segunda-feira, 15 de junho de 2015

INEXISTÊNCIA DA ORIENTAÇÃO TÉCNICO PROFISSIONAL NO 3º CICLO DE ENSINO BÁSICO

INTRODUÇÃO
O presente trabalho intitulado “Inexistência da Orientação Técnico Profissional no 3º ciclo de Ensino Básico” é o resultado duma pesquisa realizada na Escola Primária Completa 1º de Maio da cidade de Inhambane, realizado no intuito de identificar e analisar as causas da inexistência da OTP e propor estratégias para sua implementação. Este trabalho foi realizado com objectivo da obtenção do grau académico de licenciatura em Ciências de Educação.
A investigação  que vem dar corpo ao tema, fundamenta-se numa pesquisa de campo cuja metodologia é mista, baseada em questionário destinado a um grupo de alunos e professores e uma entrevista destinado ao órgão  administrativo. Esta  metodologia possibilitou obter resultados  concretas e fiáveis que levou o estudo ás conclusões práticas.
O estudo mostrou que não existe uma orientação técnico-profissional no Ensino Básico e particularmente no 3º ciclo por causa da falta de formação psicopedagógica de professores na área da orientação profissional, da imprevisão  OTP no currículo e do desconhecimento das estratégia para sua implementação. A partir destas constatações e da necessidade da sua realização, procurou-se, outras alternativas através das quais pode se tornar possível a orientação profissional dos alunos. Assim, com este trabalho, pretende-se apresentar os resultados obtidos na escola supracitada, mostrando ao mesmo tempo a necessidade e a importância da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem.
A nossa abordagem consta de três capitulo:
O primeiro trata da fundamentação teórica, onde apresenta-se as definições de termos essenciais para facilitar a compreensão do tema da pesquisa, da importância da orientação profissional na formação dos educandos, da formação psicopedagógica na orientação profissional dos educandos, da necessidade da existência da OTP no 3º ciclo de EB, do currículo de ensino e a sua actuação na prática educativa, dos aspectos determinantes na OTP e das implicações pedagógicas da OTP no PEA.
O segundo que refere-se ao desenho metodológico, pretende descrever os métodos e técnicas que foram usados ao longo do trabalho. Isto é, o tipo de estudo realizado, a delimitação do estudo, a definição do universo e amostra, o plano de procedimento dos dados e as considerações éticas.
O terceiro é consagrado a apresentação, a análise e interpretação dos dados. Este capitulo apresenta os resultados obtidos no campo de pesquisa através do questionário e entrevista dirigidos a um grupo de informante da EPC 1º de Maio. Apresenta os resultados referentes ao desconhecimento das estratégias para a OTP no PEA, da dificuldade da implementação da OTP no PEA, da importância da formação psicopedagógica na OP dos educandos, da vontade da existência da OTP no PEA, da necessidade da existência da OTP no PEA e das repercussões da imprevisão da OTP no currículo do EB. Depois da apresentação de resultados segue uma nota que trata da visão geral do pesquisador sobre a OTP no PEA. E por fim, uma nota conclusiva que apresenta as conclusões feitas a base das constatações feitas no terreno.
Objectivos
Para a realização desta pesquisa teve-se em conta as seguintes objectivos:
Geral
Analisar as causas da inexistência da orientação técnico-profissional no 3º ciclo do Ensino Básico.
Específicos
·         Identificar as causas da inexistência da orientação técnico-profissional;
·         Descrever as vantagens da orientação técnico-profissional;
·         Propor estratégias para a introdução e a implementação da orientação técnico profissional.
Justificativa
O ponto de partida da escolha deste tema, tem a ver com o interesse que temos de orientar os jovens para a vida futura. Constata-se neste tempo que há um número elevado de crianças que, ao terminar o Ensino Básico, carecem de uma orientação para uma escolha profissional. A maioria dos alunos que frequenta a classe terminal, isto é, 7ª classe, ainda se encontra duvidosa a respeito da profissão por escolher e, muitas vezes, essas dúvidas leva-a a uma má escolha. Alguns deles têm habilidades ou aptidões para o Ensino Técnico-Profissional mas infelizmente as escolas não se preocupam em dar informações e encaminhá-los neste ensino.
A carência da orientação Técnico-Profissional e outras constatações idênticas motivou-nos a abordar este trabalho para poder encontrar mecanismos pelos quais as escolas, no 3º ciclo do Ensino Básico possam orientar os seus alunos ao ensino técnico-profissional tendo em conta as suas aptidões, habilidades ou inclinações.
Pretende-se com este trabalho trazer algumas contribuições que possam promover a orientação técnico-profissional no Ensino Básico para garantir ao nosso Moçambique um futuro com uma mão-de-obra qualificada e que responda às necessidades do desenvolvimento económico e social. Assim, Espera-se que os resultados deste trabalho sejam proveitosos tanto para as escolas quanto para a sociedade em geral e que proporcione de alguma forma, mais elementos que possam ajudar os profissionais e sobretudo os “fazedores” do currículo a conduzir futuras pesquisas neste contexto.
Espera-se também, que a implementação das estratégias da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem aumente o rendimento na assimilação dos conteúdos, no aproveitamento pedagógico dos alunos e motive os mesmos a fazer opção para o ensino técnico a fim de garantir a mão-de-obra qualificada que responda às necessidades do desenvolvimento socioeconómico do nosso país. Estas estratégias ajudarão os professores a acompanhar cada aluno de modo a encontrar o ensino que corresponde com as suas habilidades onde irá oferecer um serviço de qualidade.
Problematização
A falta de orientação técnico-profissional no Ensino Básico é preocupante. Ao terminar o 3º ciclo, os alunos deviam já ter informação suficiente sobre várias profissões e serem orientados cada um, numa área que correspondesse às suas inclinações e habilidades. Infelizmente, isso não acontece. Na EPC 1º de Maio, por exemplo, constatou-se que no 3º ciclo do Ensino Básico não há orientação dos alunos para o ensino Técnico-Profissional. Nesta escola, a afectação dos alunos no ensino técnico é feita de forma aleatória e sem ter em conta as aptidões dos mesmos nem os seus interesses. Acontece que no fim do ano, a escola profissional de Inhambane envia o número de vagas de que se dispõe para novos ingressos. Por sua vez, a escola envia a lista nominal dos alunos escolhidos arbitrariamente para ingressar no Ensino Técnico. Desta forma, percebe-se e considera-se que não existe uma orientação técnico-profissional. 
Os alunos que manifestam através das oficinas ou ofícios, interesse e inclinação duma formação técnica não são acompanhados nem ajudados a perseverar a sua inclinação. A orientação dos alunos não é considerada como fazendo parte das actividades previstas no processo de ensino e aprendizagem. Os professores limitam-se a transmitir conhecimentos científicos e procuram todos em terminar o programa previsto no currículo de ensino. E isto faz com que ninguém pense nem se preocupe em realizar esta tarefa muito importante para a vida profissional dos alunos. Entretanto, no programa de ensino não está previsto nenhum conteúdo em prol da orientação técnico-profissional. Esta inexistência prejudica a aprendizagem e como consequência, os alunos enfrentam dificuldades na assimilação dos conteúdos e leva-os ao fraco aproveitamento pedagógico na Escola Secundária, se progredir com o Ensino Geral, à má escolha da profissão até ao comprometimento de toda vida profissional futura do jovem. Mas se estes fossem orientados para o ensino técnico-profissional, ensino que correspondesse às suas capacidades, aproveitariam melhor.  
Dentro das suas atribuições, a escola deveria acompanhar os alunos ao longo do ciclo e aqueles que manifestarem as inclinações para o ensino técnico-profissional. Assim, a escola teria ajudado os alunos a terem sucesso na sua orientação e evitaria que esses se orientassem aos cursos que não correspondem as suas inclinações.
Em função de todas as informações supra anunciadas, deseja-se desenvolver uma pesquisa com a qual anseia-se responder a pergunta, “Quais são as causas da inexistência da orientação técnico profissional no 3º ciclo de Ensino Básico ?”
Hipóteses
·         O desconhecimento de estratégias para a orientação técnico-profissional dificulta a sua materialização no Processo de Ensino e Aprendizagem;
·         A imprevidência da orientação técnico-profissional no currículo do ensino básico dificulta a sua realização no processo de ensino e aprendizagem;
·         A falta de formação psicopedagógica de professores na área da orientação profissional contribui para a inexistência da mesma no ensino básico.


1.      FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA  
Neste capítulo, são definidos os termos essenciais para facilitar a compreensão do tema da pesquisa, de modo a apresentar e confrontar diferentes pontos de vista de vários autores, articulando-os às opiniões pessoais do pesquisador. Este ponto constitui a base do capítulo.  
A abordagem da orientação profissional no processo de ensino e aprendizagem é um assunto de grande interesse para muitos pesquisadores da área educativa. Estes falam do tema de forma directa ou indirecta e, cada um defendendo a sua teoria. Pretende-se neste trabalho abordar um outro aspecto particular da orientação profissional. Trata-se da orientação técnico-profissional com intuito de analisar o porque da sua inexistência na prática educativa e estudar as possibilidades para a sua implementação.
1.1.Definição dos termos no contexto da pesquisa
O presente ponto tem como objectivo definir os termos chave abordados ao longo de trabalho e contextualizá-los no âmbito da pesquisa para a melhor compreensão do tema em estudo.
1.1.1.      Orientação
É o processo de fazer o indivíduo descobrir e usar seus dotes naturais e tomar conhecimentos das fontes de treinamento disponíveis, de modo que possa viver, assim, a tirar o máximo proveito para si próprio e para a sociedade WOOD e HEFNER apud NÉRICE (1992:124).
A orientação ajuda ao orientado a descobrir as suas capacidades e a mostrar como usá-las para beneficiar a sociedade e a si mesmo. Portanto, este processo envolve dois elementos: aquele que está a caminho da descoberta dos seus dons e aquele que faz descobrir esses dons. Conhecendo esses dons, desenvolve-os e usa-os pelo bem próprio e para a sociedade.
1.1.2.      Profissional
Algo que vem de uma profissão. Pode significar também que tem conhecimento da sua profissão AAVV (2001:1214).
Um profissional é aquele que exerce uma profissão depois duma formação nesta área específica.


