre cada um deles.
Ficaram todos cheio do Espírito Santo” (Act 2,2-4).
Estamos
reunidos neste lugar para a celebração do Capítulo. Somos como os apóstolos no
Cenáculo. Vocês vieram de vários contos do país, Províncias e comunidades. Com o objectivo de tratar sobre a
vossa vida. As diversidades de dons são as experiências vividas. Com a diversidade neste encontro,
ousaremos dizer que nosso capítulo tem um gosto de Pentecostes. Porque falamos
a mesma linguagem mas expressa de forma
diferente. Vieram para o mesmo objectivo. No dia de Pentecostes os fiéis
diziam: como é que eles falam numa língua e nós ouvir cada qual na sua língua ?
isto significa que os frutos do capítulo tem impacto na sociedade.
2. O sentido do capítulo
Um
capítulo é o tempo para a congregação redefinir a sua identidade. Renovar o seu
compromisso e a sua missão. Cada uma veio com o fogo do espírito da sua
comunidade, com experiências vividas e iluminadas pela decisão, recomendações e
proposta de projecto de vida, do capítulo anterior, etc.
O
capítulo não se preocupa somente com a qualidade da vida religiosa de seus
membros actuais, mas também com a própria qualidade da congregação, que tem
como missão conservar vivo seu carisma e passá-lo às gerações futuras. Através
do capítulo estão chamadas a lançar um
olhar de amor e de compaixão sobre o mundo que o circunda, no qual vive e ao
qual é enviado em missão.
A
celebração do capítulo é um momento agradável e relaxado, sem deixar de ser
algo sério e profundo. Mostra também que esse é um momento importante em que as
irmãs reúnem-se não apenas para avaliar
e planejar suas actividades, mas também para confraternizar e celebrar a vida e
a missão de cada uma e das comunidades ou da Província. É um momento de
formação e oração, tanto da vida pessoal quanto social e eclesial, reforçando,
assim, o nosso compromisso.
Congregação é este
corpo que tem a responsabilidade de discernir colegialmente a vontade de Deus
para ele. O Capítulo é um tempo
importante para tal discernimento.
3.
A
alegria do encontro
O Capítulo
conduz-nos numa dinâmica de festa, da alegria dos reencontros, dos cânticos,
das liturgias, da convivência. Tem a sua dimensão festiva, mesmo se, por vezes,
algumas de nós o vivem como um tempo de trabalho intenso que pode ser causa de
medo ou angústia. O fundamento desta alegria é o prazer de estar juntas, trabalhar
juntas, descobrindo juntas o caminho que nos leve ao cumprimento da nossa
missão.
4.
Objectivos
O
capítulo é para traçar o caminho para a renovação espiritual da nossa
província. O
Cân 631 disse que o dever principal do capítulo é defender o património do
instituto, promover a renovação adequada, eleger o Moderador supremo, tratar
dos assuntos e bem assim elaborar normas, à quais todos estão obrigados a
obedecer.
5.
Da escuta ao diálogo
Na celebração deste capítulo
devemos nos colocar em situação de escuta. Escutar a palavra de Deus e a voz de
Deus através das propostas, ideias ou preocupações dos outros. A escuta vem também através do que o Espírito está dizendo
à Igreja hoje assim como através dos sinais dos tempos.
O mesmo Espírito que falou aos nossos
fundadores ou fundadoras continua a falar ao coração de cada um de nós desafiando-nos em situações diversas e concretas. É então importante
que durante às sessões encontre-se meios que permitam a todas as irmãs ter voz
ou palavras que ajudem a construir a vida em comunidade e a província. A voz de
cada uma é preciosa e construtiva. Assim, que todas expressam-se com toda
naturalidade, sem uma pressão externa, sem fingimento, sem monopólio da
palavra, etc.
Esta
voz preciosa é diferente da voz acusativa, que fere as sensibilidades, que
expressa uma certa revolta na pessoa ou que deixa transparecer uma certa
inimizade, vingança, raiva insatisfação, oposição ou ataque as outras como ajuste
de contas. A voz construtiva controlar a
sua linguagem e as suas emoções para não ferir e adapta-se ao ambiente.
O capítulo, como tempo de
escuta, deveria ser também um tempo de diálogo; pois é através das palavras dos
outros que a palavra de Deus nos é transmitida. O diálogo é um exercício de
docilidade a Deus. Para responder a Ele, precisamos primeiro escutar outras
pessoas. Para ouvir a voz de Deus, temos de dialogar com as nossas irmãs. Este
diálogo pode assumir mil e uma formas, de partilha do Evangelho a responder a
um questionário, inclusive reuniões de trabalho, trabalho em comissões,
partilhas, etc. Esta atitude de escuta é essencial ao próprio capítulo.
Os capítulos antes do Vaticano
II foram muitas vezes, em muitos institutos, nada mais do que capítulos para
eleição. O Vaticano II designou o capítulo como um dos principais meios de renovação.
Uma verdadeira renovação exige
que as irmãs, durante o capítulo sejam sinceras para com elas mesmas e
preocupadas com a vida presente e futura da congregação, das comunidades e de
cada irmã. Para isto, é bom que elas ouçam as necessidades, as aspirações, os
problemas e as experiências de todas.