1.1.3.      Orientação profissional
A orientação profissional é essencialmente uma ajuda científica prestada ao indivíduo para que escolha uma profissão na qual tenha satisfação em trabalhar, oportunidades de progresso e recompensa adequada NÉRICE (1992:124).
Percebida nesta vertente, a orientação profissional é um processo de acompanhamento que leva o indivíduo a fazer  escolha duma profissão. Este processo realiza-se com base em métodos e técnicas apropriadas para este tipo de acompanhamento. Assim, a sua materialização necessita dum profissional experiente na matéria.
PIMENTA (1991:20) aponta que a orientação profissional é também definida como um processo de exame das capacidades individuais e de orientação dos indivíduos sobre as várias alternativas com as quais ele pode contar, a partir de suas próprias capacidades, amplia e aperfeiçoa o processo de selecção que deixa de possuir a dimensão negativa, assumindo a dimensão positiva de orientar o indivíduo a procurar emprego a partir de suas próprias capacidades.
Deste modo, a pessoa não se orienta numa profissão somente para trabalhar, mas sim, porque procura um emprego que corresponde com a sua pessoa.
1.1.4.      Ensino Básico
No sistema da educação, o Ensino Básico é o nível de ensino correspondente aos primeiros anos de educação escolar. Este ensino prepara os alunos para o acesso ao Ensino Secundário e compreende as sete primeiras classes, subdivididas em dois graus: o 1º, da 1ª a 5ª classes; e o 2º da 6ª a 7ª classes INDE/MINED (1992:104).
 É no 2º grau que se encontra o 3º ciclo do ensino básico (6ª e 7ª classes). O ciclo é definido como cada uma das fases em que se divide o Ensino Básico AAVV (2001:352). O Ensino Básico é constituído por 3 ciclos. A 1ª e a 2ª classe constituem o 1º ciclo, a 3ª a 5ª, o 2º e a 6ª a 7ª, o 3º ciclo. O Ensino Básico proporciona ao aluno uma formação básica da personalidade. Ao terminar o 3º ciclo, o aluno tem uma base para ser orientado ao Ensino Técnico-Profissional e por outros estudos ulteriores. É neste ensino que o aluno desenvolve capacidades que lhe permitem viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente na melhoria de qualidade de vida, tomar decisões fundamentais e prosseguir a sua aprendizagem ao longo da vida e também ter conhecimentos de técnicas básicas, desenvolver habilidades e aptidões de trabalho manual, atitudes e convicções que proporcionam o ingresso na vida produtiva MEC (2008:10). Deste modo, o 3º ciclo de ensino básico é considerado como momento decisivo para a Orientação Técnico-Profissional.
1.1.5.      Orientação Técnico-profissional
É um processo pelo qual o orientador, acompanhado pelo procedimento científico, isto é, pelos métodos e técnicas apropriados, ajuda o orientado a descobrir as suas habilidades e aptidões com vista a escolher o Ensino Técnico como rumo à vida profissional futura.
Nesta perspectiva, a orientação para a formação técnico-profissional deverá contribuir para uma satisfação da procura de habilidades e competências profissionais no mercado de trabalho e de emprego que resulte no aumento dos níveis de produtividade e de rendimento das indústrias, proporcionando aos jovens e adultos, para os quais muitas vezes não existem vagas no mercado de trabalho formal, habilidades e capacidades para desenvolverem pequenas iniciativas de empreendimentos económicos INDE/MINED (2001:27).
Das definições acima apresentadas sobre a orientação técnico-profissional sublinha-se a preocupação de orientar os alunos. Este processo necessita duma harmonização entre as motivações e capacidades dos alunos para depois escolher para eles uma profissão que se ajuste as suas aptidões. O 3º ciclo do ensino básico é o momento propício para esta orientação, é neste ciclo em que o aluno se prepara para enfrentar os estudos secundários, o tempo em que os alunos se questionam sobre o seu futuro profissional. Este é um desafio para as instituições escolares. Portanto, existe uma relação estreita entre a orientação técnico-profissional e o Ensino Básico. De facto, uma orientação bem realizada engaja o orientador, o orientado assim como toda a sociedade.
1.2.A importância da orientação Profissional na formação dos educandos
A orientação profissional dos educandos é um aspecto muito importante no processo de ensino e aprendizagem.
Segundo LUCCHIARI apud VASCONCELOS (2004:201), a orientação facilita o momento da escolha do jovem, auxiliando-o a compreender sua situação específica de vida, na qual estão incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. É a partir dessa compreensão, que ele terá mais condições de definir a melhor escolha, a escolha possível no seu projecto de vida.  
Para este autor, a orientação profissional ajuda o aluno a compreender a sua situação antes de ser orientado numa opção profissionalizada. A compreensão da sua situação é que vai levar o orientador a analisar o tipo de profissão correspondente à realidade do aluno.
No Ensino Básico, a orientação profissional tem vantagem porque ajuda o estudante a ter consciência daquilo que deve fazer.
Para esta vertente, a vantagem da orientação profissional no processo de ensino e aprendizagem é que os estudantes devem tornar-se mais cientes e começar a avaliar talentos e competências, inteligência em geral, um nível motivacional, amigos, família, experiência de vida, aparência e saúde GLADDING apud MWAMWENDA (2006:350).
MWAMWENDA (2006:342) afirma que a orientação profissional no processo educativo é para aprender sobre o mundo do trabalho, adquirir uma imagem de si próprio realista, explorar interesses de carreira, adquirir competências de aprendizagem básicas. Este autor Acrescenta que, “deve ser reiterado que a orientação e o aconselhamento são extremamente importantes para os alunos africanos como componente integral de uma educação de qualidade”.
Aqui o autor mostra a importância da orientação profissional, sublinhando os aspectos que têm a ver com a informação sobre o mundo do trabalho, os interesses assim como o conhecimento próprio do individuo. Esses elementos todos constituem a integralidade e qualidade do ensino.
A orientação profissional é uma necessidade para todo o homem, independentemente do continente, da cultura ou da raça. Falar duma educação de qualidade é responder as necessidades que os educandos apresentam. Hoje em dia, em qualquer sítio, o mercado de trabalho torna-se exigente na selecção de quadros; Precisa de mão-de-obra qualificada. E para isso, é preciso que os orientadores trabalhem com os jovens, mostrando as possibilidades do mundo de trabalho, respondendo desta forma, a educação será considerada de qualidade.
Para LEVENFUS e SOARES (2010:60), o orientador deve auxiliar o indivíduo não só a desenvolver uma imagem verdadeira de si mesmo e do mundo do trabalho, mas também a verificar essa imagem em contacto com a realidade e actualizá-la de modo satisfatório. Ajudá-lo, em particular, a compreender para onde vai.
Deste modo, a orientação profissional no Ensino Básico, vai fazer tudo de maneira a transmitir ao aluno conhecimentos sobre ocupações, particularmente em relação à condição de emprego, salários, oportunidade de promoção e requisitos para o ingresso e êxito na profissão escolhida.
De acordo com NISKIER (1969:111), a escola e os seus agentes devem proporcionar aos jovens as experiências que os levarão à escolhas inteligentes, não apenas em relação aos seus problemas educacionais, mas também ao seu futuro vocacional, sem esquecer a necessidade de maior assistência quanto à orientação moral e social.
Para este autor, a orientação profissional no processo educativo não é para resolver unicamente o problema da escolha da profissão do aluno mas deve também olhar sobre a sua orientação moral e social.
A orientação profissional é uma componente da educação. E esta por sua vez é abrangente pelo facto de ter como objectivo a formação integral do homem. Nesta perspectiva, a orientação profissional, moral e social completam-se. Do mesmo modo que a educação prevê a orientação profissional, prevê também a orientação moral e social, que faz com que o homem tenha uma vida profissional socialmente admissível. Não humilha a personalidade da criança, porque a sua primeira condição é precisamente proporcionar-lhe todas as ocasiões e possibilidades de conhecer, de experimentar os seus recursos e, em seguida, aprofundá-los e desenvolvê-lo GAL (s/d: 68).
O aluno é o objecto da orientação e por isso o orientador deverá sempre estar disponível a lhe ajudar na descoberta dos seus dons sem desprezo nenhum. A orientação profissional contribui para o desenvolvimento da personalidade dos alunos e do seu potencial para viver uma vida com mais sentido, bem sucedida e próspera MWAMWENDA (2006:350).
A personalidade constrói-se dia após dia com as experiências, em contacto com outras pessoas, e de forma especial para com a orientação profissional que faz com que o aluno descubra o seu caminho profissional que lhe leva a uma vida responsável e bem sucedida.
Na formação do educando, a orientação profissional é importante porque ajuda e encoraja o estudante, mesmo com muito pouca idade, a ter um papel integral no planeamento das formas de resolver os seus problemas ENGELKES apud MWAMWENDA (2006:342).
É no Ensino Básico que se deve explorar diferentes áreas do trabalho e avaliar os pontos fortes e fracos dos alunos em relação a algumas das profissões que têm em mente (Ibid, 2006:350).
Nesta ideia, O autor quer mostrar que cada aluno tem no seu pensamento uma ideia sobre várias profissões que pode pretender abraçar. É o papel da orientação profissional avaliar os requisitos ou aptidões do aluno em relação ao tipo de profissão que pretende optar.
O que é importante na orientação dos educandos é providenciar uma formação abrangente que possibilita ao aluno ter ideia sobre as profissões. Recebendo assim uma formação integral, este poderá desenvolver a sua personalidade e a imagem de si próprio.
O futuro do aluno depende do tipo da orientação que recebe na escola. Se for bem orientado, o futuro profissional terá um sucesso e se não for, o futuro será indesejável.
1.3.A formação psicopedagógica na orientação profissional dos educandos
A formação psicopedagógica é importante no processo de ensino e aprendizagem. Os professores como profissionais de ensino, deviam possuir esta formação para poder lidar com os seus alunos e melhorar a qualidade de ensino. Esta formação fornece instrumentos e explicações que permitem a facilitação da aprendizagem, e conduzem à criação de novas estratégias e metodologias de ensino que facilitem o trabalho do docente.
Para ser orientador profissional exige-se que a pessoa esteja preparada teórica e praticamente para essa actuação.
LISBOA apud SOARES (2001: 141), afirma que a preparação de alunos dos cursos de Psicologia e Pedagogia para actuarem como orientadores profissionais vem se desenvolvendo também na forma de opção. Portanto uma vez diplomado, o aluno tem a permissão de actuar, como orientador profissional independentemente de ter-se dedicado ao estudo dessa área de conhecimento ou não.
A formação psicopedagógica é importante para orientar profissionalmente os educandos. Porém, esta actividade não depende unicamente da possessão dum diploma nesta área mesmo sem dedicação. É uma vocação e depende também da experiência individual adquirida ao longo da carreira. O conhecimento científico dos métodos e técnicas vai conjugar com a inclinação e as experiências para poder ajudar com eficácia nesta área da educação. Desta forma, ter uma formação psicopedagógica não garante na totalidade o zelo de orientar profissionalmente os alunos, mas sim, a combinação com outros requisitos vai fazer com que esta formação recebida forneça instrumentos que apoiem a prática de orientação profissional.
FOLBERG apud LEVENFUS (2010:60) aponta que a formação psicopedagógica é importante no sentido de que, o orientador desempenha o papel daquele que percebe o aluno como um todo, como um ser em evolução, em marcha para a maturidade.
Para chegar a perceber o aluno desta maneira, precisa-se do orientador uma formação psicopedagógica. Esta formação vai acompanhar sempre o professor na sua carreira e lhe oferecer oportunidades de conhecer melhor os alunos e o seu  desenvolvimento cognitivo, para serem orientados.
De acordo com as análises feitas aos actuais curricula de formação, tem-se verificado que a existência de tantas disciplinas teóricas tem retirado o carácter prático que toda a formação do professor para o nível básico deveria ter GOLIAS (1993:75).
Portanto, a Psicopedagogia contribui significativamente para o processo de ensino e aprendizagem. A partir dos conhecimentos  psicopedagógicos, o professor pode ter um olhar direcionado ao seu aluno que é sujeito da aprendizagem, e lhe ajudar a descobrir o seu verdadeiro caminho profissional.
Na concepção de DELORS et all (1996:142),  para poderem fazer um bom trabalho, os professores devem não só ter uma formação psicopedagógica ou ser profissionais qualificados mas também beneficiar de apoios suficientes. O que supõe, para lá dos meios de trabalho e dos meios de ensino adequados, a existência dum sistema de avaliação e de controle que permita diagnosticar e remediar as dificuldades, e em que a inspecção sirva de instrumento para distinguir e encorajar o ensino de qualidade.
Para oferecer um serviço de qualidade na orientação profissional precisa-se de ter meios que facilitem o exercício deste serviço. Mas instalar mecanismos para verificar e controlar a maneira como se realiza esta orientação será duvidar da qualidade de serviço prestado pelo professor. Pensou-se que a organização de sessões de capacitação e de reciclagem por exemplo ajudaria melhor na prestação de serviços de qualidade. Também, a orientação profissional requer a confiança do orientado. Aparentemente se pode prestar um bom serviço mas quando não há confiança da parte do aluno, esta orientação pode falhar.
De facto, a formação psicopedagógica é importante para a orientação Profissional, porém, não é a única para uma formação de qualidade.
1.4.Necessidade da existência da orientação técnico-profissional no 3º ciclo de Ensino Básico
O presente tópico pretende mostrar  a necessidade da OTP no Ensino Básico. Este nível de ensino  é a base para uma preparação futura dos profissionais. Assim, a escola como instituição dedicada a este fim, deverá responsabilizar-se para a sua efectivação.
GAL (s/d:27) confirma que, Amanha, a escola assegurará não somente a preparação para as carreiras que exigem uma educação intelectual, mas também uma formação profissional. porque, cada vez mais, o oficio, a profissão, descarregam sobre ela esta função que eles asseguram. A escola vai, pois, ser incumbida desta preparação profissional.
De facto, é da responsabilidade da escola preparar os educandos para a vida futura. Para que isto aconteça, a escola tem que orientar profissionalmente os alunos até que encontrem a profissão que se enquadra com a sua pessoa. Esta orientação é uma necessidade no PEA. Deste modo, acrescenta o mesmo autor que devemos proporcionar uma verdadeira cultura a todos os indivíduos, segundo as suas possibilidades e a sua maneira de ser, e não apenas a um escol raro e de acordo com um único padrão intelectual e verbal (Ibid:25).
A cultura referida pelo autor, adquire-se neste processo de orientação profissional. Assim, vê-se que a orientação dos alunos no processo de ensino e aprendizagem é uma necessidade e deve ser realizada enquanto que os alunos se preparam para os estudos profissionalizante.
Nenhum sistema escolar em África pode exigir providenciar uma educação de qualidade se a maioria dos seus alunos não tiver qualquer acesso à orientação e ao aconselhamento, como componente integral do seu currículo. Infelizmente, este é o caso de muitas escolas africanas, devendo-se a uma falta de conhecimento sobre a importância da orientação e do aconselhamento, assim como a uma séria carência de pessoas com qualificações e experiência exigidas MWAMWENDA (2006:337).
O facto de não integrar a orientação no currículo do ensino, nem ter pessoas formadas para esse serviço, já é um problema. Para dizer que, na formação dos alunos deveria se prever um espaço para a orientação técnico-profissional. Esta actividade revela-se importante e necessário para a preparação dos alunos.
O erro de não incluir a orientação e o aconselhamento no currículo escolar africano nega aos alunos a oportunidade de se tornarem homens e mulheres melhores nas suas futuras vidas profissionais MWAMWENDA (2006:350).
De facto, o novo currículo do Ensino Básico (6ª e 7ª classes) é constituído por disciplinas de Inglês, Educação Musical, Ciências Sociais, Educação Moral e Cívica, Matemática, Ciências Naturais, Educação Visual e Educação Física INDE (2002).
Em termos gerais, contribuem para a formação cívica do cidadão e desenvolvem a capacidade criadora e a destreza manual. Contudo, em termos específicos, estas disciplinas não têm em vista uma orientação técnico-profissional e nem os professores abordam superficialmente a orientação em causa.
Não é, pois, por acaso que os pais sentem cada vez mais a necessidade de preparar os seus filhos com uma formação um pouco mais completa do que a simples formação primaria. GAL (s/d:21).
O desejo dos pais  mandar os filhos nas instituições escolares é de ver os seus filho ter uma boa formação completa, isto é, ter um conhecimento para ser útil na sociedade e ser orientados  numa profissões a fim de contribuir à vida da sociedade. Desta forma, OP é uma necessidade e torna-se importante no PEA.
Sobre o agente da orientação profissional, SOARES (2001:123) afirma que a orientação profissional não está atendendo as necessidades dos jovens no âmbito escolar, ou porque geralmente não acorre ou, quando é realizada, deixa muito a desejar. O que de facto está acontecendo? De quem á a responsabilidade de realizar a orientação profissional? De psicólogo? Do orientador educacional? Do sociólogo? Do professor? A orientação envolve aspectos pertinentes. Portanto deveria ser um trabalho de equipa interdisciplinar, com profissionais de todas as áreas trabalhando de forma complementar
Para este autor, ninguém se disponibiliza para realizar este trabalho e nem vê a sua necessidade. É por esta razão que não existe no processo de ensino e aprendizagem. Isto é uma falha. A OTP é uma necessidade e deve ser feito a nível do EB para ajudar os alunos a ter uma informação sobre o que lhe espera no futuro.
A orientação profissional, de facto, não começa na escola. É um longo processo que inicia na família onde a criança nasce e cresce. É neste ambiente que tudo começa e a escola faz a continuidade. Para isso, a família não abandonará a sua responsabilidade. Enquanto a escola acompanha o processo, a sociedade, a Igreja e outros ambientes apoiam o esforço para que esta orientação seja efectiva. A responsabilidade é para todos mas é o orientador que empenha um papel decisivo neste processo por ter uma formação para tal. Na sua ausência,  pode-se confiar ao professor.
1.5.O currículo de ensino e a sua actuação na prática educativa
Neste ponto, o nosso objectivo é de apresentar ideias sobre o currículo considerado como elemento essencial na prática educativa. Contudo, o currículo apresenta conteúdos programáticos a serem executados ao longo da formação escolar dos educandos, conteúdos que determinam ou não a possibilidade duma orientação profissional.
O currículo é um projecto cujo processo de construção e desenvolvimento é interactivo, que implica unidade, continuidade e interdependência entre o que se decide ao nível do plano normativo, e ao nível do plano real, ou do processo de ensino e aprendizagem PACHECO (2001:21).
Como projecto educativo, o currículo é concebido ao nível da administração central e adaptado a nível provincial para ser implementado em cada escola.
Na óptica de MARTINS (1999:131), a organização curricular poderá centrar-se no educando, no conteúdo, nas estratégias, no professor, na estrutura da escola, na sociedade e na cultura, nas experiências e nas actividades.
O centro das preocupações na elaboração do currículo é o educando. Assim, a selecção dos conteúdos vai levando em consideração o educando, os seus conhecimentos significativos,  as suas necessidades, aspirações e o seu nível de desenvolvimento. Portanto,  ao se realizar o planeamento curricular da escola é preciso que os educadores tenham o cuidado de olhar sobre as necessidades e valores constatados na sociedade e as potencialidades identificadas nos educandos. Acontece, às vezes que a implementação do currículo a nível das escolas se faça de forma bruta, sem nenhuma actualização da realidade de alunos. A sua adaptação é importante desde que facilite ao professor encaixar certas matérias que respondem às necessidades do aluno.
O professor é o protagonista de qualquer processo de inovação curricular já que lhe pertence, em último lugar, realizar o currículo e fazer a intersecção do projecto socioeducativo com os projectos curriculares e didácticos. O seu papel não é o de um mero executor e consumidor curricular, como lhe atribuem os modelos curriculares centralizados, prescritos e fechados CARNEIRO apud PACHECO (2001:164).
Na ideia do autor, o currículo tem uma certa flexibilidade quanto à sua adaptação no processo de ensino e aprendizagem e tendo em conta a realidade do local onde está inserida a escola. Assim, na sua prática diária, o professor vai selecionando outros conteúdos importantes para além do previsto no currículo oficial.
Enquanto agente curricular, o professor torna-se num profissional que analisa criticamente o trabalho que desenvolve. Esta é uma autonomia que pode levar o professor a privilegiar o currículo oculto em detrimento do oficial. Desta forma, a qualidade do ensino não dependerá de conteúdos programados ao nível central mas sim, do professor.
VASCONCELOS (1997:70), sublinha que o currículo implica não apenas o conteúdo programático do sistema escolar, mas também, outros aspectos tais como, os horários, a disciplina e as tarefas diárias que se exigem dos alunos nas escolas, etc. Por extensão, cita-se também a orientação técnico-profissional que não aparece nos conteúdos do programa geral do ensino.
 Há, pois, nesse currículo, uma qualidade oculta e que gradativamente está marginalizando o interesse do educando. Para actuar neste interesse, o currículo apresentava de forma explícita no programa de ensino o conteúdo do currículo oculto considerado importante para a formação de qualidade dos educandos como o caso da orientação técnico-profissional.
Na visão de LIBÂNEO (1994:134), as particularidades em relação ao desdobramento dos programas, à selecção de conteúdos, à escolha de métodos e técnicas são determinadas pelo professor de modo mais ou menos independente, tendo em conta as condições locais da escola, dos alunos, bem como as situações didácticas específicas às diferentes séries.
Para este autor, o programa e conteúdo são da responsabilidade do professor pelo facto de conhecer a realidade dos educandos. De facto, o professor detém uma autonomia enquanto responsável da sua classe. E dentro desta autonomia, tem a possibilidade de olhar sobre os interesses dos alunos e da sociedade e abrir assim um espaço para as informações sobre as profissões, abordando aspectos relacionados à formação técnico-profissional, mesmo que o currículo não preveja.
1.6.Aspectos determinantes na orientação técnico-profissional
O presente tópico trata de alguns determinantes que se pode ter em conta quando se trata do processo da orientação profissional dos educandos.
Segundo GIACAGLIA (2003:12), o ambiente é que determina a orientação profissional. Ele vê a escolha, se não na sua totalidade, principalmente como devidas ao ambiente. Seria, segundo ele, o ambiente que levaria o indivíduo a escolher uma profissão, ou ele somente poderia escolher dentro das condições oferecidas pelo ambiente.
Os factores externos têm um papel na orientação profissional. O indivíduo pode se orientar numa profissão que se oferece na sociedade. Assim, a família, a escola, os amigos, a realidade da sociedade podem ser o motivo da orientação numa determinada profissão, colocando assim o ambiente como determinante para a orientação profissional.
De acordo com BOCH (2006:27), a orientação profissional dos indivíduos é causada por elementos externos a ele. O indivíduo é inserido no trabalho. Portanto, não tem possibilidade de planificar o seu roteiro profissional ou nenhum papel activo na escolha.
Nesta perspectiva, o indivíduo não faz a escolha, são as condições nas quais se encontra que ditam o seu futuro profissional. Deste modo, mesmo indo à escola onde há orientação profissional, o indivíduo não será orientado mas se encontrará inserido numa profissão.
Nas escolas vê-se que muitos alunos preocupam-se em ingressar nas opções que garantem emprego ao concluir o curso. Isto mostra que o indivíduo não se encontra inserido numa profissão mas procura, escolhe e ingressa num curso que responde as suas inclinações. 
PIMENTA apud BOCK (2006:29), defende que, cada indivíduo tem características próprias para uma determinada profissão. Para ele, são os factores internos que determinam a orientação.
 Assim, a orientação técnico-profissional vai ao encontro da teoria de “traço-fator” que defende a necessidade de combinar as características da pessoa com as exigências duma determinada profissão. Portanto, uma orientação profissional sustentada vai ter em conta as aptidões, as características físicas, os interesses profissionais e os traços da personalidade.
A orientação deve ser feita em etapas considerando o tempo de entendimento claro do próprio indivíduo, incluindo suas atitudes, habilidades, interesses, ambições, pontos fortes e fracos, conhecimento dos requisitos e condições para o sucesso, vantagens e desvantagens, remuneração, oportunidade em diferentes tipos de trabalho PARSONS apud GIACAGLIA (2003:15). 
Assim sendo, a orientação feita na escola deverá ser um processo onde o orientador terá que observar e verificar estes requisitos para poder orientar os seus alunos com sucesso.
Na mesma ordem de ideia, LEVENFUS apud VASCONCELOS e OLIVEIRA (2004:104) fundamenta que cada indivíduo possui características próprias diferentes de indivíduo para indivíduo, como interesse, aptidões e traços de personalidade. Para dizer que, nem todos os alunos têm aptidões para ser orientados ao Ensino Técnico mas sim aqueles que manifestarem interesse e inclinação devem ser orientados.
1.7.Implicações pedagógicas da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem
A realização da orientação técnico-profissional na escola tem implicações positivas na vida presente e futura do aluno desde que esta orientação esteja bem-feita.
Segundo PIMENTA (1995:25) sete princípios são importantes, nomeadamente, a saúde de aluno, integração satisfatória na vida familiar e social, cidadania, vocação, uso adequado do tempo de lazer e formação de carácter.
 Estes princípios fazem a síntese de toda a formação dos alunos e são importantes para nossa realidade. Desta forma, os sete princípios têm uma implicação directa na orientação de alunos.
Para MWAMWENDA (2001:350), as implicações que a orientação profissional tem, têm a ver com o desenvolvimento da pessoa no seu todo. Por esta razão, o foco da orientação vai além dos problemas educativos que os alunos têm, inclui também as questões pessoais, sociais e vocacionais.
O processo de ensino e aprendizagem, visa a formação integral do aluno. E por isso, esta orientação feita a nível do ensino básico não tem importância por um momento da vida, mas sim, acompanha para toda a vida, tanto no percurso estudantil como na sociedade onde vive e presta serviço.
Esta orientação torna a pessoa responsável da sua vida e possibilita que se identifique na sua profissão que tenha uma autonomia LEVENFUS (2010:269).
A orientação técnico-profissional leva o aluno a ser autónomo na sua vida profissional futura e ajuda a ser independente. Uma vez recebida a orientação profissional, o aluno torna-se protagonista das suas actividades.
Na óptica de VASCONCELOS (2004:112), a orientação torna o indivíduo agente de seus próprios objectivos de vida, bem como possibilita-lhe desenvolver a sua profissão e capacita-lhe também a oferecer à organização um trabalho de qualidade.
Portanto, a educação que os alunos recebem não pretendem resolver somente os problemas imediatos ou as necessidades que o indivíduo apresenta ou sente naquele momento, mas sim, prepara o indivíduo para o presente assim como para o futuro. Isto é, a sua integração na sociedade onde está inserida, o seu relacionamento com os demais e a sua preparação para o mundo de trabalho. Neste sentido, a orientação profissional como fazendo parte da educação, prepara o aluno a ser agente da sua própria vida. E também é um modo de preparar o aluno a responder positivamente às exigências sociais.
Deste modo, a orientação dos alunos no ensino técnico-profissional torna-se uma garantia para as necessidades do desenvolvimento económico e social do país. Ao realizar esta orientação no processo de ensino e aprendizagem, a escola cumpre a sua missão de garantir um ensino de qualidade e de preparar o cidadão a contribuir eficazmente para o desenvolvimento social e económico da sua pátria.









2.      DESENHO METODOLÓGICO 
O presente capítulo pretende descrever os métodos e técnicas que foram  usados ao longo do trabalho. Desta forma, teve-se em vista o tipo de estudo que se pretendeu realizar assim como sua delimitação, os métodos que foram priorizados e por fim, o universo e a amostra com que se foram trabalhar no campo da pesquisa.
A investigação que  deu corpo ao tema, fundamenta-se numa pesquisa de campo que, segundo MARCONI e LAKATOS (2009:188), é usada para conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles.
No entanto, a pesquisa do campo foi um meio pelo qual o pesquisador entrou em contacto directo com a realidade da escola para conseguir informações suficientes sobre o tema em estudo.
2.1.Tipo de estudo
Para a pesquisa em questão, se foi priorizada a abordagem qualitativa que, segundo OLIVEIRA (2007:52), é processo de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para uma compreensão mais detalhada do objecto de estudo em seu contexto histórico, exigindo do pesquisador reflexão rigorosa, pessoal e criativa. Desta forma, a partir de métodos e técnicas usados o autor teve mais informações e detalhes sobre o estudo que se realiza. E por este facto, a pesquisa de campo é de tipo exploratório.
2.2.Métodos priorizados
O método guiou a pesquisa é o método indutivo. Segundo MARCONI e LAKATOS (2009:86), o método indutivo é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares constatados, infere-se uma verdade geral, com o objectivo de levar às conclusões cujo conteúdo é mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. Deste modo, o dados recolhidos no 3º ciclo do Ensino Básico na EPC 1º de Maio, pode-se inferir uma verdade sobre as outras Escolas Primárias Completas sem poder realizar nelas uma outra pesquisa.
O questionário e entrevista foram usados para a colecta dos dados junto dos alunos, professores e pessoal da Direcção (ver apêndices 1, 2 e 3)
O questionário é um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e sequencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objectivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre assunto que os informantes saibam opinar ou informar CHIZZOTI apud DIAS (2008:70).
Este questionário é um instrumento de base para a recolha das informações junto dos alunos e professores da EPC 1º de Maio. O instrumento permitiu entrar em contacto com os informantes a fim de fornecer dados sobre a orientação técnico-profissional. Neste caso, o questionário foi entregue a 85 alunos do 3º ciclo do EPC 1º de Maio (ver apêndice 2) e 10 professores do 3º ciclo da mesma escola (ver apêndice 1).
No mesmo processo de colecta de dados, foi prevista uma entrevista dirigida ao Director da escola e ao Adjunto pedagógico para fornecer algumas informações (ver apêndice 3). Esta entrevista foi padronizada.
A entrevista padronizada ou Estruturada é aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Ela se realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuado de preferência com pessoas selecionadas de acordo com um plano MARCONI e LAKATOS (2009:199).
Deste modo, as perguntas  dirigidas ao Director e ao Adjunto pedagógica foram feitas de acordo com um formulário elaborado (ver apêndice 3).
2.3.Delimitação do estudo
O estudo deste tema foi realizado na Província de Inhambane e, particularmente na Escola Primária Completa 1º de Maio, localizada no Bairro de Liberdade 2, situado a sul da cidade de Inhambane. No norte faz limite com o bairro de Liberdade 1, no sul com o bairro de Muele 2, a Este, com o bairro de Muele 1, e  no Oeste, com o bairro de Muele 3. Salienta-se também que a escola está próximo do mercado municipal de Mafurreira, a sensivelmente  1Km da estrada que dá acesso à cidade de Inhambane e a mesma distância para o projecto de Latrinas melhoradas.
A localização e o desempenho da direcção bem como a entrega e dedicação dos seus professores, fazem desta escola uma concorrência para a frequência quer por pais e/ou encarregados de educação, quer por próprios alunos.   