6.
A oferta preciosa
A participação no capítulo não é
um privilegia, mas sim, uma responsabilidade para todos os membros da
congregação. As irmãs capitulares são as "delegadas" que exercem suas funções em nome de todos os membros da
congregação. Um capítulo é um ato colegial e comunitário. Colegial em seu
funcionamento, o que significa que as decisões tomadas, foram tomadas pelo
colégio de participantes legalmente designadas, da comunidade hospitaleira,
isto é, são todas as irmãs que participam através das delegadas. As decisões tomadas
serão observadas para todas. Por essa razão os trabalhos não podem ser feitos
para satisfazer os interesses individuais, mas sim, para o bem de todos e com
todo o coração.
Um capítulo não terá sucesso se
não tiver sido bem preparado. E isto não se refere simplesmente ao bom preparo
técnico, seguramente importante, mas ao longo preparo de mentes e corações,
para o qual todos os membros dos institutos devem se sentir responsáveis. Na
verdade, o período de preparação para um capítulo se inicia no dia que o
capítulo anterior termina.
Na agenda está previsto a
escolha de conselheiras. Quando ao momento das eleições, pedir o Espírito para
escolher não a pessoa de que mais gostamos ou que será a melhor administradora,
mas aquela que parece capaz de ajudar a congregação a alcançar os seus
objectivos, buscando cumprir sua missão
e na contínua leitura da vontade de Deus.
Na verdade o Espírito Santo
oferece todas as luzes necessárias; o único problema é se nós estamos fazendo
uso delas. Pedir luz ao Espírito Santo antes de uma eleição é de fato pedir a
purificação do coração de tal modo que possamos estar abertos às luzes que ele nos
oferece para o nosso discernimento.
Deus não tem candidata. Ele
deixa às capitulares a responsabilidade plena por sua escolha: e ele se liga a
esta escolha. Seja ela feliz ou infeliz para a congregação na medida em que as irmãs capitulares façam um
bom discernimento, usando todos os meios humanos através dos quais o Espírito
Santo opera. E qualquer que seja a aptidão ou falta dela daquele que foi
escolhido, Deus sempre oferece a ele sua graça, que ele também será capaz de
usar ou de não usar de acordo com seu próprio grau de pureza de coração. Uma
conselheira não um opositor, a pessoa que vocês conhece que é a mais confusa,
ela não se lida ou vai apertar a provincial, ou a pessoa que não tem posição.
não ! a conselheira é aquela que ajuda, aconselha. Não é aquela que diz sempre
sim mas que dá ideias, caminhos, que ilumina as outras, que é mãe.
7.
O Ambiente nas
sessões de trabalho
Do ponto de vista da atmosfera
das sessões, um capítulo deveria ter um ritmo "humano", com um
horário que permita a cada uma não só o tempo necessário para o sono, mas
também tempo para oração comum e pessoal e intervalos para reflexão e partilha.
Não se pode transformar um capítulo provincial num retiro espiritual.
Para ficar felizes e realizadas
neste capítulo, o ambiente em que se decorra as sessões deve oferecer um mínimo
de segurança. E para que exista esta segurança, é necessário promover espírito
de compreensão, tolerância, paciência, hospitaleiro, um clima familiar e
religiosa. Criar um clima de paz,
harmonia, partilha…
Tudo isso implica evitar preconceitos, as conclusões e decisões negativas
sobre o capítulo antes de iniciar o capítulo. Este modo de proceder poderá criar um certo bloqueio
ou dificultar o espírito do capítulo e procurar caminhos para o futuro feliz da
nossa congregação. É melhor olhar no que é positivo para encorajar e procurar
estratégias para mudar o que não foi positivo.
8. A
necessidade do discernimento
Para chegar às
melhores decisões e orientar bem as acções precisa do discernimento. Com
efeito, existe um discernimento dos sinais dos tempos, que aposta no
reconhecimento da presença e da acção do Espírito na história; um discernimento
moral, que distingue o que é bom daquilo que é mau; um discernimento
espiritual, que se propõe reconhecer a tentação a rejeitar e, proceder pelo
caminho da plenitude da vida.
Um bom
discernimento necessita o diálogo com o Senhor e à escuta da voz do Espírito.
São estes elementos que podem nos levar a fazer opções fundamentais sobre
aquilo que queremos. O Espírito fala e age através dos acontecimentos da vida
de cada uma, de cada comunidade, mas os eventos em si mesmos são mudos ou
ambíguos, uma vez que podem ser interpretados de diferentes modos. Assim, no
discernimento precisa de reconhecer, interpretar e recolher.
9.
Conclusão
O bom êxito do Capítulo, portanto, está confiado a cada uma,
à vontade de cada uma de vocês. São vocês que precisam de uma renovação da
vida, de um novo caminho para concretizar a missão hospitaleira no mundo de
hoje, são vocês que têm o desejo de contribuir para a renovação da congregação,
a renovação da vida nas comunidades. Para isso, deve-se abrir o coração para
uma sincera partilhar das experiências na simplicidade e alegria acompanho das
luzes que o Espírito vos faz perceber a
vontade de Deus em tudo que irão realizar.
Obrigado
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