2.4.Universo e amostra
2.4.1.      Universo
Na EPC 1º de Maio de Inhambane funcionam 3 ciclos do Ensino Básico. O 3º ciclo tem um total de 681 alunos subdivididos em 12 turmas, sendo 6 turmas de 6ª classe e 6 da 7ª classe, com uma média de 55 alunos cada. 48 Professores trabalham com os três ciclos: 13 homens e 35 mulheres. De salientar que dos 48 professores da EPC 1º de Maio, 17 são do 3º ciclo. Para a materialização desta pesquisa considerou-se todos os alunos de 6ª e 7ª classe, bem como os respectivos professores. O Director da escola e o seu Adjunto pedagógico, fizeram também parte dos inquiridos. Assim, o universo desta pesquisa é de 700 informantes.
2.4.2.      Amostra
Para tornar possível esta pesquisa, foi usada a amostragem aleatória simples, que consiste na seleção aleatória dos elementos, de tal maneira que cada um tenha a mesma probabilidade de ser selecionada. Deste modo, para realizar esta pesquisa, 97 elementos, dentre os quais 85 alunos de 6ª e 7ª classes, 10 professores, o Director da escola e o Adjunto pedagógico, foram escolhidos para servir de amostra. Portanto, de 700 elementos que constitui a população, foram escolhido 97, que corresponde a 13% da população.
Tabela nº1: descrição da amostra e técnica de colecta de dados
Categoria
Sexo
Total

Técnica de colecta dos dados
H
M
1
Alunos
42
43
85

Questionário
2
Professores
5
5
10
3
Director

1
1

Entrevista padronizada
4
Adjunto P.

1
1
Total
47
50
97

Fonte: autor do trabalho

2.5.Plano de Processamento dos dados
Os dados fornecidos pelos alunos, pelos professores e pelo pessoal de direcção da EPC 1º de Maio, foram recolhidos de forma bruta e agrupados conforme a aproximação das respostas. Isto é, as respostas semelhantes ficaram na mesma rúbrica. E depois passou-se a análise dos dados. Esta análise foi feita em termos de percentagem sobre cada rúbrica para ver como é que os resultados recolhidos relacionam-se com o número dos informantes. Estes resultados foram interpretados tendo em conta o tema da nossa pesquisa e por fim chegou-se a uma conclusão sobre a pesquisa.
2.6.Considerações éticas
O nosso tema de pesquisa exige um trabalho de campo. E para isso, o pesquisador teve que entrar em contacto com diferentes informantes da escola supracitada. Este contacto com os informantes não teve outro objectivo senão o de recolher informações que foram  usadas mera e exclusivamente para fins académicos. No entanto, neste processo de recolha e fornecimento de dados, o autor do trabalho  respeitou as sensibilidades e intimidades dos informantes, guiando-se de princípios éticos universalmente aceites.











3.      APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
O presente capítulo tem por objectivo disseminar os resultados obtidos no campo de pesquisa através do questionário e entrevista, dirigidos ao director da escola completa 1º de Maio, ao seu adjunto pedagógico, bem como aos professores e alunos. Deste modo, os resultados foram apresentados, analisados e interpretados de maneira a inferir os mesmos à realidade do tema em pesquisa.
3.1.Desconhecimento  das estratégias para a orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem
Neste tópico pretende-se apresentar e interpretar os resultados referidos ao desconhecimento das estratégias para a orientação técnico-profissional. Para isso foi considerada como pergunta base: “existe algumas actividades que a escola implementa para promover a OTP? Quais são ?” esta pergunta visava  compreender as técnicas que os professores, o director da escola e o seu pedagógico usam para promover a orientação técnico-profissional.
Tabela 2: desconhecimento das estratégias para a orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem

Pergunta base: existe algumas actividades que a escola implementa para promover a OTP?
Envolvidos
Sim
Não
Director da escola
1(1,03%)

Director adjunto
1(1,03%)

Professores
3 (3,09 %)
7(7,21%)
Alunos
4 (4,12 %)
81(83,50%)
Total
9 (9,27)
88(90,72%)
Quais são ?
Envolvidos
Encontro com  os pais e alunos
Palestras
Atelieres em grupo
Director

1 (1,03%)

Director adjunto
1 (1,03%)


Professores
2 (2,06%)

1 (1,03%)
Alunos

1 (1,03%)
3 (3,09%)
Total
3 (3,09)
2 (2,06%)
4 (4,12)
Fonte: autor do trabalho
Como se pode ver na tabela 2, o (1,03%) director, o (1,03%) director adjunto, 3 (3,09) professores e 4 (4,12%) alunos, totalizando 9 (9,27%) informantes, afirmaram que na escola existe algumas actividades que promovem a OTP. Por outro lado 7 (7,21%) professores e 81 (83,50%) alunos, totalizando 90 (92,7%) afirmaram que não existe actividades apropriadas para promover a OTP.
Relacionando as duas posições vê-se que a maioria dos informantes mostra que não existem actividades especificas para promover a OTP na escola. Mas olhando a parte que confirmou que há existência das actividades, embora seja uma minoria, pensou-se que esta, considerou todas as actividades realizadas na escola mesmo que não seja do âmbito da ORT.  É claro que sempre há várias actividades na escola, porém, todas não respondem necessariamente a orientação dos alunos.
Na tabela acima referida percebe-se também que no total de 9 (9,27) informantes que afirmaram que existe algumas actividades para promover a OTP, o (1,03%) director adjunto e  2 (2,06%) professores acrescentaram que foram organizados encontros com os pais e alunos para tratar da OP; o (1,03%)  director e 1 (1,03%)  aluno disseram que houve palestras sobre a OTP e por fim 1 (1,03%) professor e 3 (3,09%) alunos, que tem havido Atelieres em grupo no quadro da aula de oficio.
Olhando de forma global, vê-se que a escola não tem organizado bastante actividades para promover a OTP, as pequenas referidas são insignificante em relação a suas importância no PEA.
De facto, os encontros referidos, segundo as informações informais recebidas, não trataram da OTP mas sim, são encontros normais realizados pela escola, e estes trataram de vários  assunto que têm a ver com o funcionamento da escola. As palestras referidas, segundo a mesma fonte da informação, foram feitas, umas para sensibilização para luta contra o HIV/ SIDA, para prevenção contra doenças como diarreia e para organização de jogos escolares, etc. Mas os encontros em grupo realizados sempre a escola, enquadram-se no âmbito da aula de ofícios. Nesta disciplina de facto, trata de várias actividades, tais como têxteis, modelagem, metais, madeira, agro-pecuária, culinária e costura  INDE (2008:517). Estas Unidades Temáticas, têm como objectivo,   ajudar o aluno a conhecer o seu meio ambiente e familiarizar-lhe  aos instrumentos que lhe rodeia mas não para orientar os alunos nestas áreas como profissão.
NÉRICE (1992:22), encoraja estes tipo de actividade que se realizam nos ofícios. Para ele, as escolas deveriam desenvolver actividades artesanais que, de certo modo, além de estimularem a criatividade, constituiriam uma forma de desenvolver aptidões habilidades sobre as quais, futuramente, se poderá assentar um preparo técnico para tarefa industriais especificas.
As escolas deveriam desenvolver ou criar um programa que favorece este tipo de actividades. Assim, esta temática que trata de artesanato tem o seu lugar no programa de ensino e deveria ser desenvolvido ainda mais. Mas ter no programa estas temáticas não significa promover a OTP. Esta é uma actividade que deve ser bem clara e especifica.
Se a escola tivesse organizada várias actividades, seria para ela estratégias eficazes para promover a OTP. Assim, os resultados mostram que há poucas estratégias em prol da OTP. Portanto, ainda há  desconhecimento das estratégias da maior parte dos professores.
A orientação técnico-profissional é um processo que se realizar ao longo da formação académica do educando. Neste processo a escola tem a responsabilidade de criar estratégias que possam incentivar esta orientação.
Na opinião do autor deste trabalho, as actividades estratégicas devem ser criadas pelo professor que lida directamente com os alunos. Nas atribuições do professor incumbe também a de ter iniciativas para levar a cabo a acção educativa. Deste modo, não basta transmitir conhecimento sem ajudar a preparar o futuro profissional dos alunos. Existem várias estratégias que poderão ser implementadas.
Para NERÍCI (1992:129), a orientação pode ser feita nas diversas formas como, organizar palestras por profissionais para isso convidados, projeção de filmes ou dispositivos que apresentem o exercício de uma profissão.
As actividades como palestras e projeção de filmes cativam a atenção e cria curiosidade no aluno. Realizando com frequência estas actividades é uma oportunidade para os alunos se interessarem numa das profissões e assim poderão ser encaminhando nelas.
Uma outra estratégia é levar ocasionalmente as crianças para visitar diferentes áreas de trabalho tais como banco, empresas, quintas, centros de negócios e de comércio. Também devem manifestar o seu interesse ao perguntarem aos seus pais sobre o trabalho em que estão envolvidos MWAMWENDA (2006: 349).
Para ele, levar criança para onde os profissionais exercem o seu trabalho seria uma boa estratégia para suscitar a curiosidade sobre as profissões a escolher.
A nível de escola há muitas actividades realizadas para levar a cabo o PEA. Mas estas não podem ser consideradas necessariamente como rumo a OTP. As actividades referidas na tabela em alusão são de âmbito pedagógica sim, mas não enquadram com a orientação profissional dos alunos.
Portanto, na EPC 1º de Maio verificou-se o desconhecimento das estratégias para a OTP. Este desconhecimento tem implicações sobre outros aspectos do  PEA.
3.2.Dificuldades da implementação da orientação técnico-profissional no PEA
A obtenção das informações a respeito deste tópico tornou-se possível através da obtenção de respostas à questão base: “a orientação técnico-profissional está sendo implementada nesta escola? se não, quais têm sido os obstáculos?”. Com esta pergunta pretende-se perceber os motivos que dificultam a implementação da orientação profissional na escola.
Tabela 3: Dificuldades da implementação da orientação técnico-profissional no PEA

Pergunta base: a orientação técnico-profissional está sendo implementada nesta escola?
Envolvidos
Sim
Não
Abstenção
Director da escola
1 (8,3%)


Director adjunto

1 (8,3%)

Professores
2 (16,6%)
7 (58,3%)
1(8,3%)
Total
3 (25%)
8 (66,6%)
1(8,3%)
Se não, quais têm sido os obstáculos?
Envolvidos
Falta de tempo e de material
Falta de capacitação
Não colaboração dos  pais
Não previsão pelos programas
Director adjunto



1(11,1%)
Professores
2 (22,2%)
3 (33,3%)
2 (22,2%)
1 (11,1%)
Total
2 (22,2%)
3 (33,3%)
2 (22,2%)
2 (22,2%)
 Fonte: autor do trabalho
Analisando a tabela acima ilustrada, vê-se que uma fraca percentagem 3 (25%), resultado das afirmações do 1 (8,3%) director da escola e 2 (16,6%)  professores, revela a existência da implementação da orientação técnico-profissional na escola. Por seu turno, 8 (66,6%), resultado das opiniões de 1 (8,3%) director adjunto e 7 (58,3%) professores revelou que a orientação profissional não está sendo implementada na escola. 1(8,3%) de professor. Um professor não se pronunciou em relação ao aspecto.
Ainda pode se  perceber na tabela em alusão que do total de 8 (66,6%) que afirmaram que há inexistência da implementação, 2 (22,2%) acrescentaram que há falta de tempo e de material para a materialização desta orientação; 3 (33,3%) mostraram que há falta de capacitação dos professores nesta área ou seja, os professores foram formados não para orientar profissionalmente os alunos mas para transmitir conhecimentos; 2 (22,2%) sustentam que os pais não colaboram com a escola para orientar os filhos e 2 (22,2%) afirmam que o programa de ensino não prevê esta orientação e por isso, não tem enquadramento.
Tendo em conta os resultados apresentados na tabela 3, nota-se de facto a inexistência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem. As razões avançadas para justificar a inexistência não correspondem na totalidade ao papel do professor. É o professor que arranja o seu tempo dentro do horário previsto para aulas a fim de informar os alunos acerca das profissões. Uma vez graduado como profissional, supõe-se que o professor tenha os requisitos para acompanhar ou orientar profissionalmente os alunos. Da mesma maneira, bem que no programa de ensino não exista o tempo para a orientação, isto não significa excluir esta actividade no processo de ensino e aprendizagem. No entanto, no seu dia-a-dia o professor terá que sublinhar isso. A questão da capacitação sublinhada na resposta é um outro fenómeno. Esta poderá ser considerada como reciclagem daquilo que já se possui. Assim, a orientação dos alunos não dependerá somente da capacitação mas sim, da formação já tida ao longo do curso de professores. A questão da colaboração dos pais no processo da orientação profissional dos filhos tem a ver com a disponibilidade do professor contactá-los. Poderá existir conflitos entre as escolhas vocacionais dos alunos e aquilo que os pais gostariam que eles fizessem.
O orientador vai trabalhar de perto e cautelosamente quer com os alunos, quer com os pais, de forma a resolver estes conflitos e a sugerir soluções objectivas que possam ser aceites por ambas as partes MWAMWENDA (2006:346).
O professor deverá superar as dificuldades, tomar iniciativa e entrar em contacto com os pais quando necessário para poder trocar ideias acerca da vida profissional dos filhos. É desta forma que se pode implementar a orientação na escola.
GAL (s/d:83) afirma que os professores devem fazer inovações segundo as suas capacidades ou os seus gostos pessoais, devem se adaptar às situações em que se encontram e com os meios locais, realizarem algo.
Independentemente das dificuldades encontradas para sua implementação, a orientação profissional dos alunos é um desafio para o professor e também é uma das tarefas que não deve ser esquecidas pelo professor porque constitui a chave para a vida futura dos seus alunos. Como inovador, o professor vai com os meios próprio organizar o seu tempo para atender os seus alunos no sentido de lhes orientar profissionalmente e também encontrar os pais se for necessário para procurar caminhos da orientação dos educandos.
Olhando para os resultados fornecidos pelas tabelas 2 e 3, vê-se que há uma correspondência e complementaridade.
A tabela 2, mostra que a maioria dos informantes confirma que não existem actividades específicas para promover a OTP na escola. E a minoria diz que há existência das actividades como palestra, encontro com os pais e atelieres nos grupos. Estas actividades são insignificantes.
Na tabela 3, os informantes disseram que têm dificuldades da implementação da OTP, alegando a falta de tempo e de material, a falta de capacitação de professores, a não colaboração dos pais e a não previsão da actividade no programa.
Os dados obtidos nas duas tabelas levam a compreender que há complementaridade entre duas realidades. A falta de estratégias e dificuldade de implementação da OTP. Uma realidade implica a existência da outra.
Assim, as diversas actividades no âmbito da OP realizadas ao longo do ano lectivo poderão suscitar nos alunos um certo interesse ou despertar a atenção da existência de várias profissão. A escola deveria criar e organizar actividades consideradas como estratégias motivadoras que acompanhem o PEA e levem os educandos a descobrir e desenvolver os seus interesses. Facto que não acontece na EPC 1º de Maio. Os professores tiveram dificuldades em implementar a OTP por causa da não conhecimento das estratégias apropriadas para isso, ou seja, por falta de tempo de organizar actividade em torno da OTP.
A falta material ou de tempo evocadas como motivo para a não implementação, não podem impedir ao professor organizar certas actividades que suscite o interesse. Ele deve ser criativo e ter uma grande visão sobre o futuro dos seus educandos.
Deste modo, percebe-se que a razão da dificuldade da implementação da OTP na escola é devido a falta das estratégias.
3.3.A importância da formação psicopedagógica na orientação profissional dos educandos
Dado que os professores são agentes que lidam directamente com os alunos, procurou-se saber neste tópico se estes acharam ou não importante a formação psicopedagógica para orientar os alunos e se tiveram esta formação. Assim, foi colocada como questão base a seguinte: “acha que para orientar profissionalmente os alunos é importante que professor tenha uma formação psicopedagógica e/ou capacitação nesta área? já teve uma formação ou capacitação nesta área?”. Esta pergunta visava compreender as opiniões dos professores acerca da formação psicopedagógica para o exercício da sua carreira.


Tabela 4: A importância da formação psicopedagógica na orientação profissional dos educandos

Pergunta base: acha que para orientar profissionalmente os alunos é importante que professor tenha uma formação psicopedagógica e/ou capacitação nesta área?
Envolvidos
Sim
Não
Director da escola
1 (8,3%)

Director adjunto
1(8,3%)

Professores
9 (75%)
1(8,3%)
Total
11 (91,6%)
1(8,3%)

Já teve uma formação ou capacitação nesta área?
Envolvidos
Sim
Não
Professores
2 (20%)
8(80%)
Total
2 (20%)
8(80%)
Fonte: autor do trabalho
Como se constata na tabela 4, dum lado o (8,3%) director da escola e 1 (8,3%) seu adjunto e 9 (75%) professores acharam que é importante ter uma formação ou uma capacitação para ser habilitado a orientar profissionalmente os alunos e por outro lado, 1 (8,3%) professor não achou importante esta formação e/ou capacitação. Num contacto informal, justificou a sua resposta alegando que já é professor há muitos anos e trabalha com competência nesta função sem ter tido uma formação psicopedagógica e exerce-a bem. Para ele tudo depende da capacidade do professor. O informante confessou ainda que só agora que começou o curso da Psicologia Escolar por causa da exigência do Ministério da Educação que obriga uma formação psicopedagógica para todos os docentes do EB. A escola lhe mandou estudar porque viu a importância desta formação. Desta forma, percebe-se que é importante ter esta formação psicopedagógica para o exercício docente. Se não for importante, o Ministério da Educação não teria exigido esta formação nem a escola lhe teria autorizar se formar nesta área. O caso dele pode ser considerado com uma excepção.
Ainda pode se perceber na tabela em alusão que depois de confirmar a importância da formação psicopedagógica dos professores, foi perguntado unicamente aos professores sobre a sua formação na área da orientação dos alunos. No total de 10 (100%) professores, 2 (20%) professores afirmam que já tiveram esta formação ou capacitação nos centros de formação de professores e 8 (80%), ainda não tiveram esta formação e capacitação, alegando que a formação psicopedagógica que tiveram não era específica para a orientação de alunos mas sim, uma formação geral para conhecer o comportamento dos alunos e saber planificar as aulas tendo em conta das necessidades dos alunos.
Os informantes viram a importância formação e capacitação área da OP, porém, nem todos tiveram a oportunidade de a ter. A maior dos professores não teve a formação na área da orientação e nem uma capacitação organizada seja pela escola, pela Direcção Provincial da Educação nem pelo Ministério da Educação. A percentagem dos que não tiveram é muito elevada e mostram que na realidade os professores não existe esta formação. Os 2 (20%) professores que afirmaram terem tido esta formação disseram que este tema foi tratado numa das disciplinas do centro de formação de professores como um tema transversal. O tema foi visto dentro de vários assunto e informações sobre o mundo e não como disciplina. Assim percebe-se que os professores não tiveram uma formação nem capacitação na área da OP.
De facto, a formação psicopedagógica ou capacitação para professores é importante. As escolas deveriam preocupar-se em organizar as sessões de capacitação nesta área e exigir a todos professores para tenham ao mínimo a formação psicopedagógica.
O professor que tem um conhecimento das dinâmicas psicopedagógica é capaz de perceber e intervir sobre as questões que se enquadram com a formação integral dos alunos, tal como, informar os mesmos a respeito das profissões. Mas se não tiver este conhecimento e formação, não saberá orientar o outro para uma determinada profissão.
De acordo com NÉRICI (1992:97), O orientador é um educador. Este deve ser preparado devidamente para conhecer e estudar o objecto do seu trabalho, que é o aluno, conhecer os factores que actuam sobre o orientando, saber fazer diagnóstico, indicar ou sugerir o tratamento que deverá ser seguido, assistir, encaminhar e incentivar o aluno.
Desta forma, a formação psicopedagógico fornece ao professor instrumentos e explicação que permitem facilitar a aprendizagem, e mais importante ainda o leve à criação de novas estratégias e metodologias de ensino para tornar possível o seu trabalho docente.
A formação psicopedagógica de professores é uma das componentes que merece uma atenção especial, dado que um dos principais pontos de interesse do Sistema Educativo no país situa-se na formação psicopedagógica do corpo docente. Neste sentido, a sua importância explica-se na grandeza da tarefa que o professor empenha, que é a de orientar os educandos para a vida futura.
BENDITA (2006:12), sublinha que a formação de professores deve ser integral. É uma formação académico-cientifica, didáctico-metodológico e psicopedagógico através da qual o futuro professor desenvolve conhecimentos gerais e específicos do PEA.
Dado a importância da formação psicopedagógica, os professores devem dominar e aplicar na prática estes conhecimentos obtidos nesta formação para poder orientar profissionalmente e auxiliar ou melhor lidar com os alunos.
De facto, A tarefa de orientar profissionalmente os alunos exige da parte do professor uma competência psicopedagógica embora outras áreas possam possibilitar a transmissão do conhecimento. A formação psicopedagógica possibilita ao professor o conhecimento dos seus alunos, diagnóstico dos interesses e mostrar o caminho para uma vida profissional futura.
Ter uma formação psicopedagógica não significa neste caso ser psicólogo. Ao contrário do que se pode pensar, a formação psicopedagógica não é o domínio exclusivo do psicólogo. É uma área que fornece instrumentos importantes do trabalho para todos os que se dedica ao ensino ou à orientação dos educandos.
3.4.Vontade da existência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem
O presente tópico pretende mostrar a vontade dos alunos serem orientados profissionalmente. Deste modo, a pergunta é: “gostarias que os professores falassem da orientação profissional na aula? se sim, porque?”. Esta pergunta foi feita aos alunos com objectivos de ter uma ideia sobre a sua posição acerca da orientação profissional.

Tabela 5: Vontade da existência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem

Pergunta base: gostarias que os professores falassem da orientação profissional na aula?
Envolvidos
Sim
Não
Abstenção
Alunos
82 (96.47%)
1(1.17%)
2 (2.35%)
Se sim, Porque?
Envolvidos
Para abrir horizontes e ser informado
Despertar interesse
Conhecer as profissões
Ajudar a tomar decisão
Alunos
10 (12.19%)
15 (18.29%)
25 (30.48%)
32 (39%)
Fonte: autor do trabalho
Como se nota na tabela 5, dos 85 (100%) alunos questionados a respeito da pergunta acima referida, 82 (96.47%) respondeu positivamente e, apenas 1 (1.17%) o fizeram negativamente, sendo 2 (2.35%) não revelaram a sua opinião.
Dos 82 (96.47%) que afirmaram positivamente preferimos saber as razões da opção. Assim, na sua opinião, deve se sublinhar a importância da orientação profissional no sentido de abrir horizontes e fornecer informação acerca das profissões existentes. 15 (18.29%) Revelaram que, falar da orientação é uma maneira de despertar interesse nos alunos e fazê-los optar pela formação técnica na sua escolha.
25 (30.48%) Alunos referiram que a orientação profissional é unicamente para conhecer as profissões e 32 (39%) que a orientação ajuda para tomar decisão a profissão a seguir.
Olhando para os resultados versados na tabela 5, constata-se que há desejo ardente da parte dos alunos em ter informação sobre a orientação profissional.
Uma das razões da presença dos alunos na escola é a abertura da mente e de horizontes sobre vários aspectos da vida. A educação escolar faz da pessoa capaz de servir ou contribuir para si, para o seu trabalho e para a vida da sociedade.
Por isso, em todos os graus de ensino, com maiores ou menores detalhes, conforme as circunstâncias, dever-se-ia falar sobre as diversas profissões, segundo um esquema que fosse esclarecendo o educando quanto à vocação, aptidão, profissão e trabalho, evidenciando mesmo que o sustentáculo da sociedade, em todos os seus aspectos, é o trabalho, desde que exercido com eficiência e responsabilidade NÉRICI (1992:168).
Na mesma perspectiva, LEVENFUS e SOARES (2010: 112), acham que uma outra maneira de proceder é aumentar a gama de informação a fim de dar ao aluno oportunidade de conhecer alternativas diversificadas e integradas à realidade.
De forma geral, os alunos não têm informações suficientes sobre as profissões. A boa estratégia seria providenciar ou fornecer informação que faz com que tenham uma visão geral sobre as profissões para poder decidir sobre o seu futuro.
No que tange aos aspectos referidos pelos alunos, isto é, a abertura de horizontes para o mundo das profissões, o fornecimento das informação acerca das profissões existentes, o despertar do interesse e a ajudar de tomada de decisão, viu-se que estes aspectos são negligenciados no PEA dando que os professores não têm reparado nisso mas sim, noutros aspectos tais como a leccionação e avaliação do desempenho dos alunos. Ensinar ou avaliar não constituem a totalidade de ensino. Precisa ainda mais. Por esta razão, os professores terão que implementar a OTP na escola para poder abrir mais horizontes aos alunos, criar interesse para opções técnicas e ajudá-los a tomar decisão sobre a opção profissional.
Ao sublinhar estes aspectos acima referido pelos alunos achou-se que é importante que no seu dia-a-dia os professores tenham isso em consideração e cheguem a satisfazer as expetativas dos alunos. De facto o ensino tem como objecto o aluno. Orientar profissionalmente os alunos é uma necessidade tanto para os alunos quanto para a sociedade. Em mesmo os alunos manifestaram este desejo visto que é uma preparação para o seu futuro.
A vantagem da orientação profissional no processo de ensino e aprendizagem é que os estudantes devem tornar-se mais cientes e começar a avaliar talentos e competências e inteligência em geral GLADDING apud MWAMWENDA (2006:350).
De facto, a necessidade duma orientação profissional não é somente um desejo ardente dos alunos, mas sim, uma preocupação para todos os agentes da educação, isto é, pais e encarregados da educação, Estado, Igreja e toda a sociedade. Uma criança bem acompanhada e orientada para uma profissão, fica preparada e sabe como entrar na sua nova orientação e por conseguinte, abraça com sucesso a sua futura profissão e produz bem, diferente da pessoa não orientada profissionalmente. Este fica estrangeiro na sua própria profissão e como consequência, a produção fica enfraquecida.
Deste modo, para responder positivamente às espectativas e necessidades dos alunos, a escola deveria promover a orientação profissional para dar oportunidade aos alunos de ter um conhecimento sobre o mundo das profissões e serem orientados tendo em conta as suas capacidades.
3.5.A Necessidade da existência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem
Para a obtenção da informação sobre presente tópico recorreu-se à pergunta “acha que é importante falar da orientação técnico-profissional no 3ºciclo do ensino básico?”. O objectivo desta colocação era de perceber se o ciclo de ensino indicado contempla ou não a este tipo de orientação.
Tabela 6: A necessidade da existência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem

Pergunta base: acha que é importante fazer a orientação técnico-profissional no 3ºciclo do ensino básico?
Envolvidos
Sim
Abstenção  
Professores
9 (90%)
1 (10%)
Justifica
Envolvidos
A formação deve ser integral
É a idade da escolha
O aluno deve ser informado
Professores
2 (22.2%)
4 (44.4%)
3(33.3%)
Fonte: autor do trabalho
A questão em análise direcionou-se apenas aos professores do ciclo de ensino em estudo. Dum total de 10 (100%) professores questionados, 9 (90%) afirmaram a importância de fazer a orientação técnico-profissional no Ensino Básico e a menor percentagem 1 (10%) deixou a pergunta sem resposta. Todavia, numa conversa informal confessou que ainda é muito cedo fazer a orientação, alegando que os alunos deste ciclo são crianças e não podem decidirem e dependem totalmente da vontade dos pais.
Assim, dos 9 professores que se referiram da importância da orientação técnico-profissional, 2 (22.2%) fundamentaram que a formação dos alunos deve ser integral. Ao sair do 3º ciclo do ensino básico, o aluno devia ter recebido uma formação geral incluída a orientação profissional.
De facto é legitimo dar uma formação integral aos alunos e este faz parte dos objectivos de ensino. Cada nível corresponde a um tipo de conhecimento que o aluno deve adquirir num conjunto de conhecimento. Cabe a este ciclo fornecer ferramentas que possibilite os alunos a ser lançado no nível subsequente da sua formação. Assim, o aspecto integrador da formação corresponde a este nível de ensino. 
4 (44.4%) Justificam alegando que a idade da escolha começa nesta fase. Quando mais cedo se faz esta orientação o indivíduo consegue realizar o seu projecto profissional. Acrescentaram ainda que é nesta fase que o aluno se preocupa em saber ou idealizar a sua profissão futura. Oferecer uma orientação nesta fase é responder à expectativas do aluno. Por outro lado, 3 (33.3%) Mostraram que o aluno deve ter informação sobre o mundo das profissões antes de se decidir. Assim, depois do 3º ciclo e antes de começar outros cursos, os alunos deve conhecer melhor o mundo das profissões para poder se decidir sobre a opção a seguir.
De facto, os dados fornecidos pelos informantes mostram a necessidade de começar com a orientação profissional no 3º ciclo do Ensino Básico. Desta forma, a formação integral e informação que se deve dar ao aluno, são elementos que lhe acompanha durante toda a sua vida, e não só da vida estudantil. Estes corroboram à ideia de uma educação de qualidade. Assim, os alunos terão oportunidade de conhecer o que irão fazer.
De forma geral, os alunos que frequentam o 3º ciclo têm a idade favorável para serem orientados profissionalmente.
É aos 11 anos de idade que se começam a diferenciar verdadeiramente as aptidões e as grandes tendências da personalidade. Depois dos 11 anos, as aptidões, os gostos, os interesses, tendem a particularizar-se segundo os indivíduos, e a personalidade elabora o que há-de vir a ser a sua própria substância; é portanto o momento próprio para começar a aproveitar-se toda a riqueza GAL (s/d:59).
Realmente, entre os 11 e 13 anos de idade, o aluno frequenta a 6ª ou 7ª classes. Nesta fase o aluno começa a apresentar certos gostos e interesses daquilo que pretende realizar no futuro. Assim, orientar profissionalmente os alunos nesta fase é uma resposta aos seus interesses e assim, aproveitaria melhor para realizar os seus sonhos. Esta idade é favorável para a orientação porque à medida que o professor dá informações sobre o mundo das profissões, o aluno fica atento e relaciona tudo com aquilo que pretende ser no futuro. Assim, a orientação profissional feita pelo professor encontra um terreno fértil para dar fruto.
No entanto, é importante falar e orientar profissionalmente os alunos no 3º ciclo do ensino básico tendo em conta que a idade do educando e as informações que recebe influenciam muito no processo que o professor vai realizar.
3.6.Repercussões da imprevisão da orientação técnico-profissional no currículo do Ensino Básico
A obtenção da informação ilustrada na tabela abaixo, obteve na base da pergunta “no currículo do 3ºciclo de ensino básico está prevista a orientação profissional dos alunos?”. A colocação desta pergunta teve a ver com o programa da orientação profissional no currículo do ensino. O objectivo era de ter uma informação sobre a sua existência ou não no programa de ensino.
Tabela 7: Repercussões da imprevisão da orientação técnico-profissional no currículo do ensino básico

Pergunta base: no currículo do 3ºciclo de ensino básico está prevista a orientação profissional dos alunos?
Envolvidos
Sim
Não
Abstenção
Director da escola

1 (8.3%)

Director adjunto

1 (8.3%)

Professores

9 (75%)
1 (8.3%)
Total

11 (91.6%)
1 (8.3%)
Fonte: autor do trabalho
Como se pode ver na tabela 7, o director da escola e seu adjunto, bem como 9 (75%) professores, totalizando 11 (91.6%) informantes, afirmaram que no currículo do 3ºciclo de ensino básico não está prevista a orientação profissional dos alunos. Por outro lado, 1 (8.3%) professor não se pronunciou sobre o caso. Ao analisar esta resposta viu-se que o professor, sendo o titular duma disciplina tenha ignorado o resto das disciplina e não podia dizer sim ou não existisse esta disciplina. E outra a interpretação é que conhecendo a inexistência, não queria responsabilizar-se da resposta negativa para não dar a imagem duma escola sem orientação profissional.
Portanto, os resultados obtidos dos informantes fazem-nos perceber que no currículo do 3ºciclo de ensino básico não está prevista a orientação profissional dos alunos.
Analisando e interpretando este facto, pensou-se que, a ausência da orientação no currículo não justifica e nem implica a sua não aplicabilidade. Para que a formação dos alunos seja completa ou integrante tem que incluir a parte da orientação profissional dos alunos mesmo que não esteja planeada no currículo.
A concepção do currículo como conjunto de disciplinas a serem leccionadas faz com que nas escolas os professores não considere a orientação dos alunos como fazendo parte das suas actividades. E assim, os alunos terminam o 3º ciclo sem conhecer as suas capacidades e nem o tipo da opção profissional a seguir. Como resultado desta aventura, há ineficácia, insegurança e improdutividade e mesmo abandono da profissão escolhida.
O currículo não pode ser concebido como um conjunto de disciplinas organizadas numa sequência logica de conteúdos. É muito mais do que isso, pois está compromissado com os fins da educação, com as experiências que deverão ser desenvolvidas, com as actividades docentes e discentes e com as estratégias que serão usadas na situação ensino-aprendizagem. MARTINS (1999:129).
A imprevisão da orientação profissional no currículo faz com que as escolas e de forma particular os professores não se interessem em implementar isso na sua prática diária. E como consequência, são os alunos é que ficam desfavorecidos enquanto precisam do apoio, de acompanhamento e da orientação do professor.
A orientação profissional dos educandos faz parte integrante das actividades do professor e ao mesmo tempo consta do processo de ensino e aprendizagem. E por esta razão, a escola, ao organizar suas actividades, deverá preocupar-se com as necessidades e expectativas que a sociedade tem em relação ao indivíduo a ser formado, bem como com as necessidades e expectativas dos educandos em torno das contribuições que receberão na escola e que lhes permitirão actuar eficientemente na sociedade. (Ibid:128).
Sublinhando o aspecto da qualidade do ensino, MWAMWENDA (2006:337) diz que nenhum sistema escolar pode exigir providenciar uma educação de qualidade se a maioria dos seus alunos não tiver qualquer acesso à orientação e ao aconselhamento, como componente integral do seu currículo.
O currículo, por assim dizer, tem que incluir a orientação profissional dos alunos para que a educação seja integrante e de qualidade. O ensino de qualidade inclui todas as actividades que envolve o aluno na sua aprendizagem. Assim, como componente do currículo, a orientação profissional poderá responder as demandas dos alunos no seu percurso.
Tendo em conta as repercussões negativas da inexistência da orientação profissional no EB, e com o objectivo de incentivar a sua implementação, se poderá por exemplo criar uma disciplina com o mesmo nome e incluir isso no programa do 3º ciclo. Esta será uma das formas de resolver a questão de orientação profissional.











Visão geral do pesquisador sobre as causas da inexistência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem
O trabalho feito no terreno, isto é, na EPC 1º de Maio, constitui para o pesquisador a base para apresentação duma visão geral sobre as causas da inexistência da OTP no processo de ensino e aprendizagem. Pretende-se neste tópico, fazer uma reflexão sobre a necessidade da orientação no processo de ensino e aprendizagem e também, vincar alguns aspectos no concernente às estratégias para a materialização da mesma.
Nos dados recolhidos aparece uma ausência das actividades realizadas pelos professores rumo a OTP. Este facto confirma o desconhecimento das estratégias e considera-se como uma das causas da inexistência da OTP no PEA. Assim, a EPC 1º de Maio não tem promovido actividades consideradas como estratégias para a OTP, actividade que, aos poucos, levavam os alunos a descobrirem a sua profissão.
No currículo do Ensino Básico, conforme os dados fornecidos pelos informantes, não favorece a implementação da OP, dando que o programa não prevê e nem dá um espaço para que haja uma orientação dos alunos de forma particular. Esta é uma dificuldade embora os professores possam criar um espaço para tal. A presença da OTP no currículo seria um estímulo para os professores implementarem na sua prática educativa. Assim a imprevisão da OTP no currículo é uma dificuldade para a implementação da OTP.
A formação psicopedagógica na área da OP é importante dado que prepara os professores a serem orientadores dos alunos. A realidade que se confirmou no estudo do campo mostra que os professores tiveram na sua maioria uma formação psicopedagógica. Todavia, a formação tida era geral, não teve uma especificidade nem especialidade na área da OP. Deste modo encontra-se nesta campa uma lacuna séria. Os professores não tiveram esta formação específica, situação que dificultou a implementação da OTP.
Em função das constatações feitas no terreno durante a pesquisa, a visão do autor do trabalho é que no PEA existe uma deficiência no que concerne a estratégias para implementação da OTP, no currículo e na formação psicopedagógica de professores na área da OTP. Estas deficiências constituem as causas da inexistência da OTP no processo de ensino e aprendizagem e especialmente no 3º ciclo de EB. Considerando este facto, achou-se importante procurar um remédio para poder contornar esta deficiência e achar um novo caminho rumo à OTP.
A orientação profissional é um panorama sobre o mundo do trabalho entretanto, é considerada como chave para a vida profissional futura dos alunos. Portanto, a sua implementação no processo de ensino e aprendizagem é um sucesso para um ensino englobante.
Desta forma, presume-se que implementar a orientação profissional no PEA, é uma contribuição eficaz para o sucesso escolar dos educandos, dado que desperta o interesse, descobre as aptidões, os gostos e as inclinações do educando. Esta descoberta pode fazer com que o professor tenha ideia sobre o tipo de profissão que corresponda à personalidade do educando e como este pode ser orientado para que tenha sucesso na sua opção.
Deste modo, compete ao professor aproveitar todas as circunstâncias, todas as tendências no momento oportuno, e levar sempre longe o espirito do aluno, de lhe abrir os mais largos horizontes possíveis GAL (s/d:66).
Esta abertura do espirito do aluno é uma maneira de prepará-lo para um futuro melhor e também a desenvolver o seu meio social e contribuir assim, para o desenvolvimento socioeconómico do seu país. A orientação profissional e, de forma particular, a orientação técnico-profissional, é importante e necessária no PEA, visto que contribui bastante tanto na formação do aluno quanto ao desenvolvimento socioeconómico do pais.
Deste modo, pode-se pensar a algumas estratégias motivadoras para a existência da Orientação Técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem.
Algumas Estratégias para implementação da Orientação Técnico-profissional no EB
Para poder implementar e ter sucesso nesta actividade, algumas estratégias práticas poderão ser postas em marcha tais como, apresentação de teatro onde há actores que exercem uma certa profissão, organizar mensalmente palestras e convidar pessoas profissional e qualificadas para falar acerca das suas experiências profissional, e da profissão técnica, bem como das suas vantagens e características, organização de feiras de orientação técnico-profissional nas quais grupos de empregadores possam estar representados de modo a fornecer informações aos alunos.
A organização de palestras no quadro das estratégias para implementação da OTP, deve ser vista como uma técnica que desperte a curiosidade e o interesse do aluno. Nestas palestras poderão ser desenvolvidos os temas que tratam de tipos de profissões, as suas vantagem no marcado do trabalho assim como de tipo de indivíduo para uma determinada profissão. Por esta razão poderão ser convidados os profissionais qualificados para dar de forma concreta o que vivem na realidade e qual é o seu contributo na vida da sociedade. Esta palestra poderia ser feita tanto na escola como no local onde trabalha estes profissionais. De forma concreta se poderia organizar estas actividades de modo que por cada vez um profissional qualificado numa área (electricista, mecânico, pedreiro, carpinteiro, etc.) possa dirigir a palestra. Assim ate ao fim de um ano lectivo, dez palestrantes teriam dado uma informação das suas áreas e a suas experiências profissionais.
No mesmo quadro das estratégias, se pode pensar em organizar feiras da orientação técnico-profissional que tem como objectivo criar o interesse no aluno a partir de várias “publicidades” sobre as profissões. Assim cada aluno poderá expor as vantagens da profissão que achar melhor e procurar convencer o outro a aderir a sua escolha. Deste modo haverá um certa concorrência das profissões e entretanto os professores poderão dar certo esclarecimento sobre as profissões apresentadas.
Apresentação de peça de teatro com objectivo de suscitar o gosto da escolha para uma profissão seria também uma das estratégias eficazes para a OTP no processo de ensino e aprendizagem. Os professores poderão organizarem-se e criar uma peça de teatro em que os alunos se encontram empenhada uma certa profissão. A partir desta, se o aluno viu que exerceu bem o seu papel ou se o papel que o outro fez é benéfico, poderá cria um pensamento que vai em favor desta profissão. Assim a escola terá ganho muito alunos a escolher diferentes profissões a partir da peça de teatro.
As visitas nas empresas, nas oficinas mecânicas e de carpintaria, nos bancos, nas fábricas, nas barragens ou subtensão eléctrica suscitam o gosto, o interesse e a curiosidade dos alunos para a escolha duma determinada profissão.
Outros tipos de actividades poderão ser implementados dentro da sala de aula como por exemplo, quando se fala de artesanato na disciplina de Ofícios, pode-se insistir sobre as profissões e aproveitar o momento para perguntar e incentivar no tipo de profissão que cada um gostaria de exercer, assistir o que os alunos constroem nos atelieres para ver as suas aptidões e inclinações a fim de orientá-los às respectivas áreas.
Assim, o sucesso da profissão futura do aluno depende da maneira como este é orientado ao longo da sua formação estudantil. Isto significa que, a escola e o professor de forma particular, exercem um papel importantíssimo para a vida do educando. Uma falha cometida ao nível da escola pode ter repercussões durante toda a vida da pessoa. Portanto, o professor não tem direito de falhar no que concerne à orientação profissional dos alunos.
Portanto, a orientação técnico-profissional como processo de ensino e aprendizagem necessita actividades que suscitam o interesse dos alunos. As palestras, visitas nas empresas, organização das feiras de orientação técnico-profissional nas quais grupos de empregadores possam estar representados de modo a fornecer informação aos alunos são estratégias eficazes que poderão tornar possível o OTP no Ensino Básico.

















Conclusão
 Depois da realização do estudo do campo, da apresentação, analise e interpretação dos dados, chegou o momento de apresentar as conclusões feitas a base dos dados recolhidos. Assim o presente ponto tem como objectivo, apresentar as conclusões feitas a base das constatações no terreno e informar acerca da situação das hipóteses no que concerne a sua confirmação ou não e por fim serão dadas sugestões sobre as estratégias para implementação da OTP no EB.
A Orientação Técnico-Profissional dos educandos no processo de ensino e aprendizagem, é uma actividade muito importante para a preparação dos alunos para vida futura.
Com a pesquisa, chegou-se a identificar as causas da inexistência da orientação técnico-profissional. Viu-se que na Escola Primária Completa 1º de Maio não existe a orientação técnico-profissional devido ao desconhecimento das estratégias da implementação da OTP, da fraca formação psicopedagógica dos professores e inexistência de actividades afins nos programas de ensino. O ensino limita-se unicamente à transmissão do conteúdo e à conclusão do programa previsto para o ensino.
Concluiu-se que na EPC 1º de Maio não existem actividades que fazem com que haja a OTP; os professores limitem-se em dar tarefas nas atelieres no quadro de Ofícios, actividade ou estratégia que se revela fraca para a implementação da OTP. Este facto confirma o desconhecimento das estratégias e considera-se causa da inexistência da OTP no PEA.
No currículo e programa do Ensino do 3º ciclo não está previsto uma actividade nem uma disciplina que trata da OTP, facto que não incentiva os professores se preocuparem desta actividade e nem lhes obrigarem a considerá-la como fazendo parte das suas tarefas. Assim, o currículo do EB não favorece a implementação da OP, dando que o programa não prevê e nem dá um espaço para que haja uma orientação dos alunos de forma particular. Portanto, a escola e os professores, de forma particular, não incluem a orientação profissional nas actividades. Revelaram não saber que ela constitui um aspecto importante no processo de ensino e aprendizagem, legitimando a sua ausência no currículo e no programa de ensino. A presença da OTP no currículo seria um estímulo para os professores implementarem na sua prática educativa. Assim a imprevisão da OTP no currículo é uma dificuldade para a sua implementação no PEA. Em opinião do autor deste trabalho, a sua ausência não constitui o motivo para ser afastado nas actividades dos professores. Este, deve criar espaço e tempo para a sua implementação de modo que o ensino seja completo.
No processo da orientação dos alunos, a formação psicopedagógica de professores influencia bastante. O professor deve ser preparado devidamente, isto é, ter uma formação ou capacitação nas áreas de Psicologia e Pedagógica, áreas que lhe possibilitem acompanhar os alunos e melhorar a qualidade de ensino. O estudo feito na EPC 1º de Maio mostra que os professores tiveram na sua maioria uma formação psicopedagógica, formação que ajudou a lidar com os alunos. Infelizmente, a formação tida não era específica para poder orientar profissionalmente os alunos, era uma formação geral. Além disso, esta escola não tem organizado encontros ou sessões de capacitação dos professores na área da OTP, o que constitui uma lacuna séria para orientar profissionalmente os alunos. Na óptica do autor do trabalho, a tarefa de orientar os alunos é para orientadores profissionais, mas se não existem recorre-se aos professores que lidam sempre com os alunos. Neste caso, por falta duma formação específica na área da OP, podem ser capacitados na mesma área para poder exercer esta tarefa.
Com a inexistência da orientação profissional, a escola, por intermédio do processo de ensino e aprendizagem não empenha o seu papel de informar os alunos sobre o mundo das profissões e deste modo, não alcança os seus objectivos que dizem respeito ao desenvolvimento do saber, saber fazer, saber estar e o saber ser. Os alunos não recebem uma formação integradora para ser considerada de qualidade.
A orientação profissional dos alunos revela-se importante neste mundo que faz uma selecção para oferecer emprego. Ela providencia uma formação que possibilita a obtenção de informação sobre as profissões, o desenvolvimento da personalidade e da imagem do aluno.
A orientação profissional no 3º ciclo do Ensino Básico é uma necessidade. Ao sair deste ciclo o aluno deve saber o que fazer no nível subsequente. Dispensar da orientação neste ciclo é uma preparação para uma derrota futura.
Conforme se constatou no terreno, as hipóteses não foram confirmadas em totalidade dado que, duas foram confirmadas em totalidade e uma parcialmente.
Os resultados fazem-nos perceber que no currículo do 3ºciclo de Ensino Básico não está prevista a orientação profissional dos alunos, facto que leva os professores não se interessarem em implementar isso na sua prática diária. Na escola, os professores recebem instruções e programa daquilo que deve ser realizado ao longo do ano lectivo. Se por acaso um elemento não aparece, automaticamente os professores não pode fazer alusão disso na sua planificação porque ele considera-se sem autonomia para incluir uma actividade que não consta no programa. Desta forma, o programa do currículo do 3º ciclo do Ensino básico não favorece a OTP e constitui uma dificuldade para sua implementação. Assim foi confirmada na totalidade a hipótese que diz respeito á improvidência da orientação técnico-profissional no processo de ensino e aprendizagem.
A formação psicopedagógica é um dos requisitos para o exercício da função docente no Ensino Básico. Todavia, ter esta formação não significa ser habilitado a orientar profissionalmente os alunos. Para o exercício desta tarefa precisa uma formação específica nesta área ou uma capacitação para o efeito. O estudo feito mostrou que os professores tiveram uma formação psicopedagógica mas não uma especifica na área da OP. Este é uma das causas que dificulta a OTP dos alunos na EPC 1º de Maio. Se os professores tivessem tido esta formação teriam criado espaço para isso e mesmo propô-la na Direcção da escola. Assim foi confirmada em totalidade que a falta de formação psicopedagógica na área da orientação profissional contribui para a inexistência da mesma no Ensino Básico.
A hipótese que diz respeito ao desconhecimento de estratégias para a orientação técnico-profissional, foi confirmada parcialmente dado que, na programa de ensino está previsto a disciplina de Ofícios que promovem através de atelieres em grupo, certas actividades que podem ser consideradas como estratégias para a implementação da OTP. Alguns encontros com os pais e encarregados da educação e palestras contribuem na OTP. As actividades realizadas são insignificantes para promover a orientação profissional. Os professores deveriam fazer mais do que isso. Assim, concluiu-se que esta hipótese foi confirmada de forma parcial.
Tendo em conta dos resultados obtidos, achou-se que para uma orientação técnico-profissional, será preciso criar e desenvolver algumas tais como organizar palestras na escola ou fora dela, fazer férias de orientação técnico-profissional, organizar peças de teatro e outras actividades extra-escolares que promovem esta orientação.




Sugestões
A implementação da orientação técnico-profissional é um desafio para as escolas e para os próprios professores. Constatou-se a sua inexistência por vários motivos que têm a ver com a formação psicopedagógica dos professores, o desconhecimento de estratégias, do currículo e outros.
Para uma formação integral e de qualidade, o tempo de estudo assim como as actividades escolares e extra-escolares devem ser bem programados equilibrados para que a aprendizagem dos alunos seja benéfico. Assim, para poder implementar a orientação técnico-profissional na escola, propõe-se aos professores para falarem dela nas aulas ou noutras circunstâncias fora das aulas, mesmo sem ter sido programada no currículo. Que tenham um tempo dentro do horário para falar e incentivar os alunos nesta área. A sua ausência no currículo não pode constituir um obstáculo para a sua actuação. Que organizem actividades que promovam contacto de alunos com a realidade profissional. Neste caso, se poderá por exemplo pedir aos alunos de falarem com os pais, familiares ou vizinhos acerca das suas profissões ou organizar grupos para realizar ou fabricar alguns instrumentos de trabalho à base de materiais que lhes rodeiam, para depois fazer uma exposição na sala de aula no quadro da disciplina ou na escola para serem apreciados para todos. Que façam visitas nas empresas tais como nos bancos para ver o trabalho de contabilistas e gerentes e a maneira de atender clientes, nas fábricas para ver como os profissionais fazem o processamento de matérias, nas oficinas para ver como os mecânicos, electricistas e outros técnicos exercem a sua profissão e nas indústrias para ver como os operários fabricam vários instrumentos. Depois desta vista, prever um tempo para partilhas e comentários afim de analisar o nível de interesse dos alunos em relação as profissões descobertas durante visita feita. Que os professores, no exercício da sua missão, tenham em conta os objectivos do ensino que é a formação integral do homem.
Propõe-se à Direcção da EPC 1º de Maio que mobilize todos os professores a se envolverem na implementação da orientação técnico-profissional de modo que a assistência seja forte, inclua esta actividade dentro do currículo local e oculto e crie na medida de possível, um escritório para entendimento/orientação dos alunos do 3º ciclo do Ensino Básico onde um especialista na matéria ou um orientador devia estar unicamente para entender os alunos. Que organize sessões de capacitação de professores na área da orientação profissional e proporcione aos professores materiais apropriadas para esta actividade. Que organize palestra que trata da orientação técnico-profissional e convide nestas ocasiões orientadores profissionais para falar tanto com os professores quanto com os alunos.
Quanto à constatação da imprevisão da orientação técnico-profissional no currículo do Ensino Básico, propõe-se ao Ministério da Educação que inclua no programa de ensino, a orientação profissional como disciplina autónoma e que nos cursos de formação de professores seja incluída a noção de orientação profissional a fim de conscientizar os professores nesta área. Que dê a autonomia às escolas de poderem incluir no seu programa a matéria ou actividade que respondem às necessidades locais ou da sociedade. Que forme também orientadores profissionais para que cada escola tenha pelo menos um orientador para atender as demandas dos alunos.















